sexta-feira, 17 de junho de 2016

Francisco aos artistas de rua: ‘Semear beleza e alegria também é misericórdia’

Na manhã de hoje a Sala Paulo VI no Vaticano tornou-se palco dos artistas de rua que estão em Roma para celebrar seu jubileu. Primeiro um grupo de bailarinos do Quênia agiu no momento da chegada do Papa Francisco. Em seguida foi a vez de um titereiro que com marionetes arrancou gargalhadas de todos os presentes, incluindo o Santo Padre que acompanhava com atenção e diversão a apresentação. Música interpretada pelo grupo chileno ‘el pastelito’, e as acrobacias de um grupo de jovens artistas e de quatro irmãos fecharam o turno das atuações. Até um tigre e um filhote de pantera passaram pelo palco e o Pontífice se aproximou para acaricia-los. Tudo isso em um ambiente festivo e alegre como era apropriado para esta ocasião. “Artesãos” da festa, da maravilha, da beleza: com estas qualidades enriquecem a sociedade em todo o mundo, também com a ambição de alimentar sentimentos de esperança e confiança. Assim definiu o Papa Francisco aos artistas de rua e de circo que recebeu nesta quinta-feira na audiência dedicada aos participantes deste jubileu do espetáculo ambulante e popular. E fazem isso – observou o Santo Padre – por meio de exibições que têm a capacidade de elevar a alma, mostrar a audácia de exercícios particularmente complicados, fascinando com a maravilha da beleza e propor ocasiões de diversão saudável. Da mesma forma assegurou aos presentes que “a festa e a alegria” são sinais característicos da sua identidade, da sua profissão e vida, e que no Jubileu da Misericórdia não podia faltar este encontro. Ademais, o Santo Padre indicou que estes artistas têm um recurso especial já que com as suas contínuas viagens podem “levar a todos o amor de Deus, o seu abraço e a sua misericórdia”. Podem ser – acrescentou – comunidades cristãs itinerantes, testemunhas de Cristo que está sempre a caminho para encontrar também os mais distantes. Por outro lado, o Papa felicitou os presentes porque neste Ano Santo, abriram seus shows para os mais necessitados, pobres e sem-teto, presos e jovens desfavorecidos. Isso também é misericórdia, “semear beleza e alegria em um mundo às vezes sombrio e triste”. O pontífice disse que o espetáculo ambulante e popular é a forma mais antiga de entretenimento; está ao alcance de todos e é dirigida a todos, pequenos e grandes, especialmente às famílias; promove a cultura do encontro e a sociabilidade na diversão. Portanto, Francisco afirmou que os seus espaços de trabalho podem se tornar locais de agregação e de fraternidade. Assim, incentivou-os a estar sempre abertos aos pequenos e necessitados e oferecer palavras e gestos de consolo aos que estão fechados em si mesmos. O Santo Padre, sabendo que por causa do trabalho que fazem é difícil pertencer a uma comunidade paroquial de forma estável convidou-os a “cuidar da sua fé”, e aproveitando todas as ocasiões para “aproximar-se dos sacramentos”. Da mesma forma pediu para as Igrejas particulares e paróquias estarem atentas às necessidades das pessoas ambulantes. A Igreja – garantiu – se preocupa com os problemas que acompanham a vida itinerante e quer ajudar a eliminar preconceitos que às vezes deixam-nos um pouco marginalizados. Em conclusão, o papa lembrou-lhes que devem sempre fazer o seu trabalho com amor e cuidado, confiantes em que Deus os acompanha com a sua providência, sendo “generosos nas obras de caridade, disponíveis a oferecer os recursos e o gênio das suas artes e profissões”. E, finalmente, recordou aos presente o bem que fazem à sociedade, talvez muitas vezes sem nem sequer dar-se conta, ou, sem sabe-lo, em um trabalho que “semeia muito bem”.

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