quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Considerações sobre Madre Teresa de Calcutá

Algumas linhas sobre a vida e testemunho da encantadora Madre de Calcutá e seu segredo de tanta ternura e caridade. Hoje após ter terminado minha oração pessoal, comecei a ler um livro de espiritualidade que traz a história da vida e ensinamentos de Madre Teresa de Calcutá. Como é belo ver alguém que pregou e viveu a maior virtude de Cristo que é a caridade. Isso toca o nosso coração e renova nossa alma. Essa mulher de espírito tão belo, que foi considerada a primeira dama da caridade, quando em dezembro de 1979 recebeu o prêmio Nobel da Paz, na cidade de Oslo, na Noruega, após ter recebido alto elogio do presidente da ONU, ela disse: “Eu sou somente uma pobre mulher que reza e rezando o Senhor Jesus me enche o coração de amor pelos pobres, assim, posso ama-los com o amor de Deus”. Madre Teresa se considerava como um simples lápis que Deus usava para escrever mensagens de amor. Madre Teresa fundou a congregação das Missionárias e dos Missionários da Caridade, em Calcutá, outubro de 1950, sua congregação tornou-se uma forte corrente de graça no seio da Igreja e pra toda a sociedade, as missionárias e missionários da Caridade, que em sessenta anos, cresceram de modo inimaginável. Madre Teresa influenciou com sua palavra, testemunho e exemplo toda uma geração de cristãos e não cristãos no incentivo à vivencia do amor aos pobres e miseráveis deste mundo. E assim, com sua congregação, ela continua a acolher os pobres para amar-lhes com o amor de Deus e para consolar-lhes com a mais bela e verdadeira notícia “Deus te ama”. A todos ela repetia incansavelmente , Deus é Amor. O Papa João Paulo II no dia da sua beatificação em Outubro de 2003 disse: “Estou pessoalmente grato a esta mulher corajosa, que senti sempre ao meu lado. Ícone do Bom Samaritano, ela ia a toda a parte para servir Cristo nos mais pobres entre os pobres. Nem conflitos, nem guerras conseguiam ser um impedimento para ela. A vida de Madre Teresa recorda a todos que a missão evangelizadora da Igreja passa através da caridade, alimentada na oração e na escuta da palavra de Deus. É emblemática deste estilo missionário a imagem que mostra a nova Beata que, com uma mão, segura uma criança e, com a outra, desfia o Rosário. Contemplação e ação, evangelização e promoção humana: Madre Teresa proclama o Evangelho com a sua vida inteiramente doada aos pobres mas, ao mesmo tempo, envolvida pela graça da oração”. Um jornalista visitando um hospital e, vendo a solicitude e o carinho com que madre Teresa de Calcutá, limpava as feridas de um mendigo, disse, com um lenço no nariz por causa do mau odor: – Irmã, eu não faria isso nem por um milhão de dólares! Então ela levantou os olhos doces e tranquilos para o jornalista e lhe disse: – Eu também não faria por um milhão de dólares. Faço por amor a Deus e a esse meu pobre irmão doente. Recordamos também, o fascinante fato: quando levaram uma mulher numa situação inacreditável, pois foi pisoteada em uma manifestação violenta, Madre Teresa a acolheu com sua grande delicadeza e carinho maternal cuidou dela e limpou suas feridas por horas. A mulher mesmo com toda sua situação triste por causas das feridas perguntou a Madre Teresa: “Irmã, mas porque você faz isso? Nem todos fazem assim, quem lhe ensinou essas coisas? Madre Teresa com docilidade de alma respondeu: “Quem me ensinou foi o meu Deus”. E aquela mulher lhe pediu: “Faça-me conhecer o teu Deus”. Naquele momento a Madre, abraçou-a, e lhe deu uma maravilhosa resposta: “O meu Deus você agora já conhece. O meu Deus se chama Amor”. O segredo de Madre Teresa é o segredo do cristianismo. O nosso segredo é o Deus que nos ama e sendo amados, nos tornamos capazes de fazer o amor acontecer na vida dos outros, de amar aonde estivermos.

Madre Teresa de Calcutá teve visões de Jesus?

A Madre Teresa dialogou e teve visões de Jesus antes de fundar as Missionárias da Caridade, algo que não se soube até a sua morte, um fato que também era ignorado por um dos seus amigos durante 30 anos, o Pe. Sebastian Vazhakala. Em diálogo com o Grupo ACI, o sacerdote missionário da caridade explicou que isto “foi uma grande descoberta”. Em 1997, dois anos depois de sua morte, foi aberta a causa de canonização da religiosa e foram encontrados diversos documentos nos quais foram relatadas estas locuções e visões que a Madre Teresa teve há muitos anos. O período desta profunda experiência foi entre o dia 10 de setembro de 1946 e 3 de dezembro de 1947, quando a Beata ainda permanecia na congregação das Irmãs de Loreto. A Madre Teresa escreveu que um dia, durante a Comunhão, escutou Jesus dizer: “Quero religiosas indianas, vítimas do Meu amor, que sejam Marta e Maria. Que estejam tão unidas a mim que irradiem Meu amor às almas”. Nestas locuções o Senhor instruiu a Madre Teresa para que fundasse as Missionárias da Caridade. Outra coisa que Jesus lhe disse foi: “Venha, seja Minha luz”, que além disso é o título do livro que o postulador da causa de canonização, Pe. Brian Kolodiejchuk, publicou com as cartas privadas da Beata. Em outra visão, Jesus Cristo disse a Madre Teresa que na nova congregação devia haver “freiras livres cobertas com a Minha pobreza da Cruz. Quero freiras obedientes cobertas com a minha obediência na cruz. Quero freiras cheias de amor cobertas com a minha caridade na Cruz”, explica o Pe. Vazhakala. Depois desta época intensa de visões e locuções do Senhor, em 1949, a Madre Teresa começou a experimentar uma “terrível escuridão e secura” em sua vida espiritual, uma etapa que duraria 50 anos, quase até o final da sua vida terrena, um período que na vida de fé é chamado de “noite escura”. Há alguns anos, em uma entrevista concedida a um meio de comunicação espanhol, o Pe. Brian Kolodiejchuk explicou que a “noite escura” é um momento “da vida espiritual no qual a pessoa é purificada antes da união íntima e transformante com Cristo”. “O que entendemos por noite escura foi vivido pela beata quando ainda estava em Loreto, a congregação religiosa onde começou sua entrega a Deus. Os anos 1946-1947 foram de íntima união gozosa e doce com Jesus. ‘Jesus se deu a mim’, diz a Madre em uma das suas cartas. A união da Madre com Jesus foi meio ‘violenta’, profundamente sentida e vivida. Em seguida, ao iniciar a obra com os pobres e a fundação da congregação, veio essa nova e prolongada escuridão, que já não era preparatória de outra etapa espiritual. Esta escuridão ela relata nas cartas aos seus confessores e diretores espirituais.” “Em 1942, a Madre fez um voto de não negar nunca nada a Jesus. Pouco depois foi quando ouviu que Jesus lhe dizia: ‘Venha, seja Minha luz’. No princípio a Madre levava a ‘luz’ a lugares inclusive de absoluta escuridão física: muitos pobres não tinham nem janelas. Aceitou sua escuridão interior para levar a luz a outros. O jesuíta Neuner (um de seus confessores) em 1962 explicou que essa escura noite era o ‘lado espiritual de seu trabalho apostólico’”, explicou o Pe. Kolodiejchuk. No recente diálogo do Pe. Vazhakala com o Grupo ACI, o sacerdote recorda que a Madre Teresa dizia: “se minha escuridão e secura pode ser uma luz para algumas almas, me deixem ser a primeira a fazer isso. Se minha vida, meu sofrimento, vai ajudar a salvar almas, então prefiro sofrer e morrer desde a criação do mundo até o fim dos tempos”. O sacerdote recorda que a religiosa também dizia: “quando eu morrer e for para a casa com Deus, poderei levar mais almas a Ele”. “Não vou dormir no céu, vou trabalhar mais ainda de outra forma”, afirmava. (via ACIdigital)

“Madre Teresa, quando a senhora morrer, o mundo será como antes. O que mudou depois de tanto esforço?”

Em 1979, a Madre Teresa de Calcutá foi a Oslo, Noruega, para receber o Prêmio Nobel da Paz. Recebeu-o com a coroa do Santo Rosário apertada nas mãos – e ninguém, nem mesmo em uma terra estritamente luterana, ousou censurar o seu carinho por Nossa Senhora. Na volta de Oslo, a Madre Teresa passou por Roma, onde vários jornalistas lotaram o pátio exterior da casa humilde das Missionárias da Caridade e foram acolhidos por ela como filhos. A madre, aliás, colocou na mão de cada um deles uma pequena medalha da Imaculada Conceição. Foi aí que um dos jornalistas fez uma pergunta um tanto provocadora: – Madre, a senhora tem setenta anos. Quando morrer, o mundo será como antes. O que mudou depois de tanto esforço? A Madre Teresa poderia ter reagido com um pouco de santa indignação, mas, em vez disto, sorriu luminosamente como se lhe tivessem dado um beijo carinhoso. E respondeu: – Veja, eu nunca pensei que poderia mudar o mundo! Eu só tentei ser uma gota de água limpa em que pudesse brilhar o amor de Deus. Você acha pouco?. O repórter não conseguiu responder. Ao redor da madre, tinha-se criado o silêncio da escuta e da emoção. A Madre Teresa retomou a palavra e pediu ao repórter: – Tente ser você também uma gota limpa e, assim, seremos dois. Você é casado? – Sim, madre. – Peça também à sua esposa, e assim seremos três. Tem filhos? – Três filhos, madre. – Peça também aos seus filhos e assim seremos seis.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Nossa Senhora da Saudade: uma linda devoção que nasceu no Brasil Nossa Senhora da Saudade relembra a imensa saudade que a Virgem Maria teve de seu Filho, nos três dias em que seu corpo esteve no sepulcro

Nossa Senhora da Saudade relembra a imensa saudade que a Virgem Maria teve de seu Filho, nos três dias incompletos que seu corpo esteve no sepulcro. A devoção a Nossa Senhora da Saudade nasceu em 30 de março de 1918, após a Virgem Maria ter aparecido em sonho para a Irmã Ignez do Sagrado Coração de Jesus, uma das fundadoras do Carmelo de São José, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, onde se encontra sua única, linda e comovente imagem, esculpida em mármore branco. Trata-se, portanto, de uma invocação genuinamente brasileira, “inspirada pelo Alto para, de modo especial, honrar a dor, até então desconhecida, do Imaculado Coração de Maria, durante as 36 horas, ou seja, os três dias incompletos, do encerramento de Jesus no sepulcro”. De acordo com o jornalista Mozart Monteiro, em seu livro “Nossa Senhora da Saudade”, “a devoção da Coroa de Saudades da Rainha dos Mártires foi desde logo apresentada ao eminente teólogo Padre Dr. João Gualberto do Amaral, e por ele examinada. Declarou o ilustre sacerdote ser esta devoção perfeitamente ortodoxa, nada tendo que contrariasse a sã doutrina da Igreja; e acrescentou que o número 36, das horas do sepultamento de Cristo, se encontra no corpo da ‘Suma’, de São Tomás de Aquino – cuja obra é a expressão mais perfeita da ortodoxia católica” (p. 139). Naquela época, a cidade de Petrópolis pertencia à Diocese de Niterói, cujo Bispo, Dom Agostinho Benassi, aprovou a devoção, autorizando a impressão de folhetos com a fórmula da Coroa de Saudades. Como explica Nilza Botelho Megale, no livro Invocações da Virgem Maria no Brasil, “foi então instituída a ‘Coroa da Saudade da Rainha dos Mártires’ (aprovada pelo bispo de Niterói), espécie de terço constituído de três mistérios, cada um constando de um ‘Pai Nosso’ e doze ‘Lembrai-vos’, somando, portanto, esta última oração o número 36, correspondente às horas de sofrimento da Mãe Celestial. Na medalha de Nossa Senhora com que termina a coroa rezam se três ‘Aves Marias’ e uma súplica especial à Rainha dos Mártires”. Com a criação da Diocese de Petrópolis, em 1948, o primeiro Bispo, Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, em decisão arbitrária, proibiu, em 1950, a difusão pelo país da devoção a Nossa Senhora da Saudade, autorizando-a apenas nos limites do Carmelo de São José. A restauração da Liturgia da Semana Santa pelo Papa Pio XII, em 1956, ratificando o luto intenso para o Sábado Santo, antigo Sábado de Aleluia, tornou evidente o martírio da Saudade sofrido pela Mãe Divina durante o sepultamento de Jesus, vindo respaldar o culto a Nossa Senhora da Saudade. A única imagem de Nossa Senhora da Saudade encontra-se na clausura do Carmelo de São José, em Petrópolis. Esculpida em Paris, em mármore Carrara, mede 1,66 m de altura, sem contar o globo terrestre que fica aos pés da Virgem. Foi doada por uma senhora da sociedade, em agradecimento às graças recebidas da Virgem Saudosa. NOSSA SENHORA SAUDADE IMAGEM A imagem representa Maria em tamanho natural, de pé sobre o globo terrestre e com a cabeça ligeiramente inclinada para baixo, encimada por bonita coroa de ouro. Seu semblante docemente triste deixa transparecer um sorriso melancólico. Sua mão esquerda se apoia sobre o peito, trespassado por um punhal de ouro, enquanto com a direita segura a “coroa da Saudade”, também de ouro. Acima da Imagem lê-se a inscrição; “Vinde a Ela, vós todos que sofreis, vós todos que chorais; e Ela vos consolará”. (via Flor do Carmelo)

Jovem assassino francês convertido caminha rumo à beatificação

Na história da Igreja Católica, só houve um outro caso precedente de alguém condenado à pena capital que tenha se convertido e, posteriormente, chegado à honra dos altares: o bom ladrão, crucificado junto a Jesus Cristo, há mais de dois mil anos. Em pleno século XXI, essa história tem grandes chances de se repetir. Trata-se do processo de beatificação do jovem francês Jacques Fesch, que foi guilhotinado em 1957 por matar um policial e ferir outra pessoa durante um roubo. Sua conversão radical aconteceu na prisão, nos meses que antecederam sua morte, aos 27 anos. O precedente único explica a cautela com que o caso do jovem foi apresentado à investigação diocesana, em 1987. O então Arcebispo de Paris, Cardeal Jean Marie Lustiger, orientou uma elaborada reflexão sobre a vida de Fesch e obteve a autorização da Congregação para as Causas dos Santos para abrir formalmente a causa de beatificação em 1993. O processo acaba de concluir sua fase diocesana e segue agora para Roma. "Declarar santo a alguém não significa para a Igreja admirar os méritos dessa pessoa, mas propor um exemplo da conversão de alguém que, independentemente de sua caminhada humana, foi capaz de ouvir a voz de Deus e se arrepender. Não há pecado tão grave que impeça o homem de chegar a Deus, que lhe propõe a salvação", disse o Cardeal Jean quando abriu a investigação. "Espero que, um dia, eu o venere como uma figura da santidade", agregou. A história O jovem nasceu em 6 de abril de 1930, em Saint-Germain-en-Laye. Era filho de um rico banqueiro de origem belga, artista e ateu, distante do filho e infiel à esposa, da qual pediu divórcio. Jacques foi educado na religião católica, mas abandonou a fé aos 17 anos. Aos 21, casou-se no civil com a noiva já grávida. Seu sogro conseguiu um trabalho no banco, período em que teve a vida de um playboy. No entanto, abandonou a esposa e a filha e teve um filho com outra mulher. O crime cometido por Jacques aconteceu em 24 de fevereiro de 1954, quando tentou roubar o cambista Alexandre Sylberstein, com o objetivo de financiar a compra de um barco que o levaria ao longo do Oceano Pacífico. Sylberstein ficou ferido, mas conseguiu apertar o alarme contra roubos. O jovem Fesch chegou a fugir, mas perdeu seus óculos ao longo do percurso. Durante a fuga, Fesch disparou contra um oficial de polícia que o perseguia, Jean Vergne, causando sua morte. Minutos mais tarde foi detido. Assassinar um oficial de polícia era um crime atroz e a opinião pública, inflamada pelos relatos da imprensa, manifestou-se decididamente favorável à sua execução. A Corte de Paris condenou-o à morte em 6 de abril de 1957. A conversão Logo após sua prisão, Jacques era indiferente à sua situação e ridicularizava a fé católica de seu advogado. No entanto, após um ano, o jovem assassino experimentou uma profunda conversão e arrependeu-se profundamente de seu crime. Ele aceitou sua pena e reconciliou-se com a esposa uma noite antes da execução. A última coisa que escreveu em seu diário foi: "Em cinco horas, verei a Jesus". Foi guilhotinado em 1º de outubro de 1957. Após a morte, sua esposa e filha honraram sua memória como exemplo de redenção. No princípio, tal reconhecimento foi depreciado pelo público, mas o trabalho de uma freira carmelita, irmã Véronique, e do padre Augustin-Michel Lemonnier fez com que a família publicasse o diário espiritual que Jacques havia escrito na prisão, páginas que serviram e servem de inspiração para muitas pessoas. Causa controvertida O caso de Jacques foi alvo de controvérsia entre os que pensavam que seus crimes o tornavam indigno como modelo a ser seguido e entre os que ressaltavam a esperança de sua conversão final. "Beatificar a Jacques Fesch não significa reabilitá-lo moralmente, nem dar-lhe um certificado de boa conduta ou um prêmio como a Legião de Honra. Sua conversão foi de ordem espiritual. Beatificar a Jacques Fesch será reconhecer que a comunidade cristã pode rezar a alguém que está ao lado de Jesus", escreveu o teólogo André Manaranche em resposta ao debate. Em 2 de dezembro de 2009, o Vigário-geral de Sua Santidade para a Cidade do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri, acompanhou a irmã de Fesch, Monique, durante uma visita a Bento XVI, no Vaticano. Monique confidenciou ao Papa: "Meu irmão e eu nos entendíamos largamente. Quando ele fez oito anos de idade, fui sua madrinha de batismo, e, quando esteve no cárcere, acompanhei de perto sua extraordinária conversão". Junto ao biógrafo Ruggiero Francavilla, Monique mostrou ao Papa algumas das cartas escritas por Jacques enquanto estava na prisão. Na oportunidade, o Cardeal Comastri disse ao jornal L´Osservatore Romano que, quando exercia o cargo de capelão do presídio Regina Coeli, um preso apresentou-lhe a fascinante história de Fesch. "É um testemunho único: jovem descentrado, de rica família, torna-se assassino e é condenado à morte. Tinha 27 anos. No cárcere, vive uma conversão radical, fulgurante, alcançando altos cumes de espiritualidade", disse.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Confie em Deus, em si mesmo e no trabalho duro

Paige McPherson, 25 anos, atleta olímpica e fenômeno do Taekwondo, está com pressa. É um dia sufocante – todo dia é sufocante em Miami – e McPherson está em uma pausa de seu treinamento para um merecido almoço, entre as práticas que são os últimos vestígios de sua preparação para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Levamos uma semana para coordenar essa entrevista em meio a sua agenda agitada, esgotante. Eu chamei McPherson para conversar sobre sua competição no Rio, onde ela participa de sua segunda Olimpíada. Há uma ansiedade em sua voz que é evidente, mas suas palavras são leves. Eu adio a interrogá-la sobre os Jogos Olímpicos e pergunto-lhe primeiramente sobre Miami, a cidade em que ela acaba de regressar depois de uma intensa semana de treino de Taekwondo na Grã-Bretanha. “Eu sabia que tinha que mudar para cá, para Miami, se eu quisesse alcançar meu objetivo de ir aos Jogos Olímpicos. Tem sido um sacrifício difícil. Eu não conhecia ninguém quando me mudei. Para realizar um sonho há sempre um sacrifício. E para mim, está aí. Estou indo para minha segunda Olimpíada”. E então sua voz desaparece por um momento. No fundo, há uma comoção, uma enxurrada de atividades. Ouço Paige responder rapidamente a alguém à distância. Muito obrigada. Em seguida, novamente. Obrigada, obrigada. Sua voz figurativamente se vira para mim. “Sinto muito”, ela retorna em silêncio, ao telefone. “Há tantas pessoas aqui”. Da rural Dakota do Sul para as luzes brilhantes de Miami Talvez os cidadãos de Miami, a cidade que McPherson adotou como casa desde 2009, estejam parando-a na rua para lhe desejar boa sorte. McPherson, a mulher que eles chamam McFierce, é apenas uma entre os quatro atletas dos Estados Unidos que irão ao Rio para competir no Taekwondo. Taekwondo, uma arte marcial coreana que evoluiu na década de 1940, tornou-se uma das duas únicas artes marciais asiáticas praticadas nos Jogos Olímpicos em 2000. Em 2012, Paige ganhou bronze nos Jogos Olímpicos de Londres em uma vitória de virada sobre Franka Anic, da Eslovênia, e estabeleceu seu domínio na divisão meio-médio das mulheres do esporte. Com 21 anos, em Londres, Paige estava no temor sobre a magnitude de competir nos Jogos Olímpicos. Enquanto ela se preparava para voltar aos Jogos mais uma vez, quatro anos depois e com um novo nível de experiência, maturidade e equilíbrio, sonhava em transformar esse bronze em ouro. A família Mas McPherson, sempre modesta e impenetravelmente ambiciosa, é também realista; ela está apenas esperando para absorver tudo o que puder com a experiência olímpica. Enquanto ela detalha para mim os destaques de sua infância, que foi muito distante do mundo de Miami, fica perceptível o quanto sua família moldou sua atitude destemida ao competir. Paige McPherson cresceu na cidade rural de Sturgis, Dakota do Sul. Ela era uma parte ativa da grande e diversificada família, dirigida pelos pais Dave e Susan McPherson. Os McPhersons adotaram todos os seus cinco filhos a partir de diversificadas culturas e origens; por esse motivo eles foram muitas vezes carinhosamente chamados de a Família Arco-íris pelos vizinhos. Paige é afro-americana e filipina, seus dois irmãos, Aaryn e Graham, fazem parte dos nativos americanos. Seu outro irmão, Evan, é coreano, e sua irmã, Hannah, veio do Caribe. McPherson afirma que foi essa singularidade que a formou como pessoa – e a atleta que ela é hoje. “Eu fui adotada em uma família muito diversificada. Com nós cinco vindo de todo o mundo, eu cresci aprendendo a me ajustar a certos tipos de situações e personalidades. Essa é uma das coisas que eu amei no Taekwondo – quão diversificado e dinâmico que é”. NEW YORK - SEPTEMBER 10: Paige McPherson bronz medal winner in Taekwondo at the 2012 Summer Olympic games poses during the WNBA Inspiring Women Luncheon at Pier Sixty at Chelsea Piers on September 10, 2012 in New York City. (Photo by Rob Tringali/Getty Images) Foi seu irmão mais velho, Evan, que começou no Taekwondo alguns anos à frente dela, o que primeiro despertou o interesse de Paige pelo esporte. “Eu ser a irmã mais nova, eu sempre quis fazer o que meu irmão mais velho fazia. Começou oficialmente quando eu tinha sete anos. Fui expulsa várias vezes porque eu era muito arisca, mas eu voltei mais calma. Foi, eventualmente, onde aprendi sobre respeito, integridade, perseverança – todas as coisas que me ajudam em outras áreas agora”. Depois de alguns anos de estudo dos fundamentos do Taekwondo, tornou-se evidente a seus treinadores e família que Paige tinha uma capacidade inata para o esporte. No ensino médio, seu atual treinador, Juan Miguel Moreno, deu a McPherson e sua família um pouco da maravilhosa e difícil verdade: se Paige quisesse competir em nível nacional no Taekwondo, mudar-se para Miami para treinar nas instalações da equipe nacional, a Peak Performance, seria o próximo passo essencial. Apesar de ter sido uma decisão angustiante para Paige, ela sabia o que tinha de fazer para ver seus sonhos se tornarem realidade. “Eu acredito que o Taekwondo foi um talento dado por Deus para mim”. O relacionamento de McPherson com Deus é o que ela muitas vezes invoca para guiá-la através de alguns dos seus momentos mais difíceis. É a sua fé na direção Dele que lhe dá um forte sentimento de paz quando ela pisa no tatame, mesmo no fervor da competição. Toda a preparação – duas vezes por dia, de cinco a seis dias por semana, a solidão de se afastar de sua família e amigos, a agenda de viagens e competições, que faz outros em seu esporte desistir ou desmoronar em meio à cansativa luta – ela sabe que tudo tem um propósito em ajudá-la a ter sucesso. Mas ela diz que é a presença de Deus em sua vida que firmemente consolida sua força e sucesso. “Eu fiz o que deveria fazer. Estou aprendendo, porém, que há certas coisas que eu simplesmente não posso controlar, e é aí que eu entrego a Ele”. Por causa disso, McPherson batalha mais a ansiedade que leva a uma competição do que ela faz no dia da luta. No dia de uma grande luta, ela depende tanto da sua fé como da sua formação e habilidade. “Deus tem definitivamente mostrado que Ele tem um plano para mim, tudo o que posso fazer é confiar Nele, dar tudo de mim. Em muitas competições eu me entreguei nas mãos de Deus”. Finalmente perguntei a ela sobre o Rio, o que ela antecipa para estes Jogos Olímpicos esta semana, que será diferente da primeira vez. “Desta vez eu estou um pouco mais focada, eu sei o que esperar. Estou trabalhando tão duro quanto posso para vencer”. É difícil imaginar McPherson derrotada. Antes de terminar a nossa conversa, pergunto se ela tem algo que gostaria de compartilhar. Ela não hesita. “Eu tenho uma mensagem que é realmente útil. É confiar em Deus, confiar em si mesmo e confiar no trabalho duro”. Esta frase parece caracterizar Paige McPherson, a atleta e a pessoa, com sucinta profundidade. E depois de ouvir o furor em sua voz e a determinação em suas palavras, é impossível não imaginar que ela possa ganhar o ouro nestas Olimpíadas. Mas ainda é cedo para saber o que vai acontecer esta sexta-feira, no Rio de Janeiro, para Paige McPherson e suas notáveis concorrentes. Texto Original: http://forher.aleteia.org/articles/rio-interview-olympian-paige-mcpherson-trust-god-trust-trust-grind/

Francisco: Jesus não faz nada pela metade

O Papa refletiu sobre o milagre da multiplicação dos pães na Audiência geral desta quarta-feira (17/08). Diante de milhares de pessoas que lotaram a Sala Paulo VI, Francisco afirmou: “Assim era Jesus, sempre com a compaixão. Sempre pensando nos outros”. O Papa destacou uma reação de Jesus diante da multidão: “Jesus não é frio, não tem um coração frio. Jesus é capaz de se comover”, disse o Pontífice. Silêncio Todavia – recordou o Papa – mesmo sentindo-se ligado à multidão e sem querer que essa vá embora, Cristo tem necessidade de momentos de solidão, “de oração com o Pai: e muitas vezes passa a noite rezando com seu Pai”, disse Francisco. E, assim, mais uma vez, Jesus se dedica ao povo. “A sua compaixão não é um sentimento vago; mostra toda a força da Sua vontade de estar próximo a nós e de nos salvar”. “Nos ama muito, Jesus, e quer estar próximo a nós”, refletiu o Pontífice. Nascer e renascer Ao reiterar que o “Senhor vai ao encontro das necessidades do homem”, mas que, todavia, quer que cada um de nós participe concretamente da sua compaixão, o Papa traçou um paralelo entre o milagre dos pães e a Eucaristia. “A comunidade cristã nasce e renasce continuamente desta comunhão eucarística” – prosseguiu o Papa – “Jesus quer chegar a todos, para levar a todos o amor de Deus. Por isso, faz de cada fiel um servidor da misericórdia”. “Assim, Jesus vê a multidão, sente compaixão, multiplica os pães – e o mesmo faz com a Eucaristia – e nós fiéis que recebemos este dom, somos incentivados por Jesus a levar este serviço aos outros, com a mesma compaixão de Jesus”. Tudo! O Papa então conclui sua reflexão recordando que todos ficaram saciados. “Quando Jesus com a sua compaixão, com o seu amor nos dá uma graça, perdoa os nossos pecados, nos abraça, nos ama, nunca faz pela metade. Tudo! Como aconteceu aqui. Todos se saciaram. Jesus preenche o nosso coração, a nossa vida, do seu perdão, da sua compaixão”. (Rádio Vaticano) COMPARTI

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

ABC do amor do Papa Francisco inspirado na Madre Teresa de Calcutá

Oração, caridade, misericórdia, família e jovens: estas são as palavras-chaves do Papa Francisco para definir do legado da Madre Teresa de Calcutá, como segredos de uma vida feliz e realizada. A poucos meses de sua canonização, a Madre Teresa é a protagonista de um livro que reúne dois pronunciamentos inéditos da missionária em encontros com jovens e religiosas em 1973, em Milão. O autor do prefácio do livro é o Papa Francisco, que santificará a missionária da caridade no próximo dia 4 de setembro, no Vaticano. Sua reflexão sobre o texto se resume em cinco palavras: oração, caridade, misericórdia, família e jovens. Dirigindo-se precisamente aos jovens, com quem se reúne esta semana na JMJ de Cracóvia, o Papa convida a serem “construtores de pontes para romper a lógica da divisão, do rechaço, do medo dos outros” e “colocarem-se a serviço dos pobres”. “Não deixem que lhes roubem o futuro”, exorta. No livro, Madre Teresa afirma que “a doença mais grave não é a lepra ou a tuberculose, mas a solidão. Ela é a causa de desordens, divisões e guerras”. No início do prefácio, o Papa lembra que “a Igreja não é uma ONG; as ONGs trabalham para projetos e nós trabalhamos para Alguém. A Igreja trabalha para Cristo e para os pobres nos quais Cristo vive, nos estende a mão, invoca ajuda, pede o nosso olhar misericordioso, a nossa ternura”.

Papa Francisco: O olhar de Jesus ultrapassa os defeitos e vê a pessoa

Viagem do Papa Francisco à Polônia – JMJ 2016 Missa de Envio da Jornada Mundial da Juventude Campus Misericordiae Domingo, 31 de julho de 2016 wyd2016 Queridos jovens, viestes a Cracóvia para encontrar Jesus. E o Evangelho de hoje fala-nos precisamente do encontro entre Jesus e um homem, Zaqueu, em Jericó (cf. Lc 19, 1-10). Aqui, Jesus não Se limita a pregar ou a saudar alguém, mas quer – diz o Evangelista – atravessar a cidade (cf. v. 1). Por outras palavras, Jesus deseja aproximar-Se da vida de cada um, percorrer o nosso caminho até ao fim, para que a sua vida e a nossa se encontrem verdadeiramente. E assim acontece o encontro mais surpreendente, o encontro com Zaqueu, o chefe dos «publicanos», isto é, dos cobradores de impostos. Zaqueu era, pois, um rico colaborador dos odiados ocupantes romanos; era um explorador do seu povo, alguém que, pela sua má reputação, não podia sequer aproximar-se do Mestre. Mas o encontro com Jesus muda a sua vida, como sucedeu ou pode sucede cada dia com cada um de nós. Entretanto Zaqueu teve de enfrentar alguns obstáculos para encontrar Jesus: pelo menos três, que podem dizer algo também a nós. O primeiro é a baixa estatura: Zaqueu não conseguia ver o Mestre, porque era pequeno. Também hoje podemos correr o risco de ficar à distância de Jesus, porque não nos sentimos à altura, porque temos uma baixa opinião de nós mesmos. Esta é uma grande tentação, que não tem a ver apenas com a autoestima, mas toca também a fé. Porque a fé diz-nos que somos «filhos de Deus; e, realmente, o somos» (1 Jo 3, 1): fomos criados à sua imagem; Jesus assumiu a nossa humanidade, e o seu coração não se afastará jamais de nós; o Espírito Santo deseja habitar em nós; somos chamados à alegria eterna com Deus. Esta é a nossa «estatura», esta é a nossa identidade espiritual: somos os filhos amados de Deus, sempre. Compreendeis então que não aceitar-se, viver descontentes e pensar de modo negativo significa não reconhecer a nossa identidade mais verdadeira? É como voltar-se para o outro lado enquanto Deus quer pousar o seu olhar sobre mim, é querer apagar o sonho que Ele tem para mim. Deus ama-nos assim como somos, e nenhum pecado, defeito ou erro Lhe fará mudar de ideia. Para Jesus – assim nos mostra o Evangelho –, ninguém é inferior e distante, ninguém é insignificante, mas todos somos prediletos e importantes: tu és importante! E Deus conta contigo por aquilo que és, não pelo que tens: a seus olhos, não vale mesmo nada a roupa que vestes ou o celular que usas; não Lhe importa se andas na moda ou não, importas-Lhe tu. A seus olhos, tu vales; e o teu valor é inestimável. Quando acontece na vida diminuirmo-nos em vez de nos enobrecermos, pode ajudar-nos esta grande verdade: Deus é fiel em amar-nos, até mesmo obstinado. Ajudar-nos-á pensar que Ele nos ama mais do que nos amamos nós mesmos, que crê em nós mais de quanto acreditamos nós mesmos, que sempre nos apoia como o mais irredutível dos nossos fãs. Sempre nos aguarda com esperança, mesmo quando nos fechamos nas nossas tristezas e dores, remoendo continuamente as injustiças recebidas e o passado. Mas, afeiçoar-nos à tristeza, não é digno da nossa estatura espiritual. Antes pelo contrário; é um vírus que infecta e bloqueia tudo, que fecha todas as portas, que impede de reiniciar a vida, de recomeçar. Deus, por seu lado, é obstinadamente esperançoso: sempre acredita que podemos levantar-nos e não Se resigna a ver-nos apagados e sem alegria. Porque somos sempre os seus filhos amados. Lembremo-nos disto, no início de cada dia. Far-nos-á bem dizê-lo na oração, todas as manhãs: «Senhor, agradeço-Vos porque me amais; fazei-me enamorar da minha vida». Não dos meus defeitos, que hão de ser corrigidos, mas da vida, que é um grande dom: é o tempo para amar e ser amado. Zaqueu tinha um segundo obstáculo no caminho do encontro com Jesus: a vergonha paralisadora. Podemos imaginar o que se passou no coração de Zaqueu antes de subir àquele sicómoro: terá havido uma grande luta; por um lado, uma curiosidade boa, a de conhecer Jesus; por outro, o risco de fazer triste figura. Zaqueu era uma figura pública; sabia que, tentando subir à árvore, se faria ridículo aos olhos de todos: ele, um líder, um homem de poder. Mas superou a vergonha, porque a atração de Jesus era mais forte. Tereis já experimentado o que acontece quando uma pessoa se nos torna tão fascinante que nos enamoramos: então pode suceder fazermos voluntariamente coisas que de outro modo nunca teríamos feito. Algo semelhante aconteceu no coração de Zaqueu, quando sentiu que Jesus era tão importante que, por Ele, estava pronto a tudo, porque Ele era o único que poderia retirá-lo das areias movediças do pecado e da infelicidade. E assim a vergonha que paralisa não levou a melhor: Zaqueu – diz o Evangelho – «correndo à frente, subiu» e depois, quando Jesus o chamou, «desceu imediatamente» (vv 4.6). Arriscou e colocou-se em jogo. Aqui está também para nós o segredo da alegria: não apagar a boa curiosidade, mas colocar-se em jogo, porque a vida não se deve fechar numa gaveta. Perante Jesus, não se pode ficar sentado à espera de braços cruzados; a Ele que nos dá a vida, não se pode responder com um pensamento ou com uma simples «mensagem». Queridos jovens, não vos envergonheis de Lhe levar tudo, especialmente as fraquezas, as fadigas e os pecados na Confissão: Ele saberá surpreender-vos com o seu perdão e a sua paz. Não tenhais medo de Lhe dizer «sim» com todo o entusiasmo do coração, de Lhe responder generosamente, de O seguir. Não vos deixeis anestesiar a alma, mas apostai no amor formoso, que requer também a renúncia, e um «não» forte ao doping do sucesso a todo o custo e à droga de pensar só em si mesmo e nas próprias comodidades. Depois da baixa estatura e da vergonha incapacitante, houve um terceiro obstáculo que Zaqueu teve de enfrentar, não dentro de si mesmo, mas ao seu redor. É a multidão murmuradora, que primeiro o bloqueou e depois criticou-o: Jesus não devia entrar na casa dele, na casa dum pecador. Como é difícil acolher verdadeiramente Jesus! Como é árduo aceitar um «Deus, rico em misericórdia» (Ef 2, 4)! Poderão obstaculizar-vos, procurando fazer-vos crer que Deus é distante, rígido e pouco sensível, bom com os bons e mau com os maus. Ao contrário, o nosso Pai «faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus» (Mt 5, 45) e convida-nos a uma verdadeira coragem: ser mais fortes do que o mal amando a todos, incluindo os inimigos. Poderão rir-se de vós, porque acreditais na força mansa e humilde da misericórdia. Não tenhais medo, mas pensai nas palavras destes dias: «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5, 7). Poderão considerar-vos sonhadores, porque acreditais numa humanidade nova, que não aceita o ódio entre os povos, não vê as fronteiras dos países como barreiras e guarda as suas próprias tradições, sem egoísmos nem ressentimentos. Não desanimeis! Com o vosso sorriso e os vossos braços abertos, pregais esperança e sois uma bênção para a única família humana, que aqui tão bem representais. Naquele dia, a multidão julgou Zaqueu, mediu-o de cima a baixo; mas Jesus fez o contrário: levantou o olhar para ele (v. 5). O olhar de Jesus ultrapassa os defeitos e vê a pessoa; não se detém no mal do passado, mas entrevê o bem no futuro; não se resigna perante os fechamentos, mas procura o caminho da unidade e da comunhão; único no meio de todos, não se detém nas aparências, mas vê o coração. Com este olhar de Jesus, vós podeis fazer crescer outra humanidade, sem esperar louvores, mas buscando o bem por si mesmo, felizes por conservar o coração limpo e lutar pacificamente pela honestidade e a justiça. Não vos detenhais à superfície das coisas e desconfiai das liturgias mundanas do aparecer, da maquiagem da alma para parecer melhor. Em vez disso, instalai bem a conexão mais estável: a de um coração que vê e transmite o bem sem se cansar. E aquela alegria que gratuitamente recebestes de Deus, gratuitamente dai-a (cf. Mt 10, 8), porque muitos esperam por ela e esperam de vocês. Ouçamos, por fim, as palavras de Jesus a Zaqueu, que parecem ditas de propósito para nós hoje: «Desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa» (v. 5). Jesus dirige-te o mesmo convite: «Hoje tenho de ficar em tua casa». A JMJ – poderíamos dizer – começa hoje e continua amanhã, em casa, porque é lá que Jesus te quer encontrar a partir de agora. O Senhor não quer ficar apenas nesta bela cidade ou em belas recordações, mas deseja ir a tua casa, habitar a tua vida de cada dia: o estudo e os primeiros anos de trabalho, as amizades e os afetos, os projetos e os sonhos. Como Lhe agrada que tudo isto seja levado a Ele na oração! Como espera que, entre todos os contatos e os chat de cada dia, esteja em primeiro lugar o fio de ouro da oração! Como deseja que a sua Palavra fale a cada uma das tuas jornadas, que o seu Evangelho se torne teu e seja o teu «navegador» nas estradas da vida! Ao pedir para ir a tua casa, Jesus – como fez com Zaqueu – chama-te por nome. Jesus nos chama a todos pelo nome. O teu nome é precioso para Ele. O nome de Zaqueu evocava, na linguagem da época, a recordação de Deus. Fiai-vos na recordação de Deus: a sua memória não é um «disco rígido» que grava e armazena todos os nossos dados, mas um coração terno e rico de compaixão, que se alegra em eliminar definitivamente todos os nossos vestígios de mal. Tentemos, também nós agora, imitar a memória fiel de Deus e guardar o bem que recebemos nestes dias. Em silêncio, façamos memória deste encontro, guardemos a recordação da presença de Deus e da sua Palavra, reavivemos em nós a voz de Jesus que nos chama por nome. Assim rezemos em silêncio, fazendo memória, agradecendo ao Senhor que aqui nos quis e encontrou.

Entrevista com o diabo

Nem o diabo é ateu, pois ele viu Deus. Mas uma coisa é certa: a maior armadilha do diabo é fazer crer que ele mesmo não existe. Por isso ele se esconde, não quer aparecer apesar do seu desejo profundo: ser “senhor” deste mundo. Se ele aparecesse tal como é, os homens veriam que ele existe e se converteriam: e isso o demônio jamais quereria. Por isso, se aparecesse, o diabo aparentaria um “homem bom”, que atraísse o maior número de pessoas para as suas falsas doutrinas – muito bem pensadas e articuladas. ENTREVISTA COM O DIABO Quem o criou? Lúcifer: Fui criado pelo próprio Deus, bem antes da criação do homem (cf. Ezequiel 28,15). Como você era quando foi criado? Lúcifer: Vim à existência já na forma completa e, como Adão, não tive infância. Eu era um símbolo de perfeição, cheio de sabedoria e formosura e minhas “vestes” foram preparadas com pedras preciosas (cf. Ezequiel 28,12-13). Onde você morava? Lúcifer: No Jardim do Éden e caminhava no brilho das pedras preciosas do monte Santo de Deus (cf. Ezequiel 28,13). Qual era sua função no Reino de Deus? Lúcifer: Como serafim, minha função era guardar a Glória de Deus e conduzir os louvores dos anjos. Varri, com minha cauda, um terço deles e os atirei à terra (cf. Ezequiel 28,14; Apocalipse 12,4). Alguma coisa faltava a você? Lúcifer (reflexivo, diminui o tom de voz): Não, nada! O que aconteceu que o afastou da função de maior honra que um anjo poderia ter? Lúcifer: Não aconteceu de repente. Um dia eu me vi, como num espelho, e percebi que sobrepujava os outros anjos (talvez não a Miguel ou Gabriel) em inteligência, beleza e força. Comecei então a desejar ser adorado como deus. Do desejo passei à revolta contra Deus, com o brado “Non serviam” (Não servirei). Travei, com meus sequazes, uma enorme batalha no Céu, contra São Miguel e seus seguidores. Num determinado instante fomos precipitados para a terra e para o inferno, expulsos do Santo Monte de Deus (cf. Isaías 14,13-14; Ezequiel 28,15-17). O que detonou finalmente a sua rebelião? Lúcifer: Quando percebi que Deus estava para criar alguém semelhante a Ele e, por consequência, superior a mim, não consegui aceitar. Manifestei então os verdadeiros propósitos do meu espírito (cf. Isaías 14,12-14). O que aconteceu com os anjos seus sequazes? Lúcifer: Eles me seguiram e também foram expulsos. Formamos, juntos, o império das trevas (cf. Apocalipse 12,3-4). Como encaras o homem? Lúcifer (raivoso): Tenho ódio de toda criatura humana e faço tudo para perdê-las, porque eu as invejo. Eu é que deveria ser semelhante a Deus (cf. 1Pedro 5,8). Quais são suas estratégias para perder os homens? Lúcifer: Meu objetivo maior é afastá-los de Deus. Eu os estimulo a praticarem o mal e confundo suas ideias com um mar de filosofias, pensamentos e religiões cheias de mentiras, misturadas com algumas verdades. Envio meus mensageiros travestidos, para confundir aqueles que querem buscar a Deus. Torno a mentira parecida com a verdade, induzindo o homem ao engano e a ficar longe de Deus, achando que está perto. E tem mais. Faço com que a verdadeira mensagem de Jesus Cristo pareça anacrônica, tento estimular o orgulho, a soberba, o egoísmo, a inimizade e o ódio dos homens. Trabalho arduamente com o meu séquito para desvirtuar e enfraquecer a verdadeira Igreja, lançando divisões, desânimo, adultério, mágoas, friezas espirituais, avareza e falta de dedicação (ri descaradamente). Tento destruir a vida dos pastores, principalmente com o sexo, a ingratidão, a falta de tempo para Deus e o orgulho. (cf. I Pedro 5,8; Tiago 4,7; Gálatas 5,19-21; I Coríntios 3,3; II Pedro 2,1; II Timóteo 3,1-8; Apocalipse 12,9). E sobre o futuro? Lúcifer (com o semblante de ódio): Eu sei que não posso vencer a Deus e por fim irei definitivamente ao lago de fogo, minha prisão eterna. Eu e meus anjos trabalharemos com afinco para levarmos o maior número possível de pessoas conosco (cf. Ezequiel 28,19; Judas 6; Apocalipse 20,10-15). Autor Desconhecido _______________________ Publicado pelo blog Almas Castelos

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

ABC do amor do Papa Francisco inspirado na Madre Teresa de Calcutá

Oração, caridade, misericórdia, família e jovens: estas são as palavras-chaves do Papa Francisco para definir do legado da Madre Teresa de Calcutá, como segredos de uma vida feliz e realizada. A poucos meses de sua canonização, a Madre Teresa é a protagonista de um livro que reúne dois pronunciamentos inéditos da missionária em encontros com jovens e religiosas em 1973, em Milão. O autor do prefácio do livro é o Papa Francisco, que santificará a missionária da caridade no próximo dia 4 de setembro, no Vaticano. Sua reflexão sobre o texto se resume em cinco palavras: oração, caridade, misericórdia, família e jovens. Dirigindo-se precisamente aos jovens, com quem se reúne esta semana na JMJ de Cracóvia, o Papa convida a serem “construtores de pontes para romper a lógica da divisão, do rechaço, do medo dos outros” e “colocarem-se a serviço dos pobres”. “Não deixem que lhes roubem o futuro”, exorta. No livro, Madre Teresa afirma que “a doença mais grave não é a lepra ou a tuberculose, mas a solidão. Ela é a causa de desordens, divisões e guerras”. No início do prefácio, o Papa lembra que “a Igreja não é uma ONG; as ONGs trabalham para projetos e nós trabalhamos para Alguém. A Igreja trabalha para Cristo e para os pobres nos quais Cristo vive, nos estende a mão, invoca ajuda, pede o nosso olhar misericordioso, a nossa ternura”. “Amemos quem não é amado” está sendo publicado na Itália pela Editora Missionária Italiana (EMI), tem 96 páginas e custa 8,55 euros. (via Rádio Vaticano)

Estado Islâmico responde ao Papa: nossa religião é da guerra e nós te odiamos

O grupo terrorista Estado Islâmico saiu publicamente para rejeitar as declarações do Papa Francisco de que a guerra travada por terroristas islâmicos não é de natureza religiosa. A publicação assegura ao pontífice que sua única motivação é religiosa e foi sancionada por Deus no Alcorão. Na mais recente edição da Dabiq, a revista de propaganda do Estado Islâmico, o ISIS critica Francisco por sua ingenuidade no apego à convicção de que os muçulmanos querem paz e que os atos de terror islâmicos são motivados por finalidades economicas. “Esta é uma guerra divinamente garantida entre a nação muçulmana e as nações dos infiéis”, afirmam os autores em um artigo intitulado “By the Sword. (Pela Espada)” O Estado Islâmico ataca diretamente o pontífice por afirmar que “autêntico Islã e uma leitura adequada do Alcorão se opõem a todas as formas de violência”. Segundo a publicação, fazendo isso “Francisco continua a esconder-se atrás de um véu enganador de ‘boa vontade’, escondendo suas reais intenções de pacificar a nação muçulmana “. O Papa Francisco “tem lutado contra a realidade” em seus esforços para retratar o Islã como uma religião de paz, insiste reiteradamente o artigo. Ao mesmo tempo, a publicação do ISIS pede a todos os muçulmanos para pegar a espada da jihad, a “maior obrigação de um verdadeiro muçulmano” contra os infiéis. O artigo lamenta que apesar da natureza obviamente religiosa de seus ataques, “muitas pessoas nos países das cruzadas (países ocidentais) expressam choque e até mesmo repugnância pelo fato da liderança do Estado Islâmico ‘usar a religião para justificar a violência… De fato, jihad – espalhando a regra de Deus pela espada – é uma obrigação encontrada no Alcorão que é a palavra de nosso Senhor”, relembra o artigo. “Derramar o sangue dos descrentes é uma obrigação comum. O comando é claro: Matar os descrentes, como disse Allah, ‘Então matar os idólatras onde quer que você encontre-los. ” O Estado Islâmico também reagiu à descrição do Papa Francisco de recentes atos de terror islâmico como “violência sem sentido”, insistindo que não há nada de absurdo nisso. “A essência da questão é que há uma rima para o nosso terrorismo, guerra, crueldade e brutalidade”, eles declaram, acrescentando que o seu ódio para o Ocidente cristão é absoluta e implacável. O fato é que mesmo se vocês (nações ocidentais) não nos bombardeassem, aprisionassem, não nos torturassem, nos difamassem e não usurpassem nossas terras, temos que continuar a odiar vocês. Nossa principal razão para odiar vocês não vai deixar de existir até que vocês abracem o Islã. Mesmo que vocês sejam submetidos a pagar jizyah [imposto para infiéis] e viver sob a autoridade do Islã na humilhação, gostaríamos de continuar a odiá-los. Em uma recente conferência de imprensa no avião de volta da Polônia, o Santo Padre disse aos jornalistas que o mundo está em guerra. “Mas é uma guerra real, não uma guerra religiosa”, disse o pontífice. (via FidesPress)