quarta-feira, 29 de junho de 2016

1. DAR BONS CONSELHOS

O verdadeiro conselheiro é o próprio Deus e o seu Espírito Santo que nos ilumina o caminho e nos fala ao coração. Para aconselhar bem, é necessário antes de mais viver aquilo mesmo que o Espírito nos ilumina, ou seja, viver como Jesus viveu e nos ensinou. Como Ele disse: «Um cego pode guiar outro cego?» (Lc 6,39) Quem é aconselhado tem de descobrir em si próprio aquilo que é bom para si e descobrir como pôr em prática os meios para realizar esse fim. Aconselhar não é tanto apresentar soluções, mas mostrar caminhos, valorizar, dar ferramentas, dar testemunho e ser próximo. Dar bom conselho significa trazer da verdade para aquele que está nas trevas, “aos cegos a restauração da vista”, na escuridão dos tempos modernos esta obra de misericórdia espiritual encaminha para a salvação todos aqueles que acolherem Jesus, Caminho, Verdade e Vida. “… e os que tiverem introduzido muitos nos caminhos da justiça luzirão como as estrelas, com um perpétuo resplendor”. (Dn 11,3) Quando um conselho é bom? Quando conduz o outro para realizar a vontade de Deus. O bom conselho deve sempre estar de acordo com: A Palavra de Deus, os autênticos ensinamentos do Magistério da Igreja Católica e toda a doutrina cristã; um bom conselho jamais contraria as palavras de Jesus. Não são todas as pessoas que aceitam um conselho, porém muitas outras o procuram e não o encontram. Prontidão, não omissão: O cristão deve estar sempre pronto para dar bons conselhos oportuna ou inoportunamente, para que as almas não se percam por ignorância da verdade do Evangelho. Jesus deu um bom conselho para o leproso (Mc 1,44) “mostra-te ao sacerdote’ disse o Senhor, hoje podemos entender assim: ‘vai e confessa teus pecados ao sacerdote, ficarás livre…” Prestando atenção aos bons conselhos de Cristo certamente saberemos dar conselho com autoridade e discernimento a todos que se aproximarem de nós. A Palavra de Deus diz; “vai repreende, se te ouvir, terás ganhado teu irmão (Mt 18,15), Jesus não espera de nós o sucesso em nossos bons conselhos, porém, espera que não nos omitamos, a omissão é um grave pecado dos tempos modernos, vivemos em uma cultura em que cada um se preocupa com seu mundo desconhecendo até mesmo que está no outro lado da parede de sua sala, o isolamento do ser humano está diminuindo a comunicação e aumentando indiscriminadamente a ignorância em relação as razões de nossa fé. “Porém, como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue? (Rm 10,14). Nosso silêncio, indiferença e respeito humano, podem impedir que alguém conheça a verdade e se salve. Está escrito: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,32), que sejamos portadores e promotores da verdade com o mesmo fervor com que defendemos a nossa própria vida.

Obras de Misericórdia Corporais: Dar de comer a quem tem fome

1. DAR DE COMER A QUEM TEM FOME O povo bíblico sempre deu grande atenção aos pobres, mas será a partir de Cristo que tal atenção se torna central e a obra primordial. De tal modo é essencial que Bento XVI escreveu na Encíclica Caritas in veritate: «Os direitos à alimentação e à água revestem um papel importante para a consecução de outros direitos, a começar pelo direito primário à vida.» (N.º 27) Trata-se do inviolável direito à vida Deus, Pai de Misericórdia, alimentou o seu povo ao longo dos séculos e continua a fazê-lo diariamente, colocando o alimento na nossa mesa. Neste Jubileu extraordinário da Misericórdia, o dom diário dos alimentos não só deve reavivar em nós o agradecimento a Deus, mas também a preocupação com os irmãos que não têm o sustento diário. Pensemos nos milhões de pessoas no mundo que não têm nada ou quase nada para pra comer. Em contrapartida, em alguns lugares, ás vezes a comida é desperdiçada: para reduzir as reservas, por negligência ou para manter os preços elevados. "Os alimentos que são jogados no lixo - são palavras do Santo Padre - são como se fossem roubados da mesa de quem é pobre". Por isso, o Papa animou em várias ocasiões a melhorar a distribuição de produtos no mundo, e, assim, combater com esta e outras iniciativas, a "cultura do descartável", como ele mesmo chama. Dirijamos o nosso olhar para Cristo, e admiremos como multiplicou os pães e os peixes para saciar a multidão faminta. Um pouco antes, os apóstolos tinham sugerido que ele despedisse as pessoas: "Este lugar é deserto e já é tarde. Despede-os, para que possam ir aos sítios e povoados vizinhos e comprar algo para comer”, propuseram. Curiosamente, os Apóstolos propunham que depois de ter ouvido a palavra de Deus, cada família procurasse o próprio sustento. Mas o Senhor manifesta com fatos que dar de comer ao faminto é tarefa de todos nós: “Vós mesmos, dai-lhes de comer”, diz Jesus a eles, e então se realiza o grande milagre que surpreende a todos. Os Doze aprenderam bem a lição, pois mais tarde, nos primeiros anos da Igreja, encorajaram a distribuição de alimentos entre os fiéis mais pobres. Esta atitude manifestou-se na Igreja até hoje, e surgiram muitas iniciativas de caridade impulsionadas pelos cristãos. Devem ecoar na nossa alma as palavras de Jesus: "eu estava com fome, e me destes de comer". Perguntemos a nós mesmos: o que eu posso fazer? Como animo os outros? Jesus, que é Dador de vida, não só distribuiu os pães e os peixes numa colina da Galileia, mas também, ao chegar o momento sublime da Última Ceia, vemo-lo distribuir o pão transformado no Seu Corpo e o vinho transformado no seu Sangue. Se alguma vez nos desculpamos para não nos comprometermos com as obras de caridade, ou se o egoísmo leva-nos a afastar o olhar dos que não têm o mínimo necessário; se desperdiçamos dinheiro; ou se pensarmos que a fome é um tema muito complexo para lidar com ele pessoalmente, olhemos mais atentamente para Cristo-Eucaristia: Ele, Justiça suprema, ofereceu-se como alimento e se entregou completamente. Veio a este mundo para que a sua vida fosse sustento da nossa. Sua generosidade nos dá vigor, e a sua morte devolve-nos a vida.

domingo, 26 de junho de 2016

Quem não gosta de Madre Teresa, bom sujeito não é O comovente depoimento de um homem que decidiu largar tudo para dedicar sua vida a ajudar a Madre Teresa de Calcutá

Uma freira pequenina trabalhava como professora em uma escola católica, para meninas ricas. Até o dia em que, nas ruas de Calcutá, ela ouviu o clamor do Cristo sedento, faminto e doente. Após insistir, recebeu autorização para fundar uma nova ordem e, sozinha, deixou uma vida razoavelmente confortável e segura para viver entre os mais pobres dos pobres. Aos poucos, se juntaram a ela antigas alunas, que se tornaram as primeiras missionárias da caridade. Madre Teresa procurava Jesus nos lugares onde ninguém O buscava: no lixão, ela ia quase todos os dias revirar a imundície, e muitas vezes recolhia ali pessoas doentes, já roídas pelos ratos, e até bebês, um dos quais conseguiu “ressuscitar” com um boca a boca (fato captado pelas câmeras da BBC). Certamente, não foi uma mulher perfeita… deve ter tido lá os seus erros. Mas, dentro do coração de milhões de pessoas, católicas ou não, há uma convicção: se aquela mulher me visse em dificuldades, ela se comoveria e me ajudaria. Ela era mesmo santa. Tanto que seu nome virou sinônimo de virtude e bondade. teresa_bebeSuas rugas profundas eram como o leitos de um rio, onde corria amor e sofrimento. Mas o escritor ateu Christopher Hitchens não se comoveu com essa mulher; antes a odiou. Escreveu um livro e produziu um documentário – “Anjo do Inferno” – afirmando que Madre Teresa era “uma fanática, fundamentalista e uma fraude”. Em um programa de TV, foi além, e a xingou de bitch. Como militante do socialismo, Hitchens não poderia mesmo entender o bem que a Madre fazia aos pobres. Sua visão materialista de mundo o impedia de ver além do que os olhos podem enxergar. Cadê os hospitais de ponta? Cadê os pobres saindo da pobreza? Perguntava ele. Hitchens acusava a Madre de não ajudar os pobres a sair de seu estado de pobreza. De fato, Madre Teresa não fundou uma ONG, ela não fazia trabalho social; ela fazia CARIDADE, ela amava cada pobre como um filho saído de seu ventre. A mesma acusação que se fez a ela, poderia-se fazer a São Francisco de Assis: quem aí ouviu dizer que o santo levou algum pobre a ascender socialmente? E, no entanto… ele era a maior riqueza dos pobres, em seu tempo. Alguns leitores nos pediram para refutarmos o documentário “Anjo do Inferno”. Curiosamente, a BBC deixa disponível esse filme no Youtube, mas não o estupendo Something Beautiful For God, produzido pela mesma emissora, em 1969 (se alguém achar no Youtube, por favor me avise). O interesse da BBC em encobrir as boas obras da Madre e jogar lama em sua memória fica ainda mais claro quando a emissora se recusa a autorizar a exibição do documentário de 1969 em um festival de cinema gratuito realizado em 2010, para celebrar o centenário de nascimento de Teresa (Fonte: The Hindu). Alguns dizem que Hitchens era obcecado pela figura de Madre Teresa. Eu prefiro pensar que ele era fascinado por ela, mas se revoltava contra esse fascínio, tentando sufocá-lo com fúria. Fúria e amargura era só o que ele tinha, já que seu livro e seu documentário são pobres, muito pobres em fundamentação. Que Deus tenha misericórdia de sua alma. Espero que, ainda que em seu último suspiro, ele tenha se arrependido de seus erros. Em vez de rebater o documentário de Hitchens, em que Madre Teresa é ate mesmo acusada de combater fortemente o aborto e o divórcio (eita mulé marvada!), preferimos deixar aqui o testemunho do nosso leitor Harun Salman. Ele aprendeu a amar Jesus no convívio com a freirinha de Calcutá. Então, os ateus socialistas ladram, e a caravana da caridade passa! “A Madre não fazia proselitismo; evangelizava” Por Harun Salman teresa_calcutaFilho de uma família altamente cosmopolita, cresci entre Sussex (Inglaterra) e Sringeri (Índia), com eventuais férias no Brasil. Um dia, ouvi alguém dizer que “o santo é a criatura humana plenamente realizada”. Pronto. Decidi ser santo. Minhas primeiras referências foram Swami Chinmayananda, um líder hindu, e Madre Teresa. Convivi com os dois. Com Swami Chinmayananda, aprendi sânscrito e vedanta. Com Madre Teresa, aprendi a amar Jesus. Estudar com Swamiji (uma forma carinhosa de chamar Swami) foi fácil. Ele e seus discípulos davam aula perto de casa. Porém, trabalhar com Madre Teresa foi bem mais difícil. Ela percorria ambientes perigosos, trabalhava muito e não podia perder tempo catequizando um moleque com pretensões à santidade. Tive que esperar pela autorização dos meus pais. Finalmente a autorização veio. Era 1979. Eu não tinha mais o cabelo azul da rebeldia. Tinha estudado enfermagem. Falava hindi, sânscrito, tâmil e malayalam. Era o melhor aluno do colégio, campeão de matemática. Parecia um menino ajuizado. Era um bom ator. Meus pais acreditaram. E, aos 15 anos, conheci minha heroína. Eu era apenas mais um de uma grande turma de estudantes ingleses, uma garotada que queria “fazer a sua parte”. Madre Teresa nos olhou com simpatia e gentileza, mas não sem certa contrariedade. E nos pôs para trabalhar, inicialmente, pequenas tarefas: varrer o dispensário, lavar o chão, cortar vagens. Aos poucos, os que mostravam resistência iam ganhando mais tarefas. A maioria ia desistindo. Dessa turma inicial, só eu perseverei. Madre Teresa chegava para a missa e lá estava eu. Teimoso. Acho que ela começou a achar engraçado. Ganhei mais responsabilidades. Fui autorizado a trabalhar em Nirmal Hriday, um local fundado pela Madre para que as pessoas destituídas (“os mais pobres entre os pobres”) não agonizassem como animais, nas ruas, mas tivessem seus últimos momentos cercadas de amor. A Madre não fazia proselitismo; evangelizava. Cada moribundo recebia atenção conforme a sua fé. Chamávamos sacerdotes hindus e pândits quando necessário. Frequentemente, eles não vinham. Por isso, memorizei o “Garuda Purana”, um texto hindu, que fala do pós-morte, com o equivalente hindu de Céu, Inferno e Purgatório. Um senhor que estava no final da vida pediu-me que o recitasse. Recitei. Ele perguntou como eu sabia aquilo. E eu disse que Jesus também ensinava sobre Swarga (o Céu). “Quem é Jesus?”, ele perguntou, querendo evidentemente uma resposta filosófica (hindus são muito introspectivos). Eu respondi: “Jesus é o começo e o fim”. Ele suspirou: “Oh! Eu amo Jesus!”, e morreu. teresa_papaA maioria estava lá morrendo mesmo. Levantei os olhos para chamar alguém e dei de cara com Madre Teresa. Devo ter feito alguma coisa bem, pois me foram confiadas novas tarefas. Ajudei a separar aqueles que na verdade não estavam morrendo, mas só precisavam de atendimento médico. Não podíamos pagar táxis (dinheiro era sempre um problema), por isso, quando um paciente precisava ser levado para o hospital, eu o carregava. Sou forte, isso nunca foi problema. O trabalho, que já era muito, aumentou. Fui autorizado a trabalhar em Shanti Nagar, uma “cidade” fundada por Madre Teresa para abrigar os hansenianos, sempre vítimas de preconceito (leia-se violência). Amei o trabalho! Era exaustivo, mas apaixonante! Faltavam recursos, sobrava amor! Madre Teresa precisava estar em constante movimento, pedindo ajuda para os recursos mais elementares. Nunca sabíamos de onde viria a comida, no dia seguinte. Nem se haveria comida, no dia seguinte. Vivíamos da Providência, literalmente! Por isso, vivíamos em oração. Sem oração, eu entraria em pane! Aprendia-se a orar na marra! Madre Teresa era absolutamente gentil, com todo mundo. Mas nem um pouco sentimental. Era firme, decidida, prática. Não ficava sorrindo à toa, feito uma pateta, nem vivia de cara amarrada. Gostava de cantar e de que cantassem. Ela gostava muito de me ouvir cantar “À la claire fontaine”, uma canção infantil, e “Teresinha de Jesus”. Traduzi a letra para a Madre, e ela observou que era um ensinamento sobre a Santíssima Trindade (“Acudiram três cavalheiros…”). E é mesmo! Ela trabalhava mais do que qualquer pessoa que eu conheci. A qualquer momento que alguém olhasse para ela, ela estaria trabalhando, sem sair do estado orante. Eu vi sua saúde declinar, ao longo dos anos. Ficava impaciente quando sua energia física não acompanhava sua incrível energia espiritual. Quando eu perdi minha família, foi nela que eu encontrei conforto. Quando meus amigos, a mulher que eu amava e toda a sua família foram mortos num terrível massacre, em 1994, foi nela, velhinha e muito doente, que eu encontrei conforto. O que ela disse? Nada. Ela simplesmente estava lá.

5 passos para começar a vencer a depressão Dicas simples que podem ajudar as pessoas que se sentem presas a este grande mal que aflige nossa sociedade

A solidão, a tristeza e a depressão fazem parte de um mesmo problema que parece atacar a sociedade de maneira cada vez mais pronunciada. Não é difícil encontrar pessoas que se queixam da sua solidão ou da impotência que sentem ao não conseguirem consertar as coisas que lhes causam tristeza ou algo mais profundo. Lembrando que a depressão precisa ser tratada o quanto antes por profissionais especializados, eu gostaria de compartilhar algumas indicações que podem ser de ajuda para encontrar caminhos de vida para as pessoas que se sentem no meio de um buraco negro, úmido e frio. Leve em consideração que os seguintes conselhos não substituem uma terapia nem são de aplicação universal. Se forem úteis para você, aproveite: 1. Cuide das suas rotinas: sono, vigília, alimentação, exercício (caminhar, por exemplo, é um excelente primeiro passo). Em geral, começar a apropriar-se da sua vida faz bem, iniciando pelas condutas de autocuidado. 2. Tenha foco no presente, porque o passado não pode ser mudado e o futuro não existe. Se a pessoa fica olhando para as dificuldades anteriores, ela se frustra e, se pensa no que está por vir, se angustia. 3. Comece dando um passo de cada vez: não pretenda solucionar todos os problemas em uma só tarde, porque, novamente, a angústia vai surgir ao ver uma lista tão grande de pendências. 4. Procure ser útil: uma pessoa, mesmo com depressão, pode prestar um serviço aos outros ou a si mesmo. Esta experiência de ajudar a diminuir a dor do outro, ou de ajudá-lo a ser feliz, é algo que cura, porque, entre outras coisas, induz a pessoa a deixar de olhar o tempo todo para si mesma, para os próprios problemas, caindo na autocompaixão. 5. O apoio espiritual e o terapêutico são especialmente necessários para deixar o passado para trás, perdoar os outros e perdoar a si mesmo, bem como para construir uma agenda que permita enfrentar o futuro com esperança. A depressão não pode ser curada em um final de semana, mas a minha experiência ensina que as pessoas que seguem estes conselhos, especialmente o último, conseguem superar esta dificuldade e reencontrar-se com sua vida. (Por Saulo Medina Ferrer, psicólogo)

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Deus: uma galinha que pode tudo – menos uma coisa! A imagem literalmente "chocante" com que o papa Francisco retratou o Deus que nos ama - baseando-se no próprio Cristo

Jesus chora sobre Jerusalém. Uma cena impactante, imperscrutável, da vida de Cristo: Deus que chora! Foi a partir deste episódio que o Papa Francisco construiu uma das suas mais inesquecíveis e inspiradoras homilias. Profunda e ao mesmo tempo singela, a homilia de Francisco em 29 de outubro de 2015 nos recordará para sempre como é o amor de Deus pelos seus filhos – inclusive pelos piores dentre os seus filhos. “Jesus chora sobre Jerusalém, a cidade que mata os profetas, aqueles que anunciam a sua salvação. E Deus diz para Jerusalém e para todos nós: ‘Quantas vezes eu quis reunir os teus filhos como a galinha junta os pintinhos debaixo das asas, e tu não quiseste!’”. Deus, esperando a resposta de cada filho ao seu amor! Deus ama a tal ponto que esse amor se transforma em sua “fraqueza”! Por amor, Ele não pode nos obrigar a corresponder. “Todo homem, toda mulher, pode recusar o presente” de Deus, observa o Papa Francisco. “Mas o presente está aí”. E enfatiza o papa: “Deus não pode ficar longe de nós. Esta é a ‘impotência’ de Deus! Deus é poderoso, pode fazer tudo! Menos uma coisa: ficar longe de nós”. Ainda na liturgia daquele dia de outubro de 2015, a primeira leitura mostrava São Paulo indagando: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. E ele mesmo respondia: “Nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus”. E não é por mérito nosso, mas porque o Amor de Deus é indestrutível quando o aceitamos. “Não é que nós vençamos os nossos inimigos, o pecado. Não! Nós estamos tão vinculados ao amor de Deus que nenhuma pessoa, nenhum poder, nada pode nos separar desse amor! Paulo viu nesse dom Aquele que dá o dom: é o dom da recriação, do renascimento em Cristo Jesus. Ele viu o amor de Deus. Um amor que não tem explicação”. E Deus chora por amor! Disse o Papa Francisco: “Jesus chorou! Chorou sobre Jerusalém e aquele pranto é toda a ‘impotência’ de Deus: a incapacidade dele de não amar, de ficar longe de nós. Deus chora, chora por mim quando me afasto dele; chora por cada um de nós; chora pelos iníquos, que fazem tanta coisa ruim, tanto mal à humanidade… Ele aguarda; não condena. Ele chora. Por quê? Porque ama! Deus não pode não amar!” “Eu posso rejeitar esse amor, como o ladrão que o rejeitou mesmo no final da vida. Mas aquele amor estava lá, esperando por ele. O pior dentre nós, o maior dos blasfemos é amado por Deus com uma ternura de pai, de papai”. Deus, como disse o próprio Cristo, é uma galinha que abre as asas para os seus pintinhos. Sempre.

Nada passa despercebido para a Mãe Santíssima

Vivia em Paris uma senhora piedosa e muito devota de Maria Santíssima. Era sua alegria enfeitar a imagem de Nossa Senhora com lindas flores naturais. Seu marido, mesmo sendo homem sem fé, trazia flores aos sábados para que a esposa tivesse o prazer de colocá-las diante da imagem da Virgem. Aconteceu, porém, que o homem morreu repentinamente, sem ter tempo de receber os santos sacramentos. Grande foi a dor da viúva, que temia pela salvação do marido. Na sua aflição, procurou o santo cura d’Ars, pe. João Maria Vianney, que, recebendo-a, antes de ouvir uma só palavra dela, disse: “Minha filha, console-se; a alma do seu marido está salva. Nossa Senhora, recompensando-lhe as flores que oferecia aos sábados, alcançou-lhe a graça da contrição perfeita, de maneira que recebeu, na última hora, o perdão dos seus pecados”. Eis como nada passa despercebido para a Mãe Santíssima! _______________ Extraído da revista “O Calvário”, dos padres passionistas, número 3, março de 1961, via blog Almas Castelos.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Papa Francisco: “O mundo precisa muito de Cristo, de sua salvação, de seu amor misericordioso”

“O Evangelho deste domingo nos convida mais uma vez a nos colocar face a face com Jesus” – disse o Papa Francisco antes da oração do Angelus neste domingo, na praça de São Pedro -. “Um dos raros momentos tranquilos, em que se encontra sozinho com os seus discípulos, Ele lhes pergunta: «Que sou eu, no dizer das multidões?» E eles respondem: ‘João Batista; outros dizem Elias; outros, porém, um dos antigos profetas que ressuscitou’.” “As pessoas estimavam Jesus e o consideravam um grande profeta, mas ainda não estavam conscientes de sua identidade verdadeira, ou seja, que Ele fosse o Messias, o Filho de Deus enviado pelo Pai para a salvação de todos”, frisou o Pontífice. “Jesus, então, fala diretamente aos Apóstolos, porque é isso que lhe interessa mais, e pergunta: ‘E vocês, quem dizem que eu sou?’ Imediatamente, em nome de todos, Pedro respondeu: ‘O Cristo de Deus’, ou seja, o Messias, o Consagrado de Deus, enviado por Ele para salvar o seu povo, segundo a Aliança e a promessa.” “Jesus percebe que os Doze, em particular Pedro, receberam do Pai o dom da fé; e por isso começa a falar com eles abertamente, assim diz o Evangelho, abertamente sobre o que acontecerá em Jerusalém: ‘O Filho do Homem, disse, deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e escribas, ser morto e ressuscitar no terceiro dia’”. “Aquelas perguntas são repropostas hoje a cada um de nós”, disse o Papa. “Quem é Jesus para as pessoas do nosso tempo? Mas a outra é mais importante: Quem é Jesus para cada um de nós? Somos chamados a fazer da resposta de Pedro a nossa resposta, professando com alegria que Jesus é o Filho de Deus, a Palavra eterna do Pai que se fez homem para redimir a humanidade, derramando sobre ela a misericórdia divina em abundância. O mundo precisa muito de Cristo, de sua salvação, de seu amor misericordioso. Muitas pessoas sentem um vazio em torno de si e dentro de si; talvez, algumas vezes, nós também; outras vivem inquietas e na insegurança por causa da precariedade e dos conflitos. Todos precisamos de respostas adequadas às nossas profundas perguntas concretas.” “Em Cristo, somente Nele”, sublinhou Francisco, “é possível encontrar a paz verdadeira e o cumprimento de toda aspiração humana. Jesus conhece muito bem o coração do ser humano. Por isso, Ele pode curá-lo, doar-lhe vida e consolo”. Depois de concluir o diálogo com os Apóstolos, Jesus se dirige a todos dizendo: ‘Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me’. “Não se trata de uma cruz ornamental, ou uma cruz ideológica, mas é a cruz da vida, é a cruz do próprio dever, a cruz do sacrificar-se pelos outros com amor, pelos pais, pelos filhos, pela família, pelos amigos, e também pelos inimigos, a cruz da disponibilidade de ser solidários com os pobres, de se comprometer com a justiça e a paz. Ao assumir estes comportamentos, estas cruzes, sempre se perde alguma coisa. Nunca devemos nos esquecer que ‘quem perderá a sua vida por Cristo, a salvará’. É um perder, para ganhar.” O Papa convidou a recordar “os nossos irmãos que ainda hoje colocam em prática estas palavras de Jesus, oferecendo o seu tempo, o seu trabalho, o seu esforço e até mesmo a própria vida para não renegar a sua fé em Cristo”. “Jesus, mediante o seu Santo Espírito, nos dá a força para ir adiante no caminho da fé e do testemunho: realizar aquilo em que acreditamos; não dizer uma coisa e fazer outra. Neste caminho sempre está conosco e nos precede Nossa Senhora. Deixemos que ela pegue a nossa mão, quando atravessamos os momentos mais sombrios e difíceis”, concluiu o Papa. (Com informações Rádio Vaticano)

Papa Francisco: “É feio julgar. O juízo é só de Deus, somente d’Ele”

‘Todos nós queremos que no Dia do Juízo, o Senhor nos olhe com benevolência, que se esqueça das coisas feias que fizemos na vida’, disse o Papa Francisco na homilia de hoje, pronunciada na capela da casa Santa Marta, no Vaticano. Por isso, ‘se você julga continuamente os outros – advertiu – será julgado com a mesma medida’. “O Senhor – prosseguiu – nos pede para nos olharmos no espelho”: “Olha no espelho… mas não para se maquiar, para que não se vejam suas rugas. Não, não, não é este o conselho… Olha no espelho para ver você mesmo, como é. ‘Por que olha o cisco que está no olho do seu irmão e não percebe a trave que está no seu? Como você pode dizer a seu irmão ‘Deixa eu tirar o cisco do seu olho, enquanto não presta atenção na trave que está no seu olho?’. E como nos define o Senhor, quando fazemos isso? Com uma só palavra: ‘Hipócrita’. Tira primeira a trave do seu olho, e só então, poderá ver direito e tirar o cisco do olho do seu irmão”. O Senhor, disse o Papa, podemos notar que “fica um pouco com raiva aqui”, nos chama de hipócritas quando nos colocamos no lugar de Deus”. Isto, acrescentou, é o que a serpente persuadiu a fazer Adão e Eva: “Se vocês comerem isso, vocês serão como Ele”. Eles, disse o Papa, “queriam tomar o lugar de Deus”: “Por isso é feio julgar. O juízo é só de Deus, somente d’Ele! A nós o amor, a compreensão, rezar pelos outros quando vemos coisas que não são boas, mas também falar com eles: ‘Mas, olha, eu vejo isso, talvez …’ Mas jamais julgar. Nunca. E isso é hipocrisia, se nós julgamos”. Quando julgamos, continuou, “nós nos colocamos no lugar de Deus”, mas “o nosso julgamento é um julgamento pobre”, nunca “pode ser um verdadeiro julgamento”. “E por que – pergunta-se o Papa – o nosso não pode ser como o de Deus? Por que Deus é Todo-Poderoso e nós não?” Não, é a resposta de Francisco, “porque em nosso julgamento falta a misericórdia. E quando Deus julga, julga com misericórdia”: “Pensemos hoje no que o Senhor nos diz: não julgar, para não ser julgado; a medida, o modo, a medida com a qual julgamos será a mesma que usarão para conosco; e, em terceiro lugar, vamos nos olhar no espelho antes de julgar. ‘Mas aquele faz isso… isto faz o outro…’ ‘Mas, espere um pouco… ‘, eu me olho no espelho e depois penso. Pelo contrário, eu vou ser um hipócrita, porque eu me coloco no lugar de Deus e, também, o meu julgamento é um julgamento pobre; carece-lhe algo tão importante que tem o julgamento de Deus, falta a misericórdia. Que o Senhor nos faça entender bem essas coisas”.

Ele começou enterrando fetos abortados e hoje é pai de mais de 100 crianças

No mundo existem autênticos heróis, pessoas que não aparecem nas capas das revistas e não são milionárias, mas que com o seu exemplo de vida fazem do mundo um lugar para se sentir orgulhoso de viver. Um desses heróis anônimos é Tong Phuoc Phuc, um vietnamita que decidiu fazer sua contribuição e com isso tem salvado a vida de dezenas de bebês. Ele é pai de mais de cem crianças que, sem ele, nunca teriam nascido. Tudo começou em 2001, sua esposa estava grávida e teve muitas complicações. O parto foi difícil e Phuc conta que enquanto aguardava no hospital sua esposa se recuperar, viu que muitas mulheres entravam grávidas na sala de parto mas saiam sem nenhum bebê. A princípio ele não entendeu, mas quando viu os médicos jogando os fetos no lixo, se deu conta do que estava acontecendo. Ele se compadeceu e então pediu para levar esses corpos. Com todas as economias que tinha de seu trabalho como construtor, comprou um pequeno campo para poder enterrar os restos dos bebês que eram jogados. No começo, sua esposa pensou que ele tivesse enlouquecido, mas ele continuou fazendo isso e atualmente já são mais de 10.000 fetos abortados que aí descansam. Desde que ele começou a enterrar os corpos, mães pós-abortivas começaram a vir até o cemitério para rezar pelos filhos aí sepultados, e grávidas em risco de aborto começaram a procurar por ele para pedir ajuda. Phuc abriu as portas da própria casa para que essas gestantes tivessem onde ficar e se ofereceu a adotar os bebês que elas não quisessem. Desde então, ele adotou mais de cem bebês que seriam abortados e conseguiu que, com o tempo, muitas dessas mães voltassem para buscar os filhos quando se encontrassem em melhores condições. Todos os bebês que Phuc adota, se são meninos, tem o nome de Vihn (que significa “Honra”), e se são meninas, são chamadas de Tam (que é “Coração”); o segundo nome é sempre o da mãe ou da cidade de origem dela – caso a mãe retorne; e o sobrenome é Phuc, que é o dele, pois ele considera todos como seus próprios filhos. Ele diz que “essas crianças agora têm um lar seguro. Eu estou disposto a ajudar e a ensiná-las a serem boas pessoas”. Apesar de parecer cansativo, Phuc não pensa em parar. Ele declarou que “continuarei a fazer esse trabalho até meu último suspiro de vida, e encorajo meus filhos a continuarem ajudando outras pessoas desprivilegiadas.” Confira algumas fotos da página oficial de Phuc no Facebook: (via Sempre Família)

Cristãos das Arábias

É importante não generalizar conceitos ou preconceitos a respeito da presença do Islã, seja no Oriente Médio ou nos países do Extremo Oriente da Ásia. Obviamente, as ações dos grupos radicais, no Iraque e Síria alimentam as notícias das redes da grande mídia internacional, dando a impressão de que o islamismo é igual em todos os lugares. Expatriados de muitos países que trabalham e moram nos Emirados Árabes Unidos, Omã, Kuwait, Barhein, Qatar e Jordânia, respiram ares bastante diferentes. Certamente a experiência de praticar religiões que não sejam o Islã é muito diferente, se fizermos comparações com países de tradição e cultura cristãs. Nos Emirados Árabes Unidos, a presença islâmica é avassaladora. São 5.251 mesquitas espalhadas sobre um território, relativamente pequeno, de 83.600 quilômetros quadrados. Salas de oração, em centros e edifícios comerciais e parques, reforçam ainda mais a atmosfera islâmica do país. Em qualquer parte da cidade, é possível ouvir os chamados para a oração, cinco vezes por dia, emitidos pelos poderosos sistemas de amplificação. De acordo com o Research Center’s Religion & Public Life Project: United Arab Emirates de 2010 , dos quase 10 milhões de habitantes, 77% são islâmicos, 10% católicos, 4% hinduístas, 2% budistas e 7% outras religiões ou nenhuma. Uma das preocupações comuns de quem vem morar por esses lados, e não é muçulmano, refere-se à prática de sua religião. “Será que é proibido seguir outra religião?”. “Será que existem igrejas cristãs?”. “Como será a vida de um cristão em um país muçulmano?”. Estas são as perguntas mais frequentes. Os governantes dos Emirados Árabes Unidos e a mídia, sempre que uma ocasião se apresenta, manifestam seu orgulho de serem considerados um país aberto e tolerante com as outras religiões. As igrejas cristãs e templos no país são construídos em terras generosamente doadas pelos governantes de cada Emirado. Atualmente, em todo o país, são 8 os locais destinados às igrejas e templos. Todas as atividades relacionadas com o culto e doutrinação devem ser realizadas, nas dependências das instituições religiosas. As igrejas não têm permissão para exibir cruzes ou colocar sinos acima do teto. As construções devem ser baixas sem a opulência das igrejas cristãs de outros países. Quase todas a igrejas católicas estão funcionando no limite de sua capacidade. Além de usar todos os espaços internos dos edifícios, algumas delas levantaram grandes tendas para abrigar os frequentadores do sol, sob as quais participam das funções religiosas, transmitidas por telões. Por ser um país islâmico cujo feriado semanal é a sexta-feira, as atividades religiosas dos cristãos e outras religiões sucedem neste dia em vez do domingo. Para atender o maior número de participantes, são celebradas até 15 missas, numa sexta-feira, em 9 ou mais línguas. A curiosidade é que a liturgia dominical é celebrada nos três dias, sexta, sábado e domingo. A Igrejas Anglicanas, além de edificarem seus lugares de culto, multiplicaram salas para acolher grupos cristãos que não possuem estrutura própria. Aos estrangeiros e cidadãos locais, respeitar o Islã é tido como obrigatório. Blasfemar ou cometer sacrilégio contra qualquer religião é profundamente ofensivo. O descumprimento dessas regras pode resultar em prisão ou deportação, previstas pela Constituição do país. O proselitismo com a intenção de converter muçulmanos é proibido, mesmo que seja praticado de maneira inconsciente. O ensino de qualquer religião que não seja o islamismo não é permitido em escolas públicas. Por causa dessas questões, é importante ficar atento às manifestações de fé em público; por exemplo, colocar terços ou adesivos de cunho religioso no carro e usar vestimentas ou acessórios que “denunciem” a sua crença, como as camisetas com imagens de santos e crucifixos. Isso é considerado como proselitismo. Os muçulmanos têm muita dificuldade de aceitar qualquer ideia religiosa que não seja estritamente monoteísta. Embora não concordem com a definição de Deus Uno e Trino, os cristãos são bem vistos, por serem considerados “do Livro”, uma forma de referir-se aos cristãos e judeus por serem monoteístas. Pe. Olmes Milani CS., missionário – via Rádio Vaticano

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Francisco aos artistas de rua: ‘Semear beleza e alegria também é misericórdia’

Na manhã de hoje a Sala Paulo VI no Vaticano tornou-se palco dos artistas de rua que estão em Roma para celebrar seu jubileu. Primeiro um grupo de bailarinos do Quênia agiu no momento da chegada do Papa Francisco. Em seguida foi a vez de um titereiro que com marionetes arrancou gargalhadas de todos os presentes, incluindo o Santo Padre que acompanhava com atenção e diversão a apresentação. Música interpretada pelo grupo chileno ‘el pastelito’, e as acrobacias de um grupo de jovens artistas e de quatro irmãos fecharam o turno das atuações. Até um tigre e um filhote de pantera passaram pelo palco e o Pontífice se aproximou para acaricia-los. Tudo isso em um ambiente festivo e alegre como era apropriado para esta ocasião. “Artesãos” da festa, da maravilha, da beleza: com estas qualidades enriquecem a sociedade em todo o mundo, também com a ambição de alimentar sentimentos de esperança e confiança. Assim definiu o Papa Francisco aos artistas de rua e de circo que recebeu nesta quinta-feira na audiência dedicada aos participantes deste jubileu do espetáculo ambulante e popular. E fazem isso – observou o Santo Padre – por meio de exibições que têm a capacidade de elevar a alma, mostrar a audácia de exercícios particularmente complicados, fascinando com a maravilha da beleza e propor ocasiões de diversão saudável. Da mesma forma assegurou aos presentes que “a festa e a alegria” são sinais característicos da sua identidade, da sua profissão e vida, e que no Jubileu da Misericórdia não podia faltar este encontro. Ademais, o Santo Padre indicou que estes artistas têm um recurso especial já que com as suas contínuas viagens podem “levar a todos o amor de Deus, o seu abraço e a sua misericórdia”. Podem ser – acrescentou – comunidades cristãs itinerantes, testemunhas de Cristo que está sempre a caminho para encontrar também os mais distantes. Por outro lado, o Papa felicitou os presentes porque neste Ano Santo, abriram seus shows para os mais necessitados, pobres e sem-teto, presos e jovens desfavorecidos. Isso também é misericórdia, “semear beleza e alegria em um mundo às vezes sombrio e triste”. O pontífice disse que o espetáculo ambulante e popular é a forma mais antiga de entretenimento; está ao alcance de todos e é dirigida a todos, pequenos e grandes, especialmente às famílias; promove a cultura do encontro e a sociabilidade na diversão. Portanto, Francisco afirmou que os seus espaços de trabalho podem se tornar locais de agregação e de fraternidade. Assim, incentivou-os a estar sempre abertos aos pequenos e necessitados e oferecer palavras e gestos de consolo aos que estão fechados em si mesmos. O Santo Padre, sabendo que por causa do trabalho que fazem é difícil pertencer a uma comunidade paroquial de forma estável convidou-os a “cuidar da sua fé”, e aproveitando todas as ocasiões para “aproximar-se dos sacramentos”. Da mesma forma pediu para as Igrejas particulares e paróquias estarem atentas às necessidades das pessoas ambulantes. A Igreja – garantiu – se preocupa com os problemas que acompanham a vida itinerante e quer ajudar a eliminar preconceitos que às vezes deixam-nos um pouco marginalizados. Em conclusão, o papa lembrou-lhes que devem sempre fazer o seu trabalho com amor e cuidado, confiantes em que Deus os acompanha com a sua providência, sendo “generosos nas obras de caridade, disponíveis a oferecer os recursos e o gênio das suas artes e profissões”. E, finalmente, recordou aos presente o bem que fazem à sociedade, talvez muitas vezes sem nem sequer dar-se conta, ou, sem sabe-lo, em um trabalho que “semeia muito bem”.

Francisco pede para cada cidade realizar uma obra de misericórdia que permaneça

“Quero chamar todos os homens e mulheres de boa vontade de todo o mundo para que em cada cidade, em cada diocese, em cada associação, se faça uma obra de misericórdia”, assim pediu o Santo Padre em uma vídeo mensagem realizada para a campanha “Seja a misericórdia de Deus” organizada pela fundação pontifícia Ajuda a Igreja Necessitada. A iniciativa para captar fundos e que durará do 17 de junho ao 4 de outubro, será para a realização de várias obras de misericórdia em todo o mundo. Dessa forma, no vídeo o Santo Padre recorda que “os homens e as mulheres necessitamos da misericórdia de Deus, mas também necessitamos de nossa misericórdia; necessitamos dar-nos a mão, acariciar-nos, cuidar-nos, e não fazer tantas guerras”. Por outro lado convida os promotores da campanha a seguir adiante com “o espírito que herdaram do pe. Werenfried van Straaten, que, no seu momento, teve a missão de fazer no mundo estes gestos de proximidade, de aproximação, de bondade, de amor e de misericórdia”. Portanto, o Pontífice convidou todos a “fazer em cada lugar do mundo uma obra, mas que fique, uma obra fixa de misericórdia; uma estrutura para as tantas necessidades que existem no mundo hoje”.

O Papa começa a campanha “Seja a misericórdia de Deus” com uma doação

“Seja a misericórdia de Deus”, este é o lema da campanha internacional de arrecadação de fundos da Ajuda à Igreja que Sofre, que conta com o apoio do Papa Francisco e que foi apresentada nesta sexta-feira na Sala Marconi da Rádio Vaticano. A campanha começou com o encontro que tiveram hoje, sexta-feira, os diretores da AIS com o Papa Francisco, durante o qual o Pontífice gravou uma pequena vídeo mensagem, dirigida aos homens e mulheres de boa vontade, pedindo que eles façam uma obra de misericórdia, uma estrutura fixa em alguma parte do mundo, “sem ter medo da misericórdia”, porque “a misericórdia é a carícia de Deus”. O secretário geral, Philipp Ozores, destacou que o Papa lhes comentou na audiência de hoje que conhecia o trabalho da AIS há 30 anos porque recebia ajuda para a Igreja argentina. Na coletiva de imprensa o cardeal Piacenza destacou o trabalho da AIS desde o fim da Segunda Guerra Mundial e disse que “na fisionomia da obra há um selo claramente pastoral”, uma fundação de direito pontifício que conta até mesmo com um assistente eclesiástico, “que destaca os problemas também sob o perfil espiritual”. Também anunciou que o Papa Francisco doou 100 mil euros para um projeto na clínica São José, na cidade de Erbil, no Kurdistão iraquiano, a qual não faz distinção entre credos ou religiões quando atende as pessoas. Trata-se de um dos seis mil projetos que AIS leva adiante, alguns dos quais na América Latina.

Papa Francisco: “A porta de entrada da Igreja é o batismo e não a ordenação sacerdotal ou episcopal”

“O Pontifício Conselho para os Leigos nasceu por expressa vontade do Concílio Vaticano II” recordou o Santo Padre Francisco, hoje, em seu discurso aos 85 participantes na Assembleia do Pontifício Conselho para os Leigos, no Vaticano. Trata-se “de um dos melhores frutos do Concílio Vaticano II”. “Podemos dizer – disse Francisco – que o mandamento que recebestes do Concílio foi precisamente o de “motivar” os fieis leigos a envolver-se sempre mais e melhor na missão evangelizadora da Igreja, não por “delegação” da hierarquia, mas porque o seu apostolado “é participação à missão salvífica da Igreja, à qual são todos membros do Senhor por meio do batismo e da crisma”. Nesse contexto, a porta de entrada da Igreja é o batismo. “E esta é a porta de entrada! À Igreja se entra pelo Batismo, não pela ordenação sacerdotal ou episcopal, se entra pelo Batismo! E todos entramos por meio da mesma porta. É o Batismo que faz de cada fiel leigo um discípulo missionário do Senhor, sal da terra, luz do mundo, fermento que transforma a realidade a partir de dentro”, afirmou. Agradecendo por estes anos, em concreto, o Santo Padre mencionou o surgimento dos movimentos, dos novos ministério laicos, bem como o crescente papel da mulher na Igreja ou as Jornadas Mundiais da Juventude. Referindo-se à atual junção do Dicastério, o Papa disse que “À luz deste caminho percorrido, é tempo de olhar novamente com esperança para o futuro. Falta muito ainda por percorrer aumentando os horizontes e reunindo os novos desafios que a realidade nos apresenta. Daqui nasce o projeto de reforma da Cúria, especialmente da junção do vosso Dicastério com o Pontifício Conselho para a Família em conexão com a Academia pela Vida”. Portanto, o pontífice convidou todos a “acolher esta reforma, que vos corresponde, como sinal de valorização e de estima pelo trabalho que vocês realizam e como sinal de renovada confiança na vocação e missão dos leigos na Igreja de hoje”. Por conseguinte, Francisco explicou que o “novo Dicastério que vai nascer terá como “timão” para continuar na sua navegação, por um lado a Christifideles laici e por outro a Evangelii gaudium e a Amoris laetitia, tendo como campos privilegiados de trabalho a família e a defesa da vida”. Finalmente, o Santo Padre sublinhou que “necessitamos de leigos bem formados”, “que não tenham medo a errar, que sigam adiante”. Necessitamos leigos – disse – com visão de futuro, não fechados nas misérias da vida.

Nova Igreja das catacumbas: aumentam conversões do islã ao cristianismo. Mas…

Um número crescente de refugiados muçulmanos na Europa está se convertendo ao cristianismo, escreveu na semana passada o jornal britânico The Guardian, em matéria que abrangia um panorama interno e externo aos limites do Reino Unido. Os números envolvidos são eloquentes, baseados, por exemplo, nos batismos em massa que se verificam nos diversos países, frisou o jornal. Na Áustria, a Igreja católica registrou 300 pedidos de batismo de adultos só no primeiro trimestre de 2016. A pastoral do país estima que 70% desses pedidos vieram de refugiados. Os fiéis da igreja da Trindade em Steglitz, Berlim, aumentaram de 150, há dois anos, para 700, devido, segundo o pároco Gottfried Martens, às conversões de muçulmanos. Em Liverpool, Inglaterra, das cerca de 100 a 140 pessoas que assistem à missa semanal em língua farsi, a maioria é imigrante do Irã e do Afeganistão. Um em cada quatro, conforme levantamento realizado pelo bispo de Bradford, dom Toby Howarth, é convertido do islã. Na maior parte dos casos, trata-se de requerentes de asilo. A conversão é uma questão delicada e a Igreja a trata com extremo cuidado. Publicamente, fala-se pouco do assunto porque o risco de alimentar as tensões com o mundo muçulmano é alto, em especial no atual contexto histórico de crescente fundamentalismo islâmico no Oriente Próximo e Médio, bem como na África, onde a religião tem sido explorada a ponto de ser vista como o próprio pivô dos conflitos em andamento. Cada palavra sobre o tema deve ser ponderada, até porque o diálogo cuidadoso tem sido o caminho traçado há décadas. ATRAÇÃO, NÃO PROSELITISMO “A Igreja está crescendo, mas não por fazer proselitismo: ela não cresce por proselitismo; ela cresce por atração, pela atração do testemunho que cada um de nós dá ao povo de Deus”, declarou o papa Francisco, esclarecendo os termos da discussão. A perspectiva, portanto, tem no centro a evangelização, essencialmente ligada ao anúncio do Evangelho a quem não conhece Jesus Cristo ou sempre o rejeitou, como comentou o papa na Evangelii Gaudium, seu documento programático de pontificado. Números oficiais não existem. Estimativas estatísticas não estão disponíveis. Ainda assim, é notório que muitos daqueles que não conhecem Jesus ou que antes o rejeitavam “estão buscando a Deus em segredo, impulsionados pela sede do seu Rosto, inclusive em países de antiga tradição cristã”, observa o pontífice. E “todos têm o direito de receber o Evangelho”. Não se trata de impor “uma nova obrigação, mas de compartilhar uma alegria, sinalizando um horizonte belo”. Faz algumas semanas, o tema foi abordado pelo cardeal suíço Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, durante uma conferência inter-religiosa no Instituto Woolf da Universidade de Cambridge: “Nós temos missão de converter a todos os que pertencem a religiões não cristãs”, disse o cardeal, mas acrescentando que “é importante fazê-lo mediante o testemunho credível e sem qualquer proselitismo”. No entanto, bastou o uso da palavra “converter” para desencadear um grande tumulto, que acabou exigindo a intervenção do diretor do gabinete de imprensa do Vaticano para esclarecer as palavras de Koch e afirmar que os relatos dos jornais não correspondiam ao que ele realmente tinha dito. E isso que o cardeal já tinha deixado claro que o proselitismo não é a receita para voltar a preencher uma Igreja que, em certas latitudes, sofre de uma dormência generalizada que vai muito além dos bancos vazios nas missas de domingo. Koch mencionara os muçulmanos, embora a sua referência principal fossem os jihadistas, que, por trás da bandeira da crença religiosa, perseguem, na verdade, fins políticos: “Precisamos converter, acima de tudo, os que usam da violência, porque, quando uma religião usa a violência para converter os outros, estamos diante do abuso da religião”. A CONVERSÃO DO IRANIANO JOHANNES A atração cristã de que falava o Papa Francisco é clara no testemunho de Johannes, um iraniano que, na matéria do Guardian, contou como e por que se converteu. Nascido em família muçulmana, ele se chamava Sadegh. Na universidade, começou a se fazer perguntas sobre as raízes do islã. E afirma: “Descobri que a história do islã era totalmente diferente do que eu tinha aprendido na escola. Talvez, comecei a pensar, ela fosse uma religião que se estabeleceu com a violência”. Prossegue Johannes, que hoje mora em Viena: “Mas uma religião que dá os seus primeiros passos com a violência não pode levar as pessoas à liberdade e ao amor. Jesus Cristo disse que quem com espada fere, com espada perece. Isso realmente mudou a minha forma de pensar”. Johannes empreendeu o seu caminho de conversão no Irã, mas logo se viu forçado a deixar o país. CONVERSÕES DE FACHADA? É claro que existe o risco de que as pessoas só procurem o batismo esperando maiores chances de conseguir asilo na Europa. Por este motivo, a Conferência Episcopal Austríaca publicou no ano passado novas orientações para os sacerdotes, alertando que muitos refugiados poderiam tentar facilitar o seu estabelecimento no país através da suposta conversão. “Admitir ao batismo pessoas identificadas como ‘não críveis’ implica perda de credibilidade para a própria Igreja”. Desde 2014, aplica-se um período de preparação em que se verifica o desejo sincero da conversão. “Não estamos interessados em ter cristãos pro forma”, explica Friederike Dostal, que coordena os cursos de preparação para o batismo de adultos na arquidiocese vienense. Na Alemanha, o pe. Martens também só batiza muçulmanos depois de três meses de catequese: “Muitos são mesmo atraídos pela mensagem cristã, que muda a sua vida”. Os que nunca mais põem os pés na igreja depois da suposta conversão chegam a cerca de 10%, conta ele. CONVERSÕES AUTÊNTICAS EM PAÍSES IMPROVÁVEIS Já os casos como o de Johannes são vários, inclusive em países onde a atração cristã pareceria impossível. Na Arábia Saudita, por exemplo, o número de cristãos está crescendo mesmo com a proibição de quaisquer cultos que não sejam o oficial: o islã. Estimativas, de novo, não há. A base para esta observação são os sinais que se percebem no cotidiano. De acordo com os raros dados disponíveis, os cristãos existentes no país wahabita seriam pouco mais de um milhão; na maioria, trabalhadores estrangeiros. A organização Open Doors (Portas Abertas), criada para defender os cristãos perseguidos em todo o mundo, revelou recentemente que também entre os sauditas estão crescendo as conversões – em segredo, é claro. O exemplo citado é o de Mohammed (nome fictício), que se converteu ao cristianismo depois de vasculhar informações na internet. Ele conheceu cristãos de fora das fronteiras do reino saudita e, pela primeira vez na vida, em outro país do Oriente Médio, entrou em uma igreja e começou a estudar a bíblia. Depois de alguns dias, perguntado sobre quem era Jesus, ele respondeu: “É meu salvador, é meu Deus”. Recebeu o batismo antes de voltar para casa, sem que ninguém soubesse. A história não é muito diferente da do escritor Nabil Qureshi, autor do livro “Buscar Alá, encontrar Jesus”. Qureshi relatou repetidas vezes, publicamente, a sua experiência de jovem muçulmano vivendo no Ocidente, alertado continuamente contra os “riscos de contaminação” que sofreria dos cristãos. “Os primeiros versos do alcorão que memorizávamos na mesquita proclamam que Deus não é pai nem filho. Já o recitávamos aos 6 anos de idade. Também aprendemos que Maomé foi o maior mensageiro de Deus e que nunca viveu neste planeta nenhum homem mais perfeito do que ele. Não é difícil entender como eu me tornei um ferrenho opositor da Trindade”, ri ele hoje. Também no seu caso foi decisivo um encontro: seu amigo David era capaz de dialogar de modo quase teológico. Depois de um milhar de disputas, brigas e confrontos, até mesmo sobre a confiabilidade dos Evangelhos e da crucificação de Cristo, veio o ponto de viragem pelo qual passam ainda muitos outros jovens: “Eles entendem que a visão cristã de Jesus é muito mais coerente do que a visão dos muçulmanos sobre o Nazareno. Eles podem ver que o islã foi construído sobre bases muito fracas do cristianismo. E podem parar de afastar as pessoas de Jesus, passando a anunciar o Evangelho. Foi o que aconteceu comigo. É o que pode acontecer com eles”. EVANGELIZAÇÃO INDIRETA Que o tema é delicado fica claro pelo sínodo sobre a evangelização, de 2012, que abordou as conversões do islamismo ao cristianismo, mas sem alarde. Um panorama da situação foi pintado por dom Bechara Boutros Raï, o patriarca de Antioquia dos Maronitas, criado cardeal no ano seguinte pelo papa Bento XVI em seu último consistório: “A evangelização nos países árabes é realizada indiretamente, dentro das escolas católicas, das universidades, dos hospitais e das instituições pertencentes a dioceses e ordens religiosas abertas tanto a cristãos quanto a muçulmanos. A evangelização indireta é praticada principalmente através dos meios de comunicação social, em especial os católicos, que transmitem as celebrações litúrgicas e vários programas religiosos. Constatamos, entre os muçulmanos, conversões secretas ao cristianismo”. Raï, no auge da agitação política e social que inflamava o Magreb e o Oriente Próximo, falou do advento de uma “primavera cristã, que levará, pela graça de Deus e graças a uma nova evangelização iluminada, a uma verdadeira primavera árabe da democracia, da liberdade, da justiça, da paz e da defesa da dignidade de todo homem, contra todas as formas de violência e de violação dos direitos”. Basta pensar em Marrocos, onde a presença cristã triplicou em quinze anos e os neófitos pertencem principalmente às classes médias altas, que veem no cristianismo “uma religião da tolerância e do amor”, em contraste com um islã demasiado restritivo. Abdul al Halim, médico e coordenador da igreja anglicana local, explicou no ano passado que “a religião (cristã) só pode ser praticada em segredo”, já que o credo muçulmano é a religião de estado. “Somos forçados a rezar como se fôssemos uma associação secreta. Tivemos até que nos dividir em dois grupos para evitar chamar a atenção”. Uma prova do crescimento das conversões inclusive em áreas de forte predominância islâmica vem do Patriarcado Latino de Jerusalém, que contou a história das conversões ao cristianismo no Egito, o país árabe com a maior quantidade de cristãos entre seus habitantes. Repete-se o cenário: não há números exatos, porque “quem se converte sofre o risco de processos judiciais ou mesmo de morte, caso a conversão se torne pública”. UMA NOVA IGREJA DAS CATACUMBAS É uma “Igreja das catacumbas”, continuou o Patriarcado, “não tanto por causa do confronto com o governo, como pode ser o caso na China e em outros países asiáticos, mas para se proteger das vinganças das comunidades de origem dos novos cristãos”. E o fator que desencadeia o processo de crescimento da Igreja é o mesmo dos princípios do cristianismo: “Na perseguição, ou seja, quando a conversão parece mais improvável e mais perigosa, a mensagem de Cristo vai abrindo o seu caminho. E é justamente nisto que pensam os cristãos: eles são perseguidos, mas, ainda mais do que isto, são encorajados a estender a sua Igreja, que cai, mas se levanta toda vez”. _____________ A partir de texto de Mateus Matzuzzi, em Il Foglio, via Il sismografo

Santo Antônio e a mula do herege O santo foi desafiado: "Prove-me que o corpo de Cristo está presente na Hóstia, e eu me converterei". E ele provou - de maneira incrível!

Em todos os lugares por onde passava, Santo Antônio de Pádua era o flagelo dos hereges, em virtude do maravilhoso dom que possuía de refutar suas objeções e desmascarar suas calúnias contra a Fé Católica. Encontrando-se ele certo dia em Toulouse (França) para combater os erros dos inimigos da Santa Igreja, viu-se em luta contra um dos mais tenazes albigenses. A longa discussão acabou recaindo sobre o tema do augusto Sacramento da Eucaristia. Após grandes dificuldades, o defensor do erro ficou reduzido ao silêncio. Por fim, derrotado, mas não convertido, ele recorreu a um argumento extremo, desafiando o Santo: – Deixemos de palavras e vamos aos fatos. Se, por algum milagre, podeis provar diante de todo o povo que o corpo de Cristo está de fato presente na Hóstia consagrada, eu abjuro a heresia e me submeto ao jugo da Fé. – Aceito o desafio – replicou logo Santo Antonio, cheio de confiança na onipotência e na misericórdia do Divino Mestre. – Eis, pois, o que proponho: tenho em minha casa uma mula; depois de deixá-la fechada durante três dias sem qualquer alimento, eu a trarei para esta praça. Então, em presença de todos, oferecerei a ela uma abundante quantidade de aveia para comer. E vós lhe apresentareis isso que dizeis ser o corpo de Jesus Cristo. Se o animal faminto abandonar a comida a fim de correr para esse Deus que, segundo vossa doutrina, deve ser adorado por todas as criaturas, eu crerei de todo coração no ensinamento da Igreja Católica. * * * No dia marcado, acorreu gente de todas as partes, enchendo a praça onde se realizaria a grande prova. Católicos e hereges, todos estavam numa expectativa fácil de imaginar. Perto dali, numa capela, Frei Antônio celebrava a Santa Missa com um fervor angelical. Chega então o albigense, puxando sua mula, enquanto um comparsa traz o alimento preferido do animal. Uma multidão de hereges o escolta, pressagiando sua vitória. Nesse momento, sai da capela Santo Antônio, tendo nas mãos o cibório com o Santíssimo Sacramento. Faz-se um profundo silêncio. Dirigindo-se à mula, ele brada com forte voz: – Em nome e pelo poder de teu Criador, o qual, apesar de minha indignidade, aqui seguro realmente presente em minhas mãos, eu te ordeno, pobre animal: vem sem demora inclinar- te com humildade diante d’Ele. Devem os hereges reconhecer que toda criatura presta submissão a Jesus Cristo, Deus Criador, que o padre católico tem a honra de fazer descer sobre o altar! Ao mesmo tempo, o albigense põe o monte de aveia debaixo da boca da mula esfomeada, incitando-a a comer. Oh, prodígio! Sem prestar qualquer atenção no alimento que lhe é oferecido, não escutando senão a voz de Frei Antônio, o animal se inclina ao ouvir o nome de Jesus Cristo e depois se prostra de joelhos diante do Sacramento de Vida, como para adorá-lo. À vista disto, os católicos explodem em manifestações de entusiasmo, enquanto os albigenses ficam esmagados de estupor e confusão. O dono da mula, porém, mantendo a palavra de honra dada a Santo Antônio, abjura a heresia e torna-se um fiel filho da Igreja. (P. Eugéne Couet, Miracles Historiques du Saint Sacrément, 3ª ed., pp. 170-172) Albigenses, o que eram? A seita maniquéia dos cátaros (puros) deitou fortes raízes no Languedoc, sudoeste da França, em torno da cidade de Albi, de onde lhes veio o nome de albigenses. Em sua História Universal da Igreja Católica, o conceituado historiador Rohrbacher demonstra que não se tratava simplesmente de uma heresia a mais, como tantas outras: “Eles não negavam apenas uma determinada verdade, mas toda verdade, toda religião, toda moral, toda justiça, toda sociedade”. Segundo eles, “o mal, o pecado, o crime não decorrem do livre arbítrio do homem, mas sim da criatura, senão da própria substância do ‘Deus Mau’, que fez o universo visível. (…) Daí concluíam os maniqueus: sendo o mal obra do ‘Deus Mau’, é uma injustiça castigar por ele o homem; a justiça humana, que pune os malfeitores, é uma atroz injustiça que precisa ser abolida a ferro e fogo. (…) Uma vez que as coisas visíveis, materiais, físicas, são obra de Satanás, o casamento, a procriação de filhos, é, pois, uma obra maldita, a qual é preciso execrar e impedir por todos os meios”. Negavam os albigenses a Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo e, em conseqüência, todas as outras verdades da Fé, com especial ênfase na Sagrada Eucaristia. Para sustar a expansão dessa doutrina deletéria esforçaram-se os monges cistercienses e, sobretudo, o grande São Domingos de Gusmão. Fonte: Rohrbacher, História Universal da Igreja Católica, 9ª edição, 1903, tomo IX, pp. 135-136. O Pão da vida É oportuno lembrar algumas palavras do Fundador dos Sacramentinos, São Pedro Julião Eymard, alma apaixonada por Jesus-Hóstia. Foi o próprio Jesus quem se chamou Pão da Vida. E que nome! Fosse um Anjo obrigado a nomeá-lo, dar-lhe-ia um nome condizente com seus atributos: Verbo, Senhor, mas nunca ousaria chamar seu Deus de pão! E, no entanto, o verdadeiro nome de Jesus é de fato Pão da Vida. Na Cruz, será, qual farinha, triturado, peneirado, para, depois ressuscitado, ser para nossas almas o que o pão material é para nosso corpo. Na verdade, Jesus é nosso Pão da Vida. (…) Nosso Senhor o proclamou: “Quem comer minha Carne terá a Vida em si”. Mas que Vida? A própria Vida de Jesus. (…) O alimento comunica, com efeito, sua substância a quem dele participa. Jesus não se mudará em nós, mas nos transformará n’Ele. (…) Para enfrentar as muitas lutas da vida cristã, só a Eucaristia vos dará as forças suficientes, pois, sem ela, tanto a oração como a piedade não tardarão em esmorecer. A piedade sem a Comunhão é uma piedade morta. Nem o Batismo, que dá a Vida; nem a Crisma, que a aumenta; nem a Penitência, que a recupera, bastam por si. Estes Sacramentos são apenas uma preparação para a Eucaristia, que os completa e coroa. (“A Divina Eucaristia”, vol. II, pp. 64 – 66) – Revista Arautos do Evangelho, Novembro/2004, n. 35, pp. 38-39) (via Arautos)

A conversão do iraniano Johannes: “Deixei o islã porque Cristo prega o amor” "Uma religião que dá os seus primeiros passos com a violência não pode levar as pessoas à liberdade e ao amor"

DO IRÃ PARA A ÁUSTRIA; DO ISLÃ PARA CRISTO Johannes é o novo nome de um jovem iraniano que se chamava Sadegh. Nascido no Irã, em família muçulmana, ele hoje também tem novo país e nova fé: mora na Áustria e, do islã, passou a Cristo. Johannes contou ao jornal britânico The Guardian, em 6 de junho, como e por que se converteu. Ele tinha começado a se fazer perguntas sobre as raízes do islã ainda em sua terra natal, durante a universidade. “Descobri que a história do islã era totalmente diferente do que eu tinha aprendido na escola. Talvez, comecei a pensar, ela fosse uma religião que se estabeleceu com a violência (…) Mas uma religião que dá os seus primeiros passos com a violência não pode levar as pessoas à liberdade e ao amor. Jesus Cristo disse que quem com espada fere, com espada perece. Isso realmente mudou a minha forma de pensar”. Johannes empreendeu o seu caminho de conversão ainda no Irã, mas logo se viu forçado a deixar o país. O DIREITO DE RECEBER O EVANGELHO “A Igreja está crescendo, mas não por fazer proselitismo: ela não cresce por proselitismo; ela cresce por atração, pela atração do testemunho que cada um de nós dá ao povo de Deus”, declarou o papa Francisco, esclarecendo os termos da discussão sobre a conversão religiosa. Em seu centro não está o proselitismo, e sim a evangelização, essencialmente ligada ao testemunho do Evangelho a quem não conhece Jesus Cristo ou sempre o rejeitou. Números oficiais não existem. Estimativas estatísticas não estão disponíveis. Ainda assim, é notório que muitos daqueles que não conhecem Jesus ou que antes o rejeitavam “estão buscando a Deus em segredo, impulsionados pela sede do seu Rosto, inclusive em países de antiga tradição cristã”, observa o Santo Padre. E “todos têm o direito de receber o Evangelho”. Não se trata de impor “uma nova obrigação, mas de compartilhar uma alegria, sinalizando um horizonte belo”. CONVERSÕES DE FACHADA? A Conferência Episcopal Austríaca publicou no ano passado novas orientações para os sacerdotes, alertando que muitos refugiados poderiam tentar facilitar o seu estabelecimento no continente europeu através da suposta conversão. “Admitir ao batismo pessoas identificadas como ‘não críveis’ implica perda de credibilidade para a própria Igreja”. Desde 2014, aplica-se na Áustria um período de preparação em que se verifica o desejo sincero da conversão. “Não estamos interessados em ter cristãos pro forma”, explica Friederike Dostal, que coordena os cursos de preparação para o batismo de adultos na arquidiocese vienense. Apesar do risco real das “conversões de fachada”, histórias como a de Johannes se multiplicam tanto na Europa quanto nos próprios países de origem destes novos cristãos – países onde a “atração cristã” de que fala o Papa Francisco pareceria impossível. Mas o Espírito Santo sopra onde quer. Conheça mais algumas dessas histórias e do atual e complexo fenômeno das conversões de muçulmanos ao cristianismo: Nova Igreja das catacumbas – aumentam as conversões do islã a Cristo, mas…

quarta-feira, 15 de junho de 2016

O viajante, São José e o acidente fatal de trem

Foi em 18 de março de 1888. Viajava um sacerdote no trem de Mogúncia a Colônia, na Alemanha, quando, ao passar por Bonn, notou que seu vizinho se persignou, juntou as mãos e pôs-se a rezar. – Amanhã é a festa de São José. Seria por acaso o seu patrono? – perguntou-lhe o padre. – Não, senhor. A minha esposa até se chama Josefina, e eu bem que gostaria de estar amanhã em sua companhia. Mas tenho outro motivo para dar graças… E, se interessar ao senhor, posso contar-lhe a minha história, pois um sacerdote a entenderá. – Certamente. – Quando menino, recebi de minha boa mãe uma educação piedosa. Infelizmente, ela morreu bem cedo; meu pai não se ocupou de minha educação religiosa e logo abandonei todas as práticas de piedade. Encontrei, mais tarde, uma jovem excelente, e, desejando fazê-la minha esposa, fingi sentimentos religiosos que não possuía. Uma vez casados, quase morreu de pesar quando lhe abri meu coração e me pus a zombar de suas devoções. Há cinco anos, na sua festa onomástica, dei-lhe um rico presente, mas ela, quase receosa, me disse: “Há outro presente que me faria mais feliz“. Qual? “A salvação da tua alma, querido“, respondeu ela, entre soluços. Então lhe disse para pedir-me o que quisesse e eu o faria. Ela propôs: “Vem comigo amanhã, dia de São José, até igreja tal. Haverá sermão e bênção“. Aceitei: “Se for só isso, podes enxugar as tuas lágrimas que te acompanharei“. A igreja estava repleta. O pregador, muito moço, “deixou-me frio e indiferente”, prosseguiu o viajante em seu relato ao sacerdote a bordo do trem: – Contudo, ele disse uma coisa que me impressionou: “Jamais alguém invocou a proteção de São José sem que recebesse o seu auxílio. Tende firme confiança de que ele correrá em socorro de todo aquele que o invocar na hora do perigo, ainda que seja pecador ou mesmo incrédulo“. Ao sairmos da igreja, minha esposa me disse: “Muitas vezes estarás em perigo em tuas viagens. Promete-me que, chegando o caso, dirás esta breve oração: ‘S. José, rogai a vosso divino Filho por mim’“. O sacerdote ouvia o relato com atenção. O viajante continuou: – Assim prometi. Pouco depois, viajava por este mesmo lugar em que nos encontramos agora. Éramos sete no compartimento. De repente, um apito de alarme e um formidável choque nos atirava pelos ares. Não tive tempo de dizer mais que “São José, socorro!”. Tudo foi coisa de um instante. Ao voltar a mim, vi alguns dos meus companheiros horrivelmente despedaçados. Eu sofrera apenas leves contusões. Desde aquele dia, retomei as práticas religiosas e repito sempre, com grande confiança: “São José, socorrei-me!“. Confira também o testemunho de devoção a São José escrito por Santa Teresa de Jesus: ela também afirma que ninguém que recorra a São José se verá algum dia defraudado. Para ler o testemunho: “O homem a quem o próprio Deus chamou de pai” ______________ A partir de “Tesouro de Exemplos”, Pe. Francisco Alves, via blog O Segredo do Rosário

terça-feira, 14 de junho de 2016

A devoção a Misericórdia de Deus em Ruanda

Deus pode consertar tudo. Ele pode transformar o mal em bem. Em apenas 100 dias, em 1994, cerca de 800 mil pessoas foram mortas em Ruanda. Esse genocídio é considerado uma das maiores tragédias humanas na história africana. O Padre Stanislaw Filipek, um missionário polonês que está em Ruanda há mais de 30 anos, tem dedicado seu serviço a espalhar a consciência da Misericórdia de Deus através da construção de um Santuário da Divina Misericórdia em Kigali e, mais recentemente, da coordenação do primeiro Congresso Continental sobre a Misericórdia de Deus na África, que será realizado em setembro de 2016. Durante sua visita à sede da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), ele falou do seu trabalho de ensinar a Divina Misericórdia vivida na Ruanda de hoje, como ela foi explicitada pela santa Irmã Faustina Kowalska, a apóstola da Divina Misericórdia, conhecida no mundo inteiro. "Cristo se revelou para a Irmã Faustina entre as duas guerras mundiais", explica o Padre Stanislaw. Em um momento de profunda desesperança, quando as pessoas estavam aflitas com a tragédia após o grande mal que foi feito, exatamente naquele momento, no auge do desespero mais profundo, quando tudo estava perdido, arruinado, Deus se revelou como misericordioso. Deus pode consertar tudo. Ele pode transformar o mal em bem. Estamos sendo constantemente convidados a aprender isso e este é o fio condutor do nosso trabalho pastoral em Ruanda." O Padre Stanislaw traça um paralelo com a experiência de Ruanda através de uma história. "Uma jovem mulher, cerca de 20 anos atrás, quando ainda era uma menina, deu falso testemunho contra um homem que vivia em uma casa que alguém queria tomar. Este falso testemunho foi suficiente para colocar o homem na prisão por oito anos. Ele sofria por estar na prisão e pelo seu crescente desejo de vingança. Enquanto estava na prisão, ele teve um encontro pessoal com Jesus. Ele se converteu e começou um processo de perdão interior. Enquanto isso, a mulher que o acusou percebeu que cada vez que ela rezava, o nome deste homem não saia de sua cabeça. A consciência dela despertou e ela contou a um padre e logo eles concluíram que ela precisava encontrar esse homem e implorar por seu perdão. Assim começou um longo processo de busca. Ela procurou as prisões por anos. Um dia, ela soube que o homem havia sido libertado e ela finalmente encontrou sua casa. Com medo e sem saber como ele reagiria, ela pediu o seu perdão. "Eu a perdoei há muito tempo", foi a resposta. "Eu queria me vingar contra você, mas eu me converti e agora estou consciente de que Deus me levou através de uma Via Sacra - muito difícil - mas que me libertou. E assim eu te perdôo." Ele a abraçou e beijou. Agora são amigos. A devoção a Misericórdia de Deus em Ruanda "foi semeada em terreno fértil", diz o missionário, "porque neste contexto pós-guerra uma grande pergunta surgiu: Como falar sobre o perdão? Em Ruanda eu ouvi muitas vezes esta pergunta: "quem deve perdoar primeiro?" Não há uma resposta fácil, mas eu continuei a repetir: aquele que é mais sábio, aquele que está mais perto de Deus, este deve aprender a perdoar. Nunca se perde ao se perdoar. Pelo contrário, você só pode ganhar. Eu acho que as palavras de João Paulo II na encíclica Dives in Misericordiae são úteis aqui. Ele disse que a arte da Misericórdia de Deus consiste em tirar o bem do mal que se sofreu. Isso significa que não devemos focar no mal – o que causamos ou o que sofremos - mas sim no bem que podemos fazer. Eu acho que este é o mais eficaz e, provavelmente, o único caminho para a reconciliação." "A ideia da Misericórdia de Deus se espalhou por toda Ruanda de uma forma bastante simples", explica o missionário. "Os Palotinos na França publicaram uma pequena brochura sobre a devoção à Misericórdia de Deus, incluindo o Terço da Misericórdia, o Domingo da Misericórdia, a Hora da Misericórdia, etc. Nós o traduzimos para o Kinyarwanda, uma das línguas oficiais do país, e se espalhou rapidamente. Num certo momento, os bispos começaram a perguntar: 'O que é isso tudo, esta misericórdia de Deus?'. Eles não sabiam e tinham medo de que fosse algum tipo de seita. "Para atender ao crescente interesse pelo tema, os palotinos, em 2008, propuseram que a Conferência Episcopal de Ruanda assumisse a responsabilidade pelo movimento e desde então ele tem crescido rapidamente com capelães nacionais, um comite nacional para os grupos da Divina Misericórdia. E de 9 a 15 de setembro de 2016, em Kigali, Ruanda, um primeiro Congresso Continental Africano da Misericórdia de Deus será realizado. Apoiado pela Ajuda à Igreja que Sofre, o tema do encontro é "Misericórdia de Deus como fonte de esperança para a Nova Evangelização do Continente Africano". "Depois que uma sociedade foi dilacerada pelo genocídio, pela guerra e pelo luto pelas vítimas, vemos claramente que a misericórdia de Deus pode ser a resposta, um antídoto para todo este mal, pelo qual as pessoas estão aflitas" explica com alegria o Fr. Stanislaw.

Anjos me resgataram de satanistas em festival de música

Nesta postagem reproduzimos um testemunho narrado pelo sacerdote português, do Ministério dos Exorcismos, Padre Duarte Sousa Lara. Sabemos que Satanás e seus demônios exercem influência em todos os campos de atuação humana com o objetivo de fazer perder as almas. Não é diferente no mundo artístico e da música, que podem ser utilizados para o mal. Na Europa [local deste testemunho] e em todo mundo existem festivais de música que duram horas regadas com muitas drogas, sexo, violência e diversas formas de comportamentos desordenados. O nosso personagem é um habilidoso técnico de iluminação que foi procurado pelos organizadores de um festival de música tecno, que costuma reunir vinte mil jovens por evento durante onze horas. O dinheiro era muito e não era problema. Ele cobrava o que queria e era pago. Montou o sistema de iluminação de vários eventos do mesmo organizador. Ele é de família católica. No entanto, como é muito comum, na adolescência havia se afastado da fé e percorreu outros caminhos, mas, conta ele, nunca afastou Deus do coração. O fato é que começou a perceber que havia algo de errado [além do que seria natural notar] naqueles eventos. O homem que o contratara controlava a mesa de iluminação e projetava nos telões imagens estranhas e perturbadoras. Encorajando-se, resolveu questionar o dono da festa sobre seus objetivos. Sorrindo, o homem fazia as projeções nos telões e apontava para os jovens, para que nossa testemunha pudesse fazer o nexo entre o comportamento das pessoas com o que era projetado no telão. De imediato ele percebeu tudo. Passou a clamar a Deus para sair dali, mas não era possível. Caiu o véu: ele estava cercado por demônios. Naquele momento foi convidado a assumir a mesa de iluminação e ele mesmo fazer as projeções. Queriam iniciá-lo no satanismo. Ele não assentiu, mas não havia por onde escapar. Com o coração clamando por Deus, assumiu o controle das luzes e acionou um mecanismo que deixou todo o ambiente em luz verde. Em seguida veio um estouro: todo o estádio ficou às escuras e o caos foi instaurado. Ele viu a oportunidade de escapar, mas às escuras, cercado pelos satanistas e seguranças, era praticamente impossível. Mesmo assim partiu para procurar a saída. Foi quando, e ele conta isso com lágrimas nos olhos, percebeu a presença de dois rapazes, um se postou à sua frente, outro à retaguarda e, caminhando em ritmo de marcha, o conduziram até a saída do estádio. No momento em passou da porta para fora, eles desapareceram: eram anjos! Em prantos ele correu para pegar seu carro, mas percebeu outra presença, parou e voltou-se para trás. Era são Miguel Arcanjo, que perguntou, e ele respondeu: -Você ama a Deus? -Amo. -Renuncias a Satanás? -Renuncio. -Vai. Voltou-se novamente para o carro, mas ouviu Deus dizer a seu coração que não era para usar o veículo. Ele deveria voltar para casa [noutro país] utilizando outro meio de transporte. Ele usou o metrô, foi para estação de trem e viajou horas de volta para casa, com o livramento de Deus. Ele voltou para a Santa Igreja Católica, atualmente é um realizador de cinema católico e dá testemunho de tudo que viveu há 15 anos passados. (via Apostolado Catecismo da Igreja Católica. Fonte: Padre Duarte Sousa Lara)

Papa Francisco: rezar por aqueles que nos desejam o mal “Que o Senhor nos dê a graça, apenas esta: rezar por nossos inimigos"

Saber rezar por quem não nos quer bem melhora os nossos inimigos e nos torna mais ‘filhos do Pai’. Com esta reflexão, o Papa encerrou a homilia da missa da manhã da terça-feira, (14/06), celebrada na Casa S. Marta. Francisco descreveu o trecho do Evangelho em que Jesus exorta os discípulos a buscarem a perfeição de Deus, que leva o seu sol aos bons e aos maus. “Vocês entenderam o que foi dito, mas eu lhes digo”. A Palavra de Deus e dois modos inconciliáveis de interpretá-la: uma lista árida de deveres e proibições ou o convite a amar o Pai e os irmãos com todo o coração, chegando ao ponto de rezar pelo próprio adversário. É a dialética do confronto entre os doutores da lei e Jesus; entre a Lei proposta de modo esquemático ao povo hebraico e a seus líderes e a plenitude daquela mesma Lei que Cristo afirma trazer. Adversários O Papa reafirma uma convicção já expressa outras vezes. Quando Jesus inicia a sua pregação, hostilizado por seus adversários, ‘a explicação da lei naquele tempo estava em crise’: “Era uma explicação teórica demais, casuística. Digamos que era uma lei na qual não existia o coração próprio dela, que é o amor de Deus, que Deus nos deu. Por isso, o Senhor repete o que estava no Antigo Testamento: qual é o maior Mandamento? Amar a Deus, com todo o coração, com todas as forças, com toda a alma; e ao próximo como a ti mesmo. E na explicação dos Doutores da Lei isto não constava muito. No centro estavam os casos: isto se pode fazer? Até que ponto se pode fazer aquilo? E se não se pode?… A casuística própria da Lei. E Jesus toma isto e retoma o verdadeiro sentido da Lei para leva-lo à sua plenitude”. Cura O Papa coloca em evidência como Jesus oferece “muitos exemplos” para mostrar os Mandamentos sob uma nova luz. “Não matarás”, afirma, também pode significar não insultar um irmão e assim por diante, até a enfatizar como o amor é “mais generoso das palavras da lei”, do manto acrescentado como um presente para aquele que pediu o vestido e os dois quilômetros feitos com aquele que pediu para ser acompanhado somente por um: “É um trabalho que não é apenas um trabalho para o cumprimento da Lei, mas é um trabalho de cura do coração. Nesta explicação que Jesus faz sobre os Mandamentos – no Evangelho de Mateus, em particular – há um caminho de cura: um coração ferido pelo pecado original – todos nós temos o coração ferido pelo pecado, todos – deve seguir este caminho de cura e curar para assemelhar-se ao Pai, que é perfeito: “Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito”. Um caminho de cura para ser filhos como o Pai”. Passo mais difícil E a perfeição que Jesus indica é aquela contida na passagem de hoje do Evangelho de Mateus. “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem”. “É o último passo” desta estrada, afirma o Papa, o mais difícil. Francisco lembra que, quando era jovem, pensando em um dos grandes ditadores da época, era costume rezar para que Deus lhe reservasse em breve o inferno. Em vez disso, conclui, Deus pede um exame de consciência: “Que o Senhor nos dê a graça, apenas esta: rezar por nossos inimigos; rezar por aqueles que nos desejam o mal, que não nos querem bem; rezar por aqueles que nos ferem, que nos perseguem. E cada um de nós sabe o nome e o sobrenome: rezar por isso, por isso… Garanto a vocês que esta oração vai fazer duas coisas: ele vai melhorar, porque a oração é poderosa, e nós seremos mais filhos do Pai”. (Rádio Vaticano)

Uma lição do pai do primeiro arcebispo de São Paulo a uma senhora vaidosa

Dom Duarte Leopoldo e Silva foi o primeiro arcebispo de São Paulo. Primeiro dos dez filhos do casal Bernardo Leopoldo e Silva e Dona Ana Rosa Marcondes Leopoldo e Silva, ele nasceu na então pequena cidade de Taubaté, em 4 de abril de 1867. Seu pai era um português muito honrado, com conhecimentos suficientes para ser bom chefe de família. Viera para o Brasil ainda mocinho e exercia a profissão de alfaiate. Pela honradez de seu caráter e pela sua perícia profissional, nunca lhe faltaram encomendas das pessoas principais da localidade. Sua casa comercial, para satisfazer às circunstâncias do tempo e do ambiente, deveria ter artigos de loja e de empório. O Sr. Arcebispo aludia, muitas vezes, às “bolachas de bordo” e aos artigos femininos usados pelas senhoras e que seu pai vendia. Para frisar bem o caráter de seu progenitor, incapaz de uma deslealdade, contava Sua Excelência o seguinte fato: “As senhoras da época tinham como traje de gala certos xales europeus”. O Sr. Bernardo, atendendo pedidos, encomendou tais xales na Europa. Chegando os artigos, mandou um fino xale a uma das freguesas. Mas a dama julgou-se ofendida com a apresentação da encomenda, ou pelo desalinho do volume, ou por capricho, devolvendo-a ao Sr. Bernardo com enorme reprimenda, pois “aquilo não era xale que lhe enviasse, mas sim para uma criada”. Embaraçado, o honesto negociante percebeu todo o tamanho da vaidade daquela cliente e quis dar-lhe boa lição. Mandou pedir desculpas à ilustre freguesa, afirmando-lhe que já lhe fizera nova encomenda, esperando, agora, ser-lhe em tudo agradável. Passados tempos, o Sr. Bernardo tomou um daqueles mesmos xales e o envolveu em papéis de seda; colocou-o em apresentável caixa de papelão, marcou no preço uma cifra três vezes maior que na primeira vez e o enviou à vaidosa senhora. Inútil é dizer que ela então se julgou muito honrada com o xale, o mesmíssimo que, sem a caixa, sem os papéis de seda e com preço três vezes inferior, “só serviria para uma criada”… E acrescentava o Sr. Arcebispo: “O velho dava boas risadas ao contar isto, confessando que tal não faria uma segunda vez por saber que isto não era justo”. ______________ Do livro “A vida de Dom Duarte Leopoldo e Silva – primeiro Arcebispo de São Paulo”, Edições Catanduva, ano de 1967, por Monsenhor Victor Rodrigues de Assis. Via blog Almas Castelos.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

De arrepiar: a carta ao médico que lhe recomendou abortar a filha com Síndrome de Down

3 0 Ela se chama Courtney Baker. É uma corajosa mamãe que escolheu a vida da filha, Emersyn, diagnosticada com síndrome de Down – apesar dos conselhos que o médico lhe dera para abortar. E foi a esse médico que Courtney enviou esta carta extraordinária: * * * “Querido doutor, Um amigo me contou, faz pouco tempo, uma história que me dilacerou. Quando o especialista em ecografias viu o filhinho dele no ventre materno, disse ao pai: “Ele é perfeito!”. Meses depois, o filho nasceu com síndrome de Down. Meu amigo foi visitar o mesmo médico, que olhou para o bebê e reiterou: “Eu disse a você: ele é perfeito!”. Esta história me dilacerou porque, mesmo agradecida ao meu amigo por compartilhá-la, eu me enchi de dor por não ter tido esse médico. Como eu gostaria que esse médico tivesse sido você! Eu fui até você no momento mais difícil da minha vida. Eu estava completamente aterrorizada, ansiosa e desesperada. Ainda não sabia da verdade sobre a minha bebê, e era disso que eu precisava desesperadamente. Mas, em vez de apoio e de incentivo, você sugeriu que eu ‘interrompesse a gestação’ da nossa filha. Eu disse a você o nome dela, e você nos perguntou se entendíamos a ‘baixa qualidade de vida’ que teríamos com uma criança com síndrome de Down. Você sugeriu que reconsiderássemos a decisão de levar a gravidez adiante. Desde essa primeira consulta, nós temíamos todas as consultas seguintes. O momento mais difícil da minha vida se tornou quase insuportável, já que você nunca me contou a verdade: a minha filha era perfeita. Não estou com raiva. Não estou com rancor. Estou muito triste. Estou triste porque esses pequenos corações palpitantes que você vê todos os dias não o enchem de admiração perpétua. Estou triste porque os intrincados detalhes e o milagre desses doces dedinhos de mãos e pés, pulmões, olhos e ouvidos não o fizeram refletir. Estou triste porque você disse que um bebê com síndrome de Down diminuiria a nossa qualidade de vida. E o coração se despedaça com a possibilidade de que você diga o mesmo, hoje, a outra mãe. Mas, acima de tudo, estou triste porque nunca teria tido o privilégio de conhecer a minha filha Emersyn. Como você pode ver, a Emersyn não só aumentou a nossa qualidade de vida como também tocou o coração de milhares de pessoas. Ela nos deu um propósito e uma alegria que é impossível de expressar. Ela nos deu os maiores sorrisos, mais risos e os beijos mais doces que jamais teríamos conhecido. Ela nos abriu os olhos para a verdadeira beleza e para o amor puro. Por isso, eu rezo para que nenhuma outra mãe passe por isso que eu passei. A minha oração é também para que você veja a verdadeira beleza e o amor puro em cada ecografia que fizer. E a minha oração é para que, quando você vir a próxima criança com síndrome de Down ainda escondida no ventre da sua mamãe, você olhe para essa mãe e diga a ela a verdade: ‘O seu filho é perfeito’”.

O Papa eleva à festa a celebração de Maria Madalena

A celebração de Maria Madalena, memória obrigatória dia 22 de Julho, foi elevada no Calendário Romano Geral ao grau de festa. Por desejo expresso do Papa Francisco, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicou um novo decreto para estabelece-lo. A decisão – explica mons. Arthur Roche secretário do dicastério – se enquadra no atual contexto eclesial, que pede uma reflexão mais profunda sobre a dignidade da mulher, a nova evangelização e a grandeza do mistério da misericórdia divina. Também destaca que santa Maria Madalena, primeira testemunha que viu o Ressuscitado e primeira mensageira que anunciou aos apóstolos a ressurreição do Senhor, é um exemplo de verdadeira e autêntica evangelizadora, ou seja, uma evangelizadora que anuncia a alegre mensagem central da Páscoa. Por outro lado, especifica que o Santo Padre Francisco tomou esta decisão precisamente no contexto do Jubileu da Misericórdia para demonstrar a relevância desta mulher que mostrou um grande amor a Cristo e foi tão amada por Ele.

Cerca de 150 Diretores das Ordens dos Médicos da Espanha e América Latina se encontram com o Papa Francisco nessa quinta-feira. Proferindo seu discurso em espanhol, o Pontífice destacou que “este ano a Igreja Católica celebra o Jubileu da Misericórdia”. Este encontro é “uma boa ocasião para manifestar reconhecimento e gratidão a todos os profissionais da saúde que, com sua dedicação, proximidade e profissionalismo às pessoas que padecem uma enfermidade, podem se tornar uma verdadeira personificação da misericórdia”. “A identidade e o compromisso do médico não se apoia somente em sua ciência e competência técnica, mas principalmente em sua atitude compassiva e misericordiosa aos que sofrem no corpo e no espírito. A compaixão é de alguma forma a alma da Medicina. A compaixão não é lástima, é padecer-com”, disse ainda Francisco. “Em nossa cultura tecnológica e individualista, a compaixão nem sempre é bem vista. Em algumas ocasiões é desprezada porque significa submeter quem a recebe a uma humilhação. Não faltam aqueles que se escondem atrás de uma suposta compaixão para justificar e aprovar a morte de um doente. Não, a verdadeira compaixão não marginaliza ninguém, não o humilha e nem o exclui, nem muito menos considera como algo bom o seu desaparecimento.” “Vocês sabem muito bem que isso significaria o triunfo do egoísmo, dessa cultura do descarte que rejeita e despreza as pessoas que não atendem a determinados padrões de saúde, beleza e utilidade. Eu gosto de abençoar as mãos dos médicos como sinal de reconhecimento a esta compaixão que se torna carícia de saúde”, frisou o Papa. “A saúde é um dos dons mais preciosos e desejados por todos. Na tradição bíblica sempre se destacou a proximidade entre salvação e saúde, bem como suas implicações mútuas e numerosas. Eu gosto de lembrar o título com o qual os Padres da Igreja denominam Cristo e sua obra de salvação: Christus medicus. Ele é o Bom Pastor que cuida da ovelha ferida e conforta a enferma. Ele é o Bom Samaritano que não passa distante da pessoa ferida ao longo do caminho, mas viu, teve compaixão, aproximou-se dela e fez curativos.” “A tradição médica cristã sempre se inspirou na parábola do Bom Samaritano. É um identificar-se com o amor do Filho de Deus que passou fazendo o bem e curando todos os oprimidos. Quanto bem faz à Medicina pensar e sentir que a pessoa doente é nosso próximo, que é de nossa carne e sangue, e que em seu corpo dilacerado se reflete o mistério da carne do próprio Cristo! «Todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram», disse Francisco citando um versículo do Evangelho de Mateus. “A compaixão é a resposta adequada ao valor imenso da pessoa enferma, uma resposta feita de respeito, compreensão e ternura, porque o valor sagrado da vida do doente não desaparece e não se escurece nunca, mas brilha com mais esplendor em seu sofrimento e desamparo.” O Papa aconselhou a entender bem a recomendação de São Camilo de Lellis ao tratar os doentes: «Ponham mais coração nas mãos». “A fragilidade, a dor e a enfermidade são uma provação dura para todos, inclusive para os médicos, são um chamado à paciência e ao padecer-com. Por isso, não se pode ceder à tentação funcionalista de aplicar soluções rápidas e drásticas, movidos por uma falsa compaixão ou por meros critérios de eficiência e redução de custos. Está em jogo a dignidade da vida humana. Está em jogo a dignidade da vocação médica”, sublinhou o pontífice. Francisco agradeceu a todos os presentes pelos esforços que realizam a fim de dignificar todos os dias a sua profissão e acompanhar, cuidar e valorizar o dom imenso que as pessoas doentes significam. (Com informações Rádio Vaticano)

Cerca de 150 Diretores das Ordens dos Médicos da Espanha e América Latina se encontram com o Papa Francisco nessa quinta-feira. Proferindo seu discurso em espanhol, o Pontífice destacou que “este ano a Igreja Católica celebra o Jubileu da Misericórdia”. Este encontro é “uma boa ocasião para manifestar reconhecimento e gratidão a todos os profissionais da saúde que, com sua dedicação, proximidade e profissionalismo às pessoas que padecem uma enfermidade, podem se tornar uma verdadeira personificação da misericórdia”. “A identidade e o compromisso do médico não se apoia somente em sua ciência e competência técnica, mas principalmente em sua atitude compassiva e misericordiosa aos que sofrem no corpo e no espírito. A compaixão é de alguma forma a alma da Medicina. A compaixão não é lástima, é padecer-com”, disse ainda Francisco. “Em nossa cultura tecnológica e individualista, a compaixão nem sempre é bem vista. Em algumas ocasiões é desprezada porque significa submeter quem a recebe a uma humilhação. Não faltam aqueles que se escondem atrás de uma suposta compaixão para justificar e aprovar a morte de um doente. Não, a verdadeira compaixão não marginaliza ninguém, não o humilha e nem o exclui, nem muito menos considera como algo bom o seu desaparecimento.” “Vocês sabem muito bem que isso significaria o triunfo do egoísmo, dessa cultura do descarte que rejeita e despreza as pessoas que não atendem a determinados padrões de saúde, beleza e utilidade. Eu gosto de abençoar as mãos dos médicos como sinal de reconhecimento a esta compaixão que se torna carícia de saúde”, frisou o Papa. “A saúde é um dos dons mais preciosos e desejados por todos. Na tradição bíblica sempre se destacou a proximidade entre salvação e saúde, bem como suas implicações mútuas e numerosas. Eu gosto de lembrar o título com o qual os Padres da Igreja denominam Cristo e sua obra de salvação: Christus medicus. Ele é o Bom Pastor que cuida da ovelha ferida e conforta a enferma. Ele é o Bom Samaritano que não passa distante da pessoa ferida ao longo do caminho, mas viu, teve compaixão, aproximou-se dela e fez curativos.” “A tradição médica cristã sempre se inspirou na parábola do Bom Samaritano. É um identificar-se com o amor do Filho de Deus que passou fazendo o bem e curando todos os oprimidos. Quanto bem faz à Medicina pensar e sentir que a pessoa doente é nosso próximo, que é de nossa carne e sangue, e que em seu corpo dilacerado se reflete o mistério da carne do próprio Cristo! «Todas as vezes que vocês fizeram isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram», disse Francisco citando um versículo do Evangelho de Mateus. “A compaixão é a resposta adequada ao valor imenso da pessoa enferma, uma resposta feita de respeito, compreensão e ternura, porque o valor sagrado da vida do doente não desaparece e não se escurece nunca, mas brilha com mais esplendor em seu sofrimento e desamparo.” O Papa aconselhou a entender bem a recomendação de São Camilo de Lellis ao tratar os doentes: «Ponham mais coração nas mãos». “A fragilidade, a dor e a enfermidade são uma provação dura para todos, inclusive para os médicos, são um chamado à paciência e ao padecer-com. Por isso, não se pode ceder à tentação funcionalista de aplicar soluções rápidas e drásticas, movidos por uma falsa compaixão ou por meros critérios de eficiência e redução de custos. Está em jogo a dignidade da vida humana. Está em jogo a dignidade da vocação médica”, sublinhou o pontífice. Francisco agradeceu a todos os presentes pelos esforços que realizam a fim de dignificar todos os dias a sua profissão e acompanhar, cuidar e valorizar o dom imenso que as pessoas doentes significam. (Com informações Rádio Vaticano)

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Papa Francisco: “Ai dos pastores que privatizam o seu ministério!”

O Papa Francisco presidiu hoje, na Praça de São Pedro, a celebração do Sagrado Coração de Jesus, concluindo o Jubileu dos Sacerdotes. Em sua homilia centrou-se no coração do Pastor. “O Coração do Bom Pastor é a própria misericórdia, revela que o seu amor não tem limites, não se cansa nem se arrende jamais. É um Coração que está inclinado para nós, concentrado especialmente sobre quem está mais distante; aponta a agulha da sua bússola para essa pessoa, por quem revela um amor particular”. Leia a homilia na íntegra: *** Celebrando o Jubileu dos Sacerdotes na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, somos chamados a concentrar-nos no coração, ou seja, na interioridade, nas raízes mais robustas da vida, no núcleo dos afetos, numa palavra, no centro da pessoa. E hoje fixamos o olhar em dois corações: o Coração do Bom Pastor e o nosso coração de pastores. O Coração do Bom Pastor é, não apenas o Coração que tem misericórdia de nós, mas a própria misericórdia. Nele resplandece o amor do Pai; nele tenho a certeza de ser acolhido e compreendido como sou; nele, com todas as minhas limitações e os meus pecados, saboreio a certeza de ser escolhido e amado. Fixando aquele Coração, renovo o primeiro amor: a memória de quando o Senhor me tocou no mais íntimo e me chamou para O seguir; a alegria de, à sua Palavra, ter lançado as redes da vida (cf. Lc 5, 5). O Coração do Bom Pastor diz-nos que o seu amor não tem limites, não se cansa nem se arrende jamais. Nele vemos a sua doação incessante, sem limites; nele encontramos a fonte do amor fiel e manso, que deixa livres e torna livres; nele descobrimos sempre de novo que Jesus nos ama «até ao fim» (Jo 13,1) – não se detém antes, ama até ao fim –, sem nunca se impor. O Coração do Bom Pastor está inclinado para nós, concentrado especialmente sobre quem está mais distante; para aí aponta obstinadamente a agulha da sua bússola, por essa pessoa revela um fraquinho particular de amor, porque deseja alcançar a todos e não perder ninguém. À vista do Coração de Jesus, surge a questão fundamental da nossa vida sacerdotal: para onde está orientado o meu coração?Uma pergunta que nós, sacerdotes, nos devemos pôr muitas vezes, cada dia, cada semana: para onde está orientado o meu coração? O ministério aparece, com frequência, cheio das mais variadas iniciativas, que o reclamam em tantas frentes: da catequese à liturgia, à caridade, aos compromissos pastorais e mesmo administrativos. No meio de tantas atividades, permanece a questão: onde está fixo o meu coração? (Vem-me à mente aquela oração tão bela da liturgia: «Ubi vera sunt gaudia…»). Para onde aponta o coração? Qual é o tesouro que procura? Porque – diz Jesus – «onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração» (Mt 6, 21). Todos nós temos fraquezas e também pecados. Mas procuremos ir ao fundo, à raiz: Onde está a raiz das nossas fraquezas, dos nossos pecados, ou seja, onde está precisamente aquele «tesouro» que nos afasta do Senhor? Os tesouros insubstituíveis do Coração de Jesus são dois: o Pai e nós. As suas jornadas transcorriam entre a oração ao Pai e o encontro com as pessoas. Não distanciamento, mas o encontro. Também o coração do pastor de Cristo só conhece duas direções:o Senhor e as pessoas. O coração do sacerdote é um coração trespassado pelo amor do Senhor; por isso já não olha para si mesmo – não deveria olhar para si mesmo –, mas está fixo em Deus e nos irmãos. Já não é «um coração dançarino», que se deixa atrair pela sugestão do momento ou que corre daqui para ali à procura de consensos e pequenas satisfações; ao contrário, é um coração firme no Senhor, conquistado pelo Espírito Santo, aberto e disponível aos irmãos. E nisso têm solução os seus pecados. Para ajudar o nosso coração a inflamar-se na caridade de Jesus Bom Pastor, podemos treinar-nos a fazer nossas três ações que as Leituras de hoje nos sugerem: procurar, incluir e alegrar-se. Procurar. O profeta Ezequiel lembrou-nos que Deus em pessoa procura as suas ovelhas (34, 11.16). Ele – diz o Evangelho – «vai à procura da que se tinha perdido» (Lc 15, 4), sem se deixar atemorizar pelos riscos; sem hesitação, aventura-se para além dos lugares de pastagem e fora das horas de trabalho. E não exige pagamento das horas extraordinárias. Não adia a busca; não pensa: «hoje já cumpri o meu dever; veremos se me ocupo disso amanhã», mas põe-se imediatamente em campo; o seu coração está inquieto enquanto não encontra aquela única ovelha perdida. Tendo-a encontrado, esquece-se do cansaço e carrega-a aos ombros, cheio de alegria. Umas vezes terá de sair à sua procura, falar-lhe, convencê-la; outras deverá permanecer diante do Sacrário, «lutando» com o Senhor por aquela ovelha. Tal é o coração que procura: é um coração que não privatiza os tempos e os espaços. Ai dos pastores que privatizam o seu ministério! Não é cioso da sua legítima tranquilidade – disse «legítima»; nem sequer desta –, e nunca pretende que não o perturbem. O pastor segundo o coração de Deus não defende as comodidades próprias, não se preocupa por tutelar o seu bom nome, mas será caluniado, como Jesus. Sem medo das críticas, está disposto a arriscar para imitar o seu Senhor. «Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem…» (Mt 5, 11). O pastor segundo Jesus tem o coração livre para deixar as suas coisas, não vive fazendo a contabilidade do que tem e das horas de serviço: não é um contabilista do espírito, mas um bom Samaritano à procura dos necessitados. É um pastor, não um inspetor do rebanho; e dedica-se à missão, não a cinquenta ou sessenta por cento, mas com todo o seu ser. Indo à procura encontra, e encontra porque arrisca. Se o pastor não arrisca, não encontra. Não se detém com as deceções nem se arrende às fadigas; na realidade, é obstinado no bem, ungido pela obstinação divina de que ninguém se extravie. Por isso não só mantém as portas abertas, mas sai à procura de quem já não quer entrar pela porta. Como todo o bom cristão, e como exemplo para cada cristão, está sempre em saída de si mesmo. O epicentro do seu coração está fora dele: é um descentrado de si mesmo, porque centrado apenas em Jesus. Não é atraído pelo seu eu, mas pelo Tu de Deus e pelo “nós” dos homens. Segunda palavra: incluir. Cristo ama e conhece as suas ovelhas, dá a vida por elas e nenhuma Lhe é desconhecida (cf. Jo 10, 11-14). O seu rebanho é a sua família e a sua vida. Não é um líder temido pelas ovelhas, mas o Pastor que caminha com elas e as chama pelo nome (cf. Jo 10, 3-4). E quer reunir as ovelhas que ainda não habitam com Ele (cf. Jo 10, 16). Assim é também o sacerdote de Cristo: é ungido para o povo, não para escolher os seus próprios projetos, mas para estar perto do povo concreto que Deus, através da Igreja, lhe confiou. Ninguém fica excluído do seu coração, da sua oração e do seu sorriso. Com olhar amoroso e coração de pai acolhe, inclui e, quando tem que corrigir, é sempre para aproximar; não despreza ninguém, estando pronto a sujar as mãos por todos. O Bom Pastor não usa luvas… Ministro da comunhão que celebra e vive, não espera cumprimentos e elogios dos outros, mas é o primeiro a dar uma mão, rejeitando as murmurações, os juízos e os venenos. Com paciência, escuta os problemas e acompanha os passos das pessoas, concedendo o perdão divino com generosa compaixão. Não ralha a quem deixa ou perde a estrada, mas está sempre pronto a reintegrar e a compor as contendas. É um homem que sabe incluir. Alegrar-se. Deus está «cheio de alegria» (Lc 15, 5): a sua alegria nasce do perdão, da vida que ressurge, do filho que respira novamente o ar de casa. A alegria de Jesus Bom Pastor não é uma alegria por Si, mas uma alegria pelos outros e com os outros, a alegria verdadeira do amor. Esta é também a alegria do sacerdote. É transformado pela misericórdia que dá gratuitamente. Na oração, descobre a consolação de Deus e experimenta que nada é mais forte do que o seu amor. Por isso permanece sereno interiormente, sentindo-se feliz por ser um canal de misericórdia, por aproximar o homem do Coração de Deus. Nele a tristeza não é normal, mas apenas passageira; a dureza é-lhe estranha, porque é pastor segundo o Coração manso de Deus. Queridos sacerdotes, na Celebração Eucarística, reencontramos todos os dias esta nossa identidade de pastores. De cada vez podemos fazer verdadeiramente nossas as suas palavras: «Este é o meu corpo que será entregue por vós». É o sentido da nossa vida, são as palavras com que, de certa forma, podemos renovar diariamente as promessas da nossa Ordenação. Agradeço-vos pelo vosso «sim», e por tantos «sins» diários, escondidos, que só o Senhor conhece. Agradeço-vos pelo vosso «sim a doar a vida unidos a Jesus: aqui está a fonte pura da nossa aleg

Papa Francisco: “O Sermão da Montanha é o GPS da vida cristã” Homilia do Papa Francisco na capela da Casa Santa Marta

Em sua homilia de hoje, na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco se inspirou no Evangelho de Mateus, que mostra Jesus instruindo as multidões com o célebre sermão da montanha. Francisco reiterou que Cristo ensinava a nova lei, que não cancela a antiga, mas a aperfeiçoa, levando-a “à sua plenitude”: “Esta é a lei nova, esta que nós chamamos ‘as bem-aventuranças’. É a nova lei do Senhor para nós. São o guia da rota, do itinerário, são a bússola da vida cristã. Neste caminho, segundo as indicações deste ‘GPS’, podemos prosseguir na nossa vida cristã”. Francisco prosseguiu a homilia completando o texto de Mateus com as considerações que o evangelista Lucas coloca no final das Bem-aventuranças: ai de vocês, os ricos, ai de vocês, que agora têm fartura, ai de vocês, que agora riem, ai de vocês, se todos os elogiam. O Papa recordou que disse muitas vezes que “as riquezas são boas, mas o que faz mal é o apego às riquezas” que se torna “uma idolatria”. “Isto é contrário à lei. É o GPS errado. É curioso! Estes são os três degraus que levam à perdição, assim como estas Bem-aventuranças são os degraus que levam adiante na vida. Os três degraus que levam à perdição são: o apego às riquezas, porque eu não preciso de nada. O segundo é a vaidade. Quero que todos falem bem de mim. Se todos falam bem me sinto importante, muito incenso e eu acredito ser justo, não como aquele ou como aquele outro. Pensemos na parábola do fariseu e do publicano: ‘Ó Deus, eu te agradeço, porque não sou como os outros homens…’. ‘Obrigado, Senhor, porque sou um bom católico, não como o meu vizinho ou a minha vizinha’. Todos os dias isso acontece! O terceiro degrau: o orgulho, que é a saciedade, as risadas que fecham o coração.” Dentre todas as Bem-aventuranças, Francisco seleciona uma que, afirmou, “não digo ser a chave” de todas, “mas nos faz pensar muito”: “Bem-aventurados os mansos”. A mansidão: “Jesus diz de si mesmo: Aprendam de mim que sou manso e humilde de coração. A mansidão é uma maneira de ser que nos aproxima muito de Jesus. Ao invés, o comportamento contrário sempre procura as inimizades, as guerras, tantas coisas ruins que acontecem. Mas a mansidão, a mansidão de coração que não é tolice. É outra coisa. É a profundidade em entender a grandeza de Deus, e adoração.” (Com informações Rádio Vaticano)

Ela esperava ganhar uma boneca como outra qualquer, mas leva um susto ao abrir a caixa Seus pais foram muito atrevidos, mas o resultado foi surpreendente

Emma, de 10 anos, ganhou a boneca dos seus sonhos, graças aos seus pais e a uma empresa de próteses. Os pais da menina enviaram uma famosa boneca à empresa e pediram que colocassem uma perna protética nela, exatamente como a da sua filha. Uma das melhores coisas desta vida é podermos nos reconhecer no ambiente em que vivemos. Esta garotinha nos dá uma lição de vida ao fazer valer sua identidade em oposição à cultura de massa.

domingo, 5 de junho de 2016

Papa Francisco: “Esperar contra toda esperança”

A Palavra de Deus que ouvimos conduz-nos para o acontecimento central da fé: a vitória de Deus sobre o sofrimento e a morte. É o Evangelho da esperança que brota do mistério pascal de Cristo, que irradia do seu rosto, revelador de Deus Pai consolador dos aflitos. É uma Palavra que nos chama a permanecer intimamente unidos à paixão de Jesus Nosso Senhor, para que se manifeste em nós o poder da sua ressurreição. Realmente, na Paixão de Cristo, temos a resposta de Deus ao grito angustiado, e às vezes indignado, que a experiência do sofrimento e da morte suscita em nós. É preciso não fugir da Cruz, mas permanecer lá, como fez a Virgem Mãe que, sofrendo juntamente com Jesus, recebeu a graça de esperar para além de toda a esperança (cf. Rm 4, 18). Esta foi também a experiência de Estanislau de Jesus Maria e de Maria Isabel Hesselblad, que hoje são proclamados Santos: permaneceram intimamente unidos à paixão de Jesus e, neles, manifestou-se o poder da sua ressurreição. A primeira leitura e o Evangelho deste domingo apresentam-nos, precisamente, dois sinais prodigiosos de ressurreição: o primeiro realizado pelo profeta Elias; o segundo, por Jesus. Nos dois casos, os mortos são filhos ainda muito novos de mulheres viúvas, os quais são devolvidos, vivos, à respetiva mãe. A viúva de Sarepta – uma mulher não-judia, que no entanto hospedara em sua casa o profeta Elias – está indignada com o profeta e com Deus, porque, precisamente enquanto Elias estava lá hospedado, o bebé dela adoecera e agora expirou nos seus braços. Então Elias disse àquela mulher: «Dá-me o teu filho» (1 Re 17, 19). Esta é uma palavra-chave: exprime a atitude de Deus face à nossa morte (em todas as suas formas). Não diz: «Fica com ela, arranja-te!»; mas: «Dá-ma a Mim». Com efeito, o profeta toma o menino e leva-o para o quarto de cima e lá sozinho, em oração, «luta com Deus», fazendo-Lhe ver o absurdo daquela morte. E o Senhor escutou a voz de Elias, porque, na realidade, era Ele próprio a falar e agir no profeta. Era Ele que, pela boca de Elias, dissera à mulher: «Dá-me o teu filho». E agora era Ele que o devolvia, vivo, à mãe. A ternura de Deus revela-se plenamente em Jesus. Ouvimos narrar, no Evangelho (Lc 7, 11-17), como Ele sentiu «grande compaixão» (v. 13) por aquela viúva de Naim, na Galileia, que acompanhava à sepultura o seu único filho, ainda adolescente. Mas Jesus aproxima-Se, toca no caixão, para o cortejo fúnebre e, certamente, terá acariciado o rosto banhado de lágrimas daquela pobre mãe. «Não chores» – diz-lhe Ele (Lc 7, 13), como se lhe pedisse: «Dá-me o teu filho». Jesus pede para Si mesmo a nossa morte, para nos libertar e devolver-nos a vida. E, de facto, aquele rapaz acordou como que de um sono profundo e começou novamente a falar. E Jesus «entregou-o à sua mãe» (v. 15). Não é um mago! É a ternura de Deus encarnada; n’Ele atua a imensa compaixão do Pai. E uma espécie de ressurreição se dá também com o apóstolo Paulo, que de inimigo e perseguidor feroz dos cristãos se torna testemunha e arauto do Evangelho (cf. Gal 1, 13-17). Esta mudança radical não foi obra dele, mas dom da misericórdia de Deus, que o «escolheu» e «chamou pela sua graça» e, «nele», quis revelar o seu Filho para que O anunciasse entre os gentios (vv. 15-16). Paulo diz que aprouve a Deus revelar o Filho não só a ele, mas nele, isto é, quase imprimindo na sua pessoa, carne e espírito, a morte e a ressurreição de Cristo. Assim o apóstolo será não só um mensageiro, mas antes de tudo uma testemunha. E também com os pecadores, um a um, Jesus não cessa de fazer resplandecer a vitória da graça que dá a vida. E hoje, como todos os dias, diz à Mãe-Igreja: «Dá-me os teus filhos», que somos todos nós. Toma sobre Si os nossos pecados, tira-no-los e devolve-nos, vivos, à própria Igreja. E isto acontece de maneira especial durante este Ano Santo da Misericórdia. Hoje, a Igreja mostra-nos dois dos seus filhos que são testemunhas exemplares deste mistério de ressurreição. Ambos podem cantar eternamente, com as palavras do salmista: «Vós convertestes o meu pranto em festa; Senhor, meu Deus, eu Vos louvarei para sempre» (Sal 30/29, 12). E, todos juntos, unimos as nossas vozes, dizendo: «Eu Vos louvarei, Senhor, porque me salvastes» (refrão do Salmo Responsorial).