sábado, 30 de abril de 2016

DOUTRINA Quais são os símbolos do Espírito Santo? Uma pergunta que todo católico precisa saber responder

O Catecismo da Igreja nos ensina sobre os símbolos do Espírito Santo (Cf. §694ss). É preciso entender que são apenas símbolos que procuram nos fazer entender a Pessoa e a Obra do Espírito Santo. A água é um dos símbolos que significa a ação do Espírito Santo no Batismo, pois após a invocação do Espírito Santo ela se torna o sinal sacramental eficaz do novo nascimento: a água batismal significa que nosso nascimento para a vida divina, nos é dado o Espírito Santo. O Espírito Santo é “água viva” que jorra de Cristo crucificado como de sua fonte e que em nós jorra em Vida Eterna. A unção com o óleo é outro símbolo do Espírito Santo. Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental da confirmação. Cristo (“Messias” no hebraico) significa “Ungido” do Espírito de Deus. Jesus é o Ungido de Deus de uma forma única: a humanidade que o Filho assume é totalmente “ungida do Espírito Santo”. Jesus é constituído “Cristo” pelo Espírito Santo. O fogo simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo. João Batista anunciou o Cristo como aquele que “batizará com o Espírito Santo e com o fogo” (Lc 3,16), esse Espírito do qual Jesus disse: “Vim trazer fogo à terra, e quanto desejaria que já estivesse acesso (Lc 12,49). É sob a forma de línguas “que se diriam de fogo” o Espírito Santo pousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche Dele. São Paulo diz: “Não extingais o Espírito” (1Ts 5,19). A nuvem e a luz também são símbolos do Espírito. Estes sinais aparecem nas manifestações do Espírito Santo desde o Antigo Testamento. A Nuvem, ora escura, ora luminosa, revela o Deus vivo e salvador, escondendo a transcendência de sua Glória: com Moisés sobre a montanha do Sinai, na Tenda de Reunião e durante a caminhada no deserto. O Espírito Santo paira sobre a Virgem Maria e a cobre “com sua sombra”, para que ela conceba e dê à luz Jesus. No monte da Transfiguração, é ele que “sobrevêm na nuvem que toma” Jesus, Moisés e Elias, Pedro, Tiago e João “debaixo de sua sombra”; da Nuvem sai uma voz que diz: “Este é meu Filho, o Eleito, ouvi-o sempre” (Lc 9,34-35). É essa Nuvem que “esconde Jesus aos olhos” dos discípulos no dia da Ascensão e que o revelará Filho do Homem em sua glória no Dia de sua Vinda. O selo é um símbolo parecido com a unção. É Cristo que “Deus marcou com seu selo” (Jo 6,27) e é nele que também o Pai nos marca com seu selo. O selo significa o efeito indelével (inapagável) da unção do Espírito Santo nos sacramentos do batismo, da confirmação e da ordem. Por isso, esses três sacramentos não podem ser repetidos. A imposição das mãos é usada como símbolo porque é impondo as mãos que Jesus cura os doentes e abençoa as criancinhas. Em nome dele, os apóstolos farão o mesmo. É pela imposição das mãos dos apóstolos que o Espírito Santo é dado. A Igreja conservou este sinal da efusão do Espírito Santo em suas epicleses (invocação) do Espírito Santo na Consagração da Missa. O dedo é um símbolo do Espírito porque “É pelo dedo de Deus que (Jesus) expulsa os demônios.” A Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra “pelo dedo de Deus” (Ex 31,18), a “letra de Cristo”, entregue aos cuidados dos apóstolos” é escrita com o Espírito de Deus vivo não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, nos corações” (2Cor 3,3). O hino “Veni, Creator Spiritus” (Vem, Espírito criador) invoca o Espírito Santo como “dedo da direita paterna”. A pomba é outro belo símbolo do Espírito. No fim do dilúvio a pomba solta por Noé volta com um ramo novo de oliveira no bico, sinal de que a terra é de novo habitável. Quando Cristo volta a subir da água de seu batismo, o Espírito Santo, em forma de uma pomba, desce sobre Ele e sobre Ele permanece. Em algumas igrejas, as Hóstias são conservadas em um recipiente metálico em forma de pomba (o columbarium) suspenso acima do altar. Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Libertação da morte.

Outra passagem que me vem ao coração é o encontro de Jesus com a viúva de Naim. Essa mulher havia perdido seu único filho. Já era viúva e portanto a sua situação em Israel já era bastante difícil. Agora morre seu único filho que era a garantia de que aquela mulher conseguiria ter uma existência menos difícil. A mulher estava desconsolada. Mas por ali estava passando a misericórdia que ao ver a situação fica comovido com o sofrimento daquela mulher. E não passa indiferente ao seu sofrimento. Manda parar o enterro e modificar completamente uma situação que humanamente não tinha a menor possibilidade de ser modificada. Como diz o Deus. 1448:Ainda que a alma esteja em decomposição como um cadáver e tudo pareça perdido, Deus não vê as coisas da maneira que vemos. O milagre da Misericórdia pode fazer aquela alma ressurgir para uma vida plena. Deus pode deixar um grande mal tirar um bem maior. E ele libertou aquele jovem da morte. Essa é a terceira libertação que a misericórdia pode nos conceder: a libertação da morte. Certa vez Jesus estava na casa de Simão o fariseu. Havia sido convidado para participar do jantar. Enquanto jantavam uma mulher conhecida como pecadora pública -a bíblia não fala qual era o pecado daquela mulher – sem ser convidada entra naquela casa e sem pedir permissão começa a lavar os pés de Jesus com as lágrimas e a enxugar os mesmos com seus cabelos. Simão, apavorado interiormente presenciando aquele espetáculo julga que se Jesus fosse de fato Deus saberia que tipo de mulher o estava tocando. Foi quando Jesus lhe fez uma pergunta de quem amava mais: a quem se perdoava pouco ou a quem se perdoava muito. Simão respondeu que a quem se perdoava muito. Jesus então conclui lhe dizendo que aquela mulher fizeram por ele o que Simão se negará a fazer: lavar os pés e enxugar os mesmos. Ela muito amou, e por isso, os numerosos pecados que cometera estavam perdoados. Essa é a quarta libertação que a misericórdia realiza em nossa vida: a de julgar o outro. Todos sem exceção acompanhamos e conhecemos de alguma forma os sofrimentos de Jesus, a sua dolorosa paixão e tudo o que Jesus passou para nos salvar. Ele poderia ter se fechado numa grande mágoa, na raiva etc. Mas, mesmo depois de ter passado por tudo o que passou ainda encontrou forças para nós salvar. Do alto da cruz dirigindo -se ao Pai lhe diz: Pai, perdoai-lhes. Eles não sabem o que fazem. Jesus assim indica a misericórdia como o caminho certo para a cura da humanidade. Este é a quinta libertação que a misericórdia realiza em nos: a libertação da mágoa e do ressentimento.

terça-feira, 26 de abril de 2016

SEGUNDA LIBERTAÇÃO QUE A MISERICÓRDIA REALIZA

O encontro de Jesus com Zaqueu é um outro momento em que podemos ver o poder libertador da Misericórdia. Zaqueu era um cobrador de impostos que se tinha enriquecido às custas do sofrimento de outros. O que tornava o cobrador de impostos tão odiado em Israel? Os publicanos ou cobradores de imposto eram os coletores de tributos e taxas destinados ao Império Romano. Por essa razão, eram odiados pelo povo. Zaqueu não era bem visto nem querido exatamente por cobrar impostos e taxas destinados ao império romano sendo visto como traidor pelos demais judeus. E Zaqueu devia sentir um certo desconforto com isso. A Bíblia não documenta nenhuma reação ou sentimento de Zaqueu, apenas que ele deseja ver Jesus e se encontrar com sua misericórdia. Quando fica sabendo da passagem de Jesus por Jericó ele corre a frente da multidão e sobe a uma árvore para ver Jesus. Ele era baixinho e teria dificuldades para ver Jesus no meio da multidão. O que Zaqueu não sabia era que a misericórdia também o queria encontrar. E naquele dia, quando Jesus está passando por debaixo daquela árvore pára, olha pra cima e disse-lhe que era pra descer daquela árvore pois iria ficar em sua casa. Talvez fôssemos esperar uma palavra de reprimenda, de condenação mas ao contrário, encontramos a misericórdia que acolhe e no acolhimento que a misericórdia lhe faz Zaqueu é liberto do pecado a que estava acostumado. O impacto da misericórdia na vida de Zaqueu foi tão forte que ele sem que Jesus lhe dissesse absolutamente nada sentiu necessidade de devolver a quem havia prejudicado de alguma forma quatro vezes mais do que lhe havia tirado. Esta é a segunda libertação que a misericórdia realiza na vida do pecador: a assumir seus próprios erros e a corrigi-los.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

os evangelhos para podermos encontrar a misericórdia que liberta.

Além disso basta uma leitura atenta dos evangelhos para podermos encontrar a misericórdia que liberta. Jo 8,1-11 é um exemplo disso. Trata-se da mulher que tendo sido flagrada em adultério, foi arrastada até Jesus já com a sentença de morte decretada, pois segundo a lei de Moisés ela devia ser apedrejada. Mas a levaram a Jesus, å misericórdia e o fizeram com pedras nas mãos cada um deles. A primeira coisa que Jesus faz é usar de misericórdia para com aqueles homens ajudando-os a enxergar quem verdadeiramente eles eram: Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra. Percebendo que tinham pecado, que eram pecadores deixaram as pedras no chão e foram saindo um a um. A misericórdia agora é usada com a mulher que ali permanece e a quem Jesus pergunta se ninguém a havia condenado. Ao ouvir que não Jesus também lhe diz que não a condenação. A manda ir em paz e lhe pede que não volte a pecar. A misericórdia liberta aquela mulher da morte. Alguns identificam essa mulher com Maria Madalena, aquela que tendo experimentado a libertação realizada pela misericórdia mudou completamente de vida. Aqui está a primeira libertação realizada pela misericórdia que é a libertação do pecado.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Anunciamos a misericórdia

Nos dias que estamos vivendo é imprescindível que anunciemos a misericórdia. Por isso, o Papa Francisco insiste tanto nesse tema, a ponto de reservar um ano inteiro para a celebração e a reflexão sobre a misericórdia. Ele está convencido e também eu de que a misericórdia vai salvar o mundo. Sim, a misericórdia vai salvar o mundo. O próprio Jesus disse no evangelho que ele veio para salvar e não para condenar. Logo suas palavras nos dão a entender que ele revelou a santa Faustina sua misericórdia com a expressa ordem de a tornar conhecida no mundo inteiro, exatamente porque ele deseja que todos os homens se salvem. Não podemos nos salvar por nossos esforços ou por nossas pretensas virtudes, não. Só a misericórdia pode nos salvar. A imagem da Misericórdia, o terço da Misericórdia, a festa da Misericórdia, a hora da misericórdia e a divulgação da Misericórdia tem como único objetivo da parte de Deus a salvação de cada homem e de todos os homens. Por isso, não poupamos esforços na divulgação da Misericórdia. Pe Antônio Aguiar

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Ùltimos tempos

A devoção à Divina Misericórdia é a devoção dos últimos tempos. Basta observarmos ao nosso redor para nos darmos conta de que não estamos vivendo tempos comuns. Para não nos delongarmos demais basta ver os ataques perpetrados contra a família, contra a vida, a rede de corrupção em todos os níveis etc. Tudo isso nos mostra que o maligno está profundamente angustiado pois sabe que lhe resta pouco tempo, e, então faz tanto barulho. A única forma de vencer, de passar por esse tempo sem ser arrastado por ele é recorrendo à Divina Misericórdia. O próprio Jesus Misericordioso no Diário 300 nos convida a vivermos à sombra dos raios da Misericórdia para sermos defendidos contra os ataques do maligno. Ora, no Diário 429 Jesus Misericordioso disse a santa Faustina que ela havia sido escolhida para preparar o mundo para a sua última vinda. E no número 1732 ele disse que amava a Polônia e se ela fosse fiel a ele, dela sairia a centelha que prepararia o mundo para a sua vinda definitiva. São João Paulo II comentando essa passagem disse ser a centelha a devoção a Divina misericórdia. Não há portanto dúvidas de que estamos nos preparando para a segunda vinda de Jesus e de que sua chegada se aproxima. A nós resta ouvirmos o apelo de Jesus Misericordioso que nos conclusão a falar ao mundo da sua misericórdia para que todos os homens possam se salvar.

terça-feira, 19 de abril de 2016

A Misericórdia que liberta

A Comunidade Anunciadores da Misericórdia tem em Mc 5,1-20 a página bíblica que Deus deu à ela para reviver como carisma na igreja. A passagem fala da cura do possesso de Gerasa. Nela vemos o poder que a misericórdia tem de libertar o homem de todas as formas de mal, confirmadas pelas palavras do papa Francisco do dia 25 de dezembro, Dia de Natal que disse: “Só a Misericórdia de Deus pode libertar a humanidade de tantas formas de mal – por vezes monstruosas – que o egoísmo gera nela. A graça de Deus pode converter os corações e suscitar vias de saída em situações humanamente irresolúveis.” Após ter libertado aquele homem Jesus o envia: “Anuncia o que a Misericórdia fez por você.” Traduzindo o que Jesus falou, pediu aquele homem que anunciasse a misericórdia que liberta, pois no encontro com Jesus Misericordioso nenhuma forma de mal pode subsistir. Há mesmo no diário de Santa Faustina passagens que nos ajudam a entender isso. “Na sexta feira, quando estava em Ostra Brâmane, durante as solenidades da Imagem foi exposta, assisti ao sermão, que foi pronunciado por meu confessor; o sermão tratava da Misericórdia de Deus; era a primeira coisa que Jesus há tanto tempo tinha exigido. Quando começou a falar sobre a grande misericórdia do Senhor, a Imagem tornou-se viva e os raios penetravam no coração das pessoas ali reunidas, embora não na mesma medida : uns recebiam mais, outros recebiam menos. Uma grande alegria inundou minha alma ao ver a graça de Deus. Quando terminou o sermão, não esperei pelo final da cerimônia, porque tinha pressa de regressar à casa. Mas, mal havia dado alguns passos, surgiu diante de mim uma multidão de demônios que me ameaçavam com suplícios terríveis e podiam ouvir -se vozes : “Ela nos roubou tudo aquilo que conseguimos com o trabalho de tantos anos.” Quando lhes perguntei: “Donde vindas em tão grande número?” – responderam-me essas figuras maldosas: “Dos corações dos homens, não nos atormente”. (D. 417-418) Por essa passagem podemos perceber o quanto a Misericórdia tem o poder de libertar-nos da ação do maligno. Além disso basta uma leitura atenta dos evangelhos para podermos encontrar a misericórdia que liberta. Jo 8,1-11 é um exemplo disso. Trata-se da mulher que tendo sido flagrada em adultério, foi arrastada até Jesus já com a sentença de morte decretada, pois segundo a lei de Moisés ela devia ser apedrejada. Mas a levaram a Jesus, å misericórdia e o fizeram com pedras nas mãos cada um deles. A primeira coisa que Jesus faz é usar de misericórdia para com aqueles homens ajudando-os a enxergar quem verdadeiramente eles eram: Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra. Percebendo que tinham pecado, que eram pecadores deixaram as pedras no chão e foram saindo um a um. A misericórdia agora é usada com a mulher que ali permanece e a quem Jesus pergunta se ninguém a havia condenado. Ao ouvir que não Jesus também lhe diz que não a condenação. A manda ir em paz e lhe pede que não volte a pecar. A misericórdia liberta aquela mulher da morte. Alguns identificam essa mulher com Maria Madalena, aquela que tendo experimentado a libertação realizada pela misericórdia mudou completamente de vida. Aqui está a primeira libertação realizada pela misericórdia que é a libertação do pecado. O encontro de Jesus com Zaqueu é um outro momento em que podemos ver o poder libertador da Misericórdia. Zaqueu era um cobrador de impostos que se tinha enriquecido às custas do sofrimento de outros. O que tornava o cobrador de impostos tão odiado em Israel? Os publicanos ou cobradores de imposto eram os coletores de tributos e taxas destinados ao Império Romano. Por essa razão, eram odiados pelo povo. Zaqueu não era bem visto nem querido exatamente por cobrar impostos e taxas destinados ao império romano sendo visto como traidor pelos demais judeus. E Zaqueu devia sentir um certo desconforto com isso. A Bíblia não documenta nenhuma reação ou sentimento de Zaqueu, apenas que ele deseja ver Jesus e se encontrar com sua misericórdia. Quando fica sabendo da passagem de Jesus por Jericó ele corre a frente da multidão e sobe a uma árvore para ver Jesus. Ele era baixinho e teria dificuldades para ver Jesus no meio da multidão. O que Zaqueu não sabia era que a misericórdia também o queria encontrar. E naquele dia, quando Jesus está passando por debaixo daquela árvore pára, olha pra cima e disse-lhe que era pra descer daquela árvore pois iria ficar em sua casa. Talvez fôssemos esperar uma palavra de reprimenda, de condenação mas ao contrário, encontramos a misericórdia que acolhe e no acolhimento que a misericórdia lhe faz Zaqueu é liberto do pecado a que estava acostumado. O impacto da misericórdia na vida de Zaqueu foi tão forte que ele sem que Jesus lhe dissesse absolutamente nada sentiu necessidade de devolver a quem havia prejudicado de alguma forma quatro vezes mais do que lhe havia tirado. Esta é a segunda libertação que a misericórdia realiza na vida do pecador: a assumir seus próprios erros e a corrigi-los. Outra passagem que me vem ao coração é o encontro de Jesus com a viúva de Naim. Essa mulher havia perdido seu único filho. Já era viúva e portanto a sua situação em Israel já era bastante difícil. Agora morre seu único filho que era a garantia de que aquela mulher conseguiria ter uma existência menos difícil. A mulher estava desconsolada. Mas por ali estava passando a misericórdia que ao ver a situação fica comovido com o sofrimento daquela mulher. E não passa indiferente ao seu sofrimento. Manda parar o enterro e modificar completamente uma situação que humanamente não tinha a menor possibilidade de ser modificada. Como diz o Deus. 1448:Ainda que a alma esteja em decomposição como um cadáver e tudo pareça perdido, Deus não vê as coisas da maneira que vemos. O milagre da Misericórdia pode fazer aquela alma ressurgir para uma vida plena. Deus pode deixar um grande mal tirar um bem maior. E ele libertou aquele jovem da morte. Essa é a terceira libertação que a misericórdia pode nos conceder: a libertação da morte. Certa vez Jesus estava na casa de Simão o fariseu. Havia sido convidado para participar do jantar. Enquanto jantavam uma mulher conhecida como pecadora pública -a bíblia não fala qual era o pecado daquela mulher – sem ser convidada entra naquela casa e sem pedir permissão começa a lavar os pés de Jesus com as lágrimas e a enxugar os mesmos com seus cabelos. Simão, apavorado interiormente presenciando aquele espetáculo julga que se Jesus fosse de fato Deus saberia que tipo de mulher o estava tocando. Foi quando Jesus lhe fez uma pergunta de quem amava mais: a quem se perdoava pouco ou a quem se perdoava muito. Simão respondeu que a quem se perdoava muito. Jesus então conclui lhe dizendo que aquela mulher fizeram por ele o que Simão se negará a fazer: lavar os pés e enxugar os mesmos. Ela muito amou, e por isso, os numerosos pecados que cometera estavam perdoados. Essa é a quarta libertação que a misericórdia realiza em nossa vida: a de julgar o outro. Todos sem exceção acompanhamos e conhecemos de alguma forma os sofrimentos de Jesus, a sua dolorosa paixão e tudo o que Jesus passou para nos salvar. Ele poderia ter se fechado numa grande mágoa, na raiva etc. Mas, mesmo depois de ter passado por tudo o que passou ainda encontrou forças para nós salvar. Do alto da cruz dirigindo -se ao Pai lhe diz: Pai, perdoai-lhes. Eles não sabem o que fazem. Jesus assim indica a misericórdia como o caminho certo para a cura da humanidade. Este é a quinta libertação que a misericórdia realiza em nos: a libertação da mágoa e do ressentimento. O combate espiritual e a misericórdia O devoto da Misericórdia deve saber que não terá uma vida facilitada por ser devoto da Misericórdia. Sim, pode acontecer que uma pessoa tendo conhecimento da devoção à Divina Misericórdia achei que a partir do momento em que passou a confiar mais na misericórdia seus sofrimentos acabaram. Quem assim pensar se esqueceu de uma palavra que Santa Faustina diz que aquilo que o demônio mais odeia é a misericórdia. De modo que gostaria de chamar a atenção para a necessidade de percebermos que a devoção à Divina Misericórdia é uma devoção para as pessoas que são combatentes espirituais. Gl 5 já nos mostra que em nossa carne se trava um combate entre a carne e o espírito, entre aquele que viver na carne mas é chamado a viver no Espírito. É desse combate que queremos falar e que em Éf 4 diz que devemos nos despir das vestes do homem velho para nós vestir mostra das vestes do homem novo criado a semelhança de Cristo Jesus. Mas, para isso a arma do combate à ser usada é a oração. Acerca desse assunto escreveu santa Faustina : É pela oração que a alma se arma para toda espécie de combate. Em qualquer estado em que se encontre, a alma deve rezar. Tem que rezar a alma pura e bela pois de outra forma perderia a sua beleza, devem rezar a alma que está buscando essa pureza, porque de outra forma não a atingiria, deve rezar a alma recém convertida, porque de outra forma cairia novamente, deve rezar a alma pecadora, atolada em pecados, para que possa levantar-se. E não existe uma só alma que não tenha a obrigação 6 rezar, porque toda graça provém da oração. (Deus. 146) Sem que a alma reze ela não obterá sucesso no combate espiritual. A segunda arma a ser usada no combate espiritual é o silêncio. No D. 119 santa Faustina diz que Deus não se comunica à alma tagarela e que ela é vazia interiormente faltando nela intimidade com Deus. No d. 452 diz que se as almas quisessem se recolher, Deus logo lhes falaria, porque a distração abafa a palavra do Senhor. D. 477 diz que o silêncio é como a espada na luta espiritual, e que cortará tudo o que queira apegar-se à alma. Diz que a alma silenciosa é forte, e nenhuma adversidade adversidades prejudicará se perseverar no silêncio, e que Deus opera sem obstáculos numa alma silenciosa. A terceira arma no combate espiritual para o devoto da Misericórdia é manter-se ocupado. Santa Faustina assim escreveu: D. 1127: diz que viu Satanás, que se apressava em procurar entre as irmãs, almas desocupadas. Almas preguiçosas e ociosas. Exorta-nos a estarmos atarefados e cansados. Já o ditado diz: mente vazia é oficina do diabo. Santo Afonso de Ligorio chegou a fazer voto de não perder tempo. A quarta arma no combate espiritual é não travar disputa com nenhuma tentação, isso é, não ficar alimentando pensamentos ou desejos contra os mandamentos, mas imediatamente buscar a confissão e colocar aos pés de Jesus Misericordioso as mesmas para que perdoa amanhã a força sobre nós. D. 1760 Outra arma – QUINTA - poderosa no combate espiritual é a paciência, exortando-nos Jesus a aprendermos a suportar com paciência as mim mesmo. Certa vez, Jesus chegou a dizer a s. Faustina que lhe agradava que ela tivesse paciência consigo mesma. Se o mandamento ordena que eu ame ao próximo como a mim mesmo, ele está me dizendo que aprenderei a ser paciente com o outro na medida em que eu aprender a ser paciente comigo mesmo. A sexta arma no combate espiritual do devoto da misericórdia é fugir das pessoas que murmuram como se foge da peste, deixando que os outros procedam como quiserem, mas, nós devemos buscar proceder como ele manda. Sétima arma no combate espiritual do devoto da misericórdia: evitar a dissipação, não pedir a opinião de todas, não desanimar com a ingratidão e não investigar curiosamente os caminhos pelos quais Deus me conduz. Oitava arma no combate espiritual do devoto da misericórdia: não ter medo da luta, pois a própria coragem muitas vezes afasta as tentações, que não ousam nos perturbar. Não se guiar pelo sentimento.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Cuidado com a interferência

Existe alguma coisa que pode me impedir de viver a misericórdia? Existe. As chamadas interferências? Interferência? Sim, interferência. Certa vez, estava passando por uma grande tribulação. Naquele momento eu estava interiormente atribulado, tinha dificuldades para orar, consequentemente para escutar a Deus e assim experimentar sua misericórdia. Cheguei a pensar que Deus havia se esquecido de mim, que havia me abandonado. Como estava tendo dificuldades para escutar a Deus procurarei a ajuda de pessoas para rezarem por mim, e, me ajudassem a compreender o motivo pelo qual Deus estava permitindo que eu passasse por isso. Eles oraram por mim e a imagem que Deus lhes deu foi a de que ele estava falando comigo, mas que ele fala apenas numa sintonia. Então, o diabo pra impedir que eu escutasse à misericórdia estava gerando interferência externa pra que eu ficasse agitado interiormente e não percebesse que Deus continuava falando comigo. Assim também se deu com s. Faustina que conta que certa vez ela estava magoada com uma pessoa que havia abusado da sua bondade a ponto de quando essa pessoa apareceu na sua frente ela queria dar-lhe uma grande reprimenda. Os sentimentos estavam gerando interferência no coração de Faustina a ponto dela não estar conseguindo ouvir a misericórdia. De fato não é a toa que Jesus insiste no D. 1760 para que não nos deixemos dominar pelos sentimentos pois não termos domínio sobre eles e nem podemos permitir que eles tenham domínio sobre nós. Faustina conta que somente depois de ver a misericórdia diante dos olhos é que ela percebeu que não deveria agora pelo sentimento é tratar aquela pessoa como ela havia lhe tratado, mas, viu diante dos olhos a misericórdia de Deus e resolveu tratar aquela mulher, herói como Jesus a trataria se estivesse no seu lugar. É isso. As interferências têm da parte do mal a intenção de nós impedir de viver a misericórdia e de nós sentirmos objeto dela. Essa tática do maligno não é novidade, pois pelo contrário foi a tática que ele usou com Adão e Eva interferindo na escuta deles, no relacionamento deles com Deus. Quando Jesus Misericordioso diz a santa Faustina que o pecado que mais fere o seu coração são os pecados de desconfiança, de incredulidade, ele está querendo nos alertar sobre essa realidade espiritual de que o demônio não deseja que tenhamos com ele um relacionamento pessoal, de confiança. O primeiro mandamento de Israel, portanto para um judeu é o de ouvir a Deus: “Ouve ó Israel, o Senhor é o único Senhor”. Ouvir a Deus é o primeiro mandamento de Deus para cada um de nós. Ele deseja ter um relacionamento pessoal comigo e com você, deseja que você confie nele e estabeleça com ele um relacionamento de confiança. Mas, para isso precisamos entender que travamos um verdadeiro combate espiritual pois as interferências criadas pelo maligno não deseja isso. Existe uma passagem do diário de Santa Faustina onde Jesus Misericordioso lhe falar que está presente no sacrário todinho para cada um de nós e diz ainda que esse amor dele por nós, esse desejo que ele tem de ter um relacionamento pessoal com comigo e com você, exige apenas uma coisa: a reciprocidade, isso é, o desejo também de que queiramos ter esse relacionamento de confiança e amizade com ele. Jesus sempre insistiu comigo nesse aspecto. Durante a jornada mundial da juventude de 2000 indo para Roma onde estava ocorrendo a jornada, preocupado com a guerra que naquele momento estava ocorrendo entre Timor Leste e Indonésia me deixava tomar por essa preocupação quando tiver uma locução interior tão forte que me dizia: “Não busque fora de você o que está dentro de você”, isso é, não me busque fora de você pois eu estou dentro de você. É que sempre tive a fraqueza de me deixar levar pelas coisas fora de mim e não buscava cultivar um relacionamento pessoal de confiança com Jesus. Essas palavras de Jesus que me foram ditas mostram que para viver a misericórdia é preciso olhar para dentro de nós mesmos. Jo 8 nos fala da adúltera que ia ser apedrejada. Acontece que aos homens que estavam com pedras nas mãos Jesus disse a eles que quem não tivesse pecados que atirasse a primeira pedra, isso é, olhem para dentro de si mesmos e vissem se eram tão diferentes daquela mulher que estavam prestes a matar pois ao fazerem isso iriam perceber que não eram tão diferentes dela, pois tinham tantos pecados quanto ela tinha, logo, isso lhes impossibilitava de jogar pedras nela pois tinham pecados. Quem entra dentro de si mesmo, percebe quem ele é e vai perceber que ao invés de tirar o cisco do olho do irmão vai enxergar a trave que cerca o próprio olho e que tal exemplo o esteja impedindo de ser e de viver a misericórdia. As interferências geradas pelo maligno têm também a intenção de impedir que nos conheçamos a nós mesmos e de perceber que mesmo sendo assim somos amados, somos queridos por Deus cujo coração se abre para a nossa miséria. No diário de Santa Faustina 584 Jesus Misericordioso fala sobre isso: Quando reflete sobre o que te digo no fundo do teu coração, tiras mais proveito do que se tivesses lido muitos livros. Oh se as almas quisessem ouvir a minha voz, quando falo no fundo dos seus corações, em pouco tempo atingiriam os cumes da perfeição.

domingo, 17 de abril de 2016

O combate espiritual e a misericórdia

O devoto da Misericórdia deve saber que não terá uma vida facilitada por ser devoto da Misericórdia. Sim, pode acontecer que uma pessoa tendo conhecimento da devoção à Divina Misericórdia achei que a partir do momento em que passou a confiar mais na misericórdia seus sofrimentos acabaram. Quem assim pensar se esqueceu de uma palavra que Santa Faustina diz que aquilo que o demônio mais odeia é a misericórdia. De modo que gostaria de chamar a atenção para a necessidade de percebermos que a devoção à Divina Misericórdia é uma devoção para as pessoas que são combatentes espirituais. Gl 5 já nos mostra que em nossa carne se trava um combate entre a carne e o espírito, entre aquele que viver na carne mas é chamado a viver no Espírito. É desse combate que queremos falar e que em Éf 4 diz que devemos nos despir das vestes do homem velho para nós vestir mostra das vestes do homem novo criado a semelhança de Cristo Jesus. Mas, para isso a arma do combate à ser usada é a oração. Acerca desse assunto escreveu santa Faustina : É pela oração que a alma se arma para toda espécie de combate. Em qualquer estado em que se encontre, a alma deve rezar. Tem que rezar a alma pura e bela pois de outra forma perderia a sua beleza, devem rezar a alma que está buscando essa pureza, porque de outra forma não a atingiria, deve rezar a alma recém convertida, porque de outra forma cairia novamente, deve rezar a alma pecadora, atolada em pecados, para que possa levantar-se. E não existe uma só alma que não tenha a obrigação 6 rezar, porque toda graça provém da oração. (Deus. 146) Sem que a alma reze ela não obterá sucesso no combate espiritual. A segunda arma a ser usada no combate espiritual é o silêncio. No D. 119 santa Faustina diz que Deus não se comunica à alma tagarela e que ela é vazia interiormente faltando nela intimidade com Deus. No d. 452 diz que se as almas quisessem se recolher, Deus logo lhes falaria, porque a distração abafa a palavra do Senhor. D. 477 diz que o silêncio é como a espada na luta espiritual, e que cortará tudo o que queira apegar-se à alma. Diz que a alma silenciosa é forte, e nenhuma adversidade adversidades prejudicará se perseverar no silêncio, e que Deus opera sem obstáculos numa alma silenciosa. A terceira arma no combate espiritual para o devoto da Misericórdia é manter-se ocupado. Santa Faustina assim escreveu: D. 1127: diz que viu Satanás, que se apressava em procurar entre as irmãs, almas desocupadas. Almas preguiçosas e ociosas. Exorta-nos a estarmos atarefados e cansados. Já o ditado diz: mente vazia é oficina do diabo. Santo Afonso de Ligorio chegou a fazer voto de não perder tempo. A quarta arma no combate espiritual é não travar disputa com nenhuma tentação, isso é, não ficar alimentando pensamentos ou desejos contra os mandamentos, mas imediatamente buscar a confissão e colocar aos pés de Jesus Misericordioso as mesmas para que perdoa amanhã a força sobre nós. D. 1760 Outra arma – QUINTA - poderosa no combate espiritual é a paciência, exortando-nos Jesus a aprendermos a suportar com paciência as mim mesmo. Certa vez, Jesus chegou a dizer a s. Faustina que lhe agradava que ela tivesse paciência consigo mesma. Se o mandamento ordena que eu ame ao próximo como a mim mesmo, ele está me dizendo que aprenderei a ser paciente com o outro na medida em que eu aprender a ser paciente comigo mesmo. A sexta arma no combate espiritual do devoto da misericórdia é fugir das pessoas que murmuram como se foge da peste, deixando que os outros procedam como quiserem, mas, nós devemos buscar proceder como ele manda. Sétima arma no combate espiritual do devoto da misericórdia: evitar a dissipação, não pedir a opinião de todas, não desanimar com a ingratidão e não investigar curiosamente os caminhos pelos quais Deus me conduz. Oitava arma no combate espiritual do devoto da misericórdia: não ter medo da luta, pois a própria coragem muitas vezes afasta as tentações, que não ousam nos perturbar. Não se guiar pelo sentimento.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

A Europa dos dois pulmões

No dia 13 de Abril de 1991, com uma medida de São João Paulo II foi reorganizada a Igreja Católica de rito latino nas Repúblicas soviéticas da Bielorrússia, Rússia e Cazaquistão. No jubileu para comemorar este restabelecimento oficial, a Presidência do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) quis dirigir uma mensagem aos bispos católicos destes três países, na pessoa de seus três presidentes. Ele escreve a CCEE “desejo, em nome de todos os membros da CCEE associar-nos com a vossa alegria, lembrando ao mesmo tempo, todos aqueles que souberam preservar a fé também ao custo da vida. […] Depois de mais de setenta anos de silêncio e perseguições, “páginas trágicas e, ao mesmo tempo gloriosas” para a vitalidade da fé (cf. Carta Pastoral da Conferência dos Bispos Católicos da Rússia para o Ano Jubilar da Misericórdia), a liberdade religiosa reencontrada permitiu a Igreja Católica crescer e levar a fé e a esperança que durante tantos anos parecia apagada”. Com esta carta, a presidência do organismo que reúne as Conferências Episcopais na Europa quis recordar como “a Igreja na Europa respira com dois pulmões e a Igreja Católica na Rússia e na Bielorrússia é determinante para o futuro da Igreja em toda a Europa. Que neste ano da misericórdia esta recordação possa se tornar para todos os fieis católicos nestes três países uma ocasião para renovar as suas esperanças em Cristo e na sua dinâmica missionária. Que possam, além do mais, as relações institucionais com o Estado, com a Igreja Ortodoxa nos vossos países e com as outras Conferências Episcopais da Europa, tornar-se sinal sempre luminoso de Cristo para um mundo que procura a paz e a reconciliação na defesa do bem comum e avançando com esperança na história”. Finalmente, a carta termina com um convite a continuar no trabalho comum de anunciar o Evangelho “no mundo de hoje, muitos não conhecem ainda a Deus. Trabalhemos incansavelmente para que a humanidade toda possa conhecer e amar o verdadeiro Deus”. conjunto de anunciar o Evangelho “no mundo de hoje, muitos ainda não conhecem a Deus. Trabalhamos incansavelmente para garantir que toda a humanidade pode conhecer e amar o Deus verdadeiro.” Os membros da Presidência CCEE que assinam a carta são: Cardeal Peter Erdo, Arcebispo de Esztergom-Budapeste e Presidente da CCEE Cardeal Angelo Bagnasco, arcebispo de Gênova e Vice-Presidente da CCEE Angelo Massafra, Arcebispo de Scutari e Vice-Presidente da CCEE Os presidentes das conferências episcopais destinatários da carta são: Paolo Pezzi, Presidente da Conferência Episcopal da Federação Russa Tadeusz Kondrusiewicz, Presidente da Conferência Episcopal da Bielorrússia José Luis Mumbiela Sierra, Presidente da Conferência Episcopal do Cazaquistão

Na homilia desta quinta-feira, o Santo Padre convida a pedir todos os dias ao Senhor com estas palavras: ‘Fala, Senhor, que o teu servo escuta’

Nessa quinta-feira, na homilia na casa santa Marta o Papa se inspirou na primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, em que Filipe evangeliza o etíope, alto funcionário da rainha Candace. O protagonista deste encontro, de fato, não é Filipe nem mesmo o etíope, mas o próprio Espírito. “É Ele que faz as coisas. É o Espírito que faz nascer e crescer a Igreja”, observou o Papa. “Nos dias passados, a Igreja nos propôs o drama da resistência ao Espírito: os corações fechados, duros, tolos, que resistem ao Espírito. Viam os fatos – a cura do paralítico feita por Pedro e João na Porta Formosa do Templo; as palavras e as grandes coisas que fazia Estêvão… – mas ficaram fechados a esses sinais do Espírito e resistiram a Ele. E buscavam justificar essa resistência com uma suposta fidelidade à lei, isto é, à letra da lei”. Hoje o que a Igreja propõe é o oposto, explicou o Papa: a Igreja ensina não resistir ao Espírito, mas ser dócil a Ele deixando-O agir e ir adiante para construir a Igreja; essa é a atitude do cristão. Como exemplo o Pontífice citou Filipe, um dos Apóstolos, que estava atarefado, tinha os seus planos de trabalho, mas o Espírito lhe diz para deixar de lado o que havia programado e ir ao encontro do etíope, e ele obedeceu. Francisco ilustrou o encontro entre Filipe e o etíope, quando o apóstolo explicou o Evangelho e sua mensagem de salvação. O Espírito, disse, trabalhava no coração do etíope, oferecia a ele o dom da fé e este homem sentiu algo de novo no seu coração. E, ao final, pede para ser batizado, pois foi dócil ao Espírito Santo. “Dois homens: um evangelizador e um que não sabia nada de Jesus, mas o Espírito tinha semeado uma curiosidade saudável e não aquela curiosidade das fofocas”. E no final o etíope prossegue o seu caminho com alegria, a alegria do Espírito, à docilidade ao Espírito. “Ouvimos nos dias passadas o que faz a resistência ao Espírito; hoje temos o exemplo de dois homens que foram dóceis à Sua voz. E o sinal é a alegria. A docilidade ao Espírito é fonte de alegria”. O Papa propôs, por fim, uma bela oração para pedir esta docilidade, que pode ser encontrada no Primeiro Livro de Samuel. Trata-se da oração que o sacerdote Eli sugere ao jovem Samuel, que à noite ouvia uma voz que o chamava: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta”. “Esta é uma bela oração que nós podemos fazer sempre: ‘Fala, Senhor, porque teu servo escuta’. A oração para pedir esta docilidade ao Espírito Santo e com esta docilidade levar avante a Igreja, ser o instrumento do Espírito para que a Igreja possa prosseguir. ‘Fala, Senhor, que o teu servo escuta’. Rezemos assim, várias vezes por dia: quando temos uma dúvida, quando não sabemos ou quando simplesmente quisermos rezar. E com esta oração pedimos a graça da docilidade ao Espírito Santo”.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

PAPA Papa: sem um coração arrependido, toda ação religiosa é ineficaz

Misericórdia é que eu quero, e não sacrifício”. Partindo desta máxima de Jesus no contexto bíblico da vocação de Mateus, o Papa afirmou durante a Audiência geral desta quarta-feira, (13/04), que qualquer atitude religiosa que não provenha do arrependimento é ineficaz. “Todos necessitamos da misericórdia de Deus, origem da nossa salvação”, disse Francisco. Mateus era coletor de impostos e, por isso, um pecador público. Contudo, sua verdadeira vocação se confirma com o chamado do Mestre, porém isso não o torna perfeito. “É verdade que ser cristão não nos faz impecáveis. Como Mateus, o publicano, cada um de nós se entrega à graça do Senhor apesar dos próprios pecados. Todos somos pecadores, todos pecamos. Uma vez, ouvi um provérbio tão bonito: não há santo sem passado, e não há pecador sem futuro. É bonito isso, isto é o que faz Jesus”, recordou o Pontífice. Muro que nos separa de Deus Todavia, recordou Francisco, é preciso superar uma barreira que nos afasta de Deus e que, por muitas vezes, parece intransponível: “A vida cristã é uma escola de humildade que se abre à graça. Tal comportamento não é compreendido por quem tem a presunção de se achar ‘justo’ e melhor do que os outros. Soberba e orgulho não permitem que reconheçamos a nossa necessidade de salvação, aliás, impede de ver o rosto misericordioso de Deus e de agir com misericórdia. São um muro, a soberba e o orgulho, são um muro que impedem a relação com Deus”. Os pecadores, todos, sem exclusão – reforçou o Papa – também têm a oportunidade de serem curados pelo poder “restaurador de Deus” que não conhece limites. “E isso nos deve dar confiança para que Jesus venha e nos cure!”, exclamou o Pontífice. Médico Divino Francisco refletiu então sobre Jesus que se apresenta como Médico Divino, com dois medicamentos que restauram e nutrem: a Palavra e a Eucaristia. “Com a Palavra, Ele se revela e nos convida a um diálogo entre amigos: Jesus não tinha medo de falar com os pecadores, os publicanos, as prostitutas. Não tinha medo, amava todos”, disse o Papa ao advertir: “Às vezes, esta Palavra é dolorosa porque incide sobre as hipocrisias, desmascara as falsas desculpas, traz à tona as verdades escondidas; mas ao mesmo tempo ilumina e purifica, dá força e esperança, é um reconstituinte preciso no nosso caminho de fé”. Religiosidade de fachada O segundo bálsamo para o arrependimento sincero do coração cristão é a Eucaristia que “nos nutre com a própria vida de Jesus e, como um potentíssimo remédio, de maneira misteriosa renova continuadamente a graça do nosso Batismo”. Ao concluir, Francisco voltou ao cenário de Jesus que dialoga com os fariseus para recordar que, apesar da aliança com Deus e da misericórdia, as orações de Israel eram incoerentes e cheias de palavras vazias, uma ‘religiosidade de fachada’: “‘Misericórdia é que eu quero’, ou seja, a lealdade de um coração que reconhece os próprios pecados, que se arrepende e volta a ser fiel à aliança com Deus. ‘E não sacrifício’: sem um coração arrependido, toda ação religiosa é ineficaz”. (Rádio Vaticano)

ESPIRITUALIDADE Surge uma nova devoção: o Caminho da Misericórdia

Animando a contemplar o mistério da misericórdia, ao qual chamou o Papa Francisco ao convocar o Ano Santo quando diz que ela “é fonte de alegria, de serenidade e de paz”, e “é condição para nossa salvação”, na Polônia nasceu uma nova devoção entorno deste grande mistério de Deus. Trata-se do “Caminho da Misericórdia”, uma bela prática de piedade entorno da Misericórdia que se celebrou pela primeira vez no sábado, 02 de abril, no Santuário da Divina Misericórdia de Lagiewniki, Cracóvia, por iniciativa do Padre Franciszek Slusarczyk, reitor do Santuário. “Isto foi uma surpresa. Pela primeira vez, desde Cracóvia, Polônia, o mundo se inteirou de que neste lugar, no Ano da Misericórdia, nasceu uma nova faísca da misericórdia para converter-se em uma nova forma de profunda oração”, disse o sacerdote, que foi citado em nota de imprensa difundida pela organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Cracóvia 2016. O sacerdote também manifestou seu desejo que a devoção se difunda por todo o mundo: “Tenho a esperança de que o Caminho da Misericórdia possa ser vivido não somente no Santuário da Divina Misericórdia, em Lagiewniki, mas também em todos os lugares de culto à Divina Misericórdia”. A devoção consiste em 21 estações nas quais se meditam passagens bíblicas, assim como contribuições da Encíclica ‘Dives in Misericordia’ do Papa João Paulo II; e extractos do Diário de Santa Faustina Kowalska, religiosa polonesa conhecida como “Apóstolo da Misericórdia”. No último sábado, na véspera do Domingo da Misericórdia -festividade que precisamente foi instituída por São João Paulo II para que se celebre a cada ano no Segundo Domingo de Páscoa-, se oraram as primeiras 7 estações que fazem referência à experiência da Fé em Jesus, como o explicou Malgorzata Pabis, porta-voz do Santuário: “Encontrar-se com o Senhor Jesus à luz da Fé, porque Jesus não somente proclama a mensagem da Misericórdia, mas também atua em consequência: dá a vista aos cegos, purifica aos leprosos, ressuscita aos mortos e derrama esperança nos corações da gente”. Já a partir da oitava se medita sobre o Caminho da Cruz, quando o próprio Jesus Cristo acudiu à misericórdia do Pai e recebeu misericórdia em seu caminho à Crucifixão. Aqui se recordam a Verônica, a Simão de Cirene e a mesma Mãe de Deus. Entretanto, nas estações restantes -da 15 à 21- se medita nos principais acontecimentos que tiveram lugar após a Ressurreição de Jesus. “Os outros encontros com Jesus, durante o Caminho da Misericórdia nos falam de como o Senhor Jesus não somente percorre os caminhos que levam às cidades e aos povos de nosso presente, do mundo de hoje, mas além disso vai ao encontro das pessoas, cheio de misericórdia e compaixão”, expôs o Padre Franciszek Slusarczyk. O Santuário polonês, que também está se preparando para receber a milhões de peregrinos no próximo mês de julho por ocasião da JMJ, já anunciou a edição de um livro e um CD para o “Caminho da Misericórdia”, uma devoção que muito seguramente lhe dará grande impulso com o encontro mundial de jovens e o Ano Santo da Misericórdia. (via Gaudium Press)

Usar de misericórdia

Quando Jesus conta a parábola do bom samaritano termina a mesma perguntando quem havia sido o próximo daquele homem. Respondem a Jesus :aquele que usou de misericórdia para com ele. Vá e faça o mesmo. Jesus nos pede pra usarmos de misericórdia. Usar de misericórdia, significa praticar a misericórdia para com o próximo, e isso é possível através das obras de misericórdia corporais e espirituais. Dar de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, vestir os nus, visitar os presos e os doentes, enterrar os mortos, acolher os peregrinos. Dar bom conselho, corrigir os errados, ensinar os ignorantes, perdoar os que nos ofenderam, consolar os aflitos, suportar com paciência as fraquezas do próximo, rezar pelos vivos e pelos mortos. Quando prático uma dessas obras de misericórdia estou usando de misericórdia. O mundo está precisando de pessoas que usem de misericórdia. Pe Antônio Aguiar

segunda-feira, 11 de abril de 2016

A Irmã Dulce dormiu durante 30 anos em uma cadeira de madeira

A beata irmã Dulce, muito reconhecida no Brasil pela grande obra de caridade que levou adiante em prol dos mais necessitados, dormiu durante 30 anos em uma cadeira de madeira. A penitência foi feita em ação de graças a Deus pela recuperação de sua irmã, Dulcinha, que, em 1955, tinha passado por uma gravidez de alto risco. A religiosa cumpriu sua promessa durante 30 anos com muita dificuldade, já que tinha um enfisema pulmonar. Em 1985, os médicos a convenceram a encerrar essa penitência – mas não foi fácil, porque a Irmã Dulce pretendia continuar fazendo o sacrifício. Conhecida como “Anjo bom da Bahia“, a religiosa dormia um máximo de quatro horas por dia. Ela afirmava que gostaria de não precisar descansar, porque assim teria mais tempo para ajudar os pobres. E isso que ela tinha começado a sua vida de caridade já aos 13 anos de idade, quando conheceu uma favela em Salvador, e dedicou todo o restante dos seus quase 78 anos de vida a “amar e servir”, lema da sua ação em benefício dos mais necessitados. Com essa intenção, ela criou um “bandejão” em 1950 para dar comida aos pobres, ao que se seguiu a rede de aleitamento materno e toda a sua série de obras de caridade, para cujo sustento a própria irmã Dulce chegou a tocar acordeon e a cantar nas ruas de Salvador tentando arrecadar dinheiro. O espírito solidário vinha de família, já que o avô e o pai participavam de instituições filantrópicas, mas, além de ajudar, a então adolescente queria também evangelizar. Ela conheceu as Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus em 1929 e tentou entrar às escondidas na congregação, mas o irmão mais novo a denunciou ao pai – que queria que ela fosse professora. A futura religiosa até chegou a estudar para fazer a vontade do pai, mas, logo que terminou o curso, aos 20 anos, conseguiu convencê-lo de que sua vocação era outra e entrou na congregação. Foi então que a jovem Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes escolheu o nome de irmã Dulce: uma homenagem à mãe, que havia falecido quando ela tinha apenas 8 anos de idade. A irmã Dulce foi beatificada em 22 de maio de 2011, em Salvador, sob o pontificado de Bento XVI. “O amor supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios. Por mais que fizermos, tudo é pouco diante do que Deus faz por nós” (Irmã Dulce)

“O coração fechado à verdade de Deus fica preso somente à verdade da lei”

Analisando a leitura dos Atos dos Apóstolos, onde os doutores da lei acusam Estêvão com calúnias, o Papa observou que “O coração fechado à verdade de Deus fica preso somente à verdade da lei”, ou melhor – precisou o Pontífice – “mais do que pela lei, pela letra”, e “não encontra outra saída a não ser a mentira, o falso testemunho e a morte”. Jesus já os havia repreendido por esta atitude, porque “seus pais tinham matado os profetas” e eles, agora, construíam monumentos a esses profetas. E a resposta dos “doutores da letra” é mais “cínica” do que “hipócrita”: “Se nós estivéssemos na situação dos nossos pais, não teríamos feito o mesmo”. E “assim – explicou o Papa – se lavam as mãos e se julgam puros diante de si mesmos. Mas o coração está fechado à Palavra de Deus, está fechado à verdade, está fechado ao mensageiro de Deus que traz a profecia para levar avante o povo de Deus”: “Faz-me mal quando leio aquele pequeno trecho do Evangelho de Mateus, quando Judas arrependido vai dos sacerdotes e diz ‘pequei’ e quer dar … e dá as moedas. ‘Que nos importa! – dizem eles – o problema é seu!” Um coração fechado diante deste pobre homem arrependido que não sabia o que fazer. “O problema é seu’ e foi se enforcar. E o que eles fazem quando Judas vai se enforcar? Falam e dizem ‘mas, pobre homem? Eh, sim…’ Não! As moedas, rápido! “Essas moedas são a preço de sangue, não podem entrar no templo …” e a regra é esta, esta e esta… Os doutores da letra”. E o Papa Francisco prosseguiu: “A eles não importa a vida de uma pessoa, não importa o arrependimento de Judas: O Evangelho diz que ele voltou arrependido. A eles importa somente o seu esquema de leis e muitas palavras e coisas que construíram. Esta é a dureza de seu coração. Esta é a dureza do coração, da tolice do coração dessa gente que, como não podia resistir à verdade de Estêvão, vai procurar testemunhos, testemunhas falsas para julgá-lo.” Estêvão, afirmou o Papa, termina como todos os profetas, termina como Jesus. Isso se repete na história da Igreja: “A história nos fala de muita gente que foi morta e julgada não obstante fosse inocente. Julgada com a Palavra de Deus, contra a Palavra de Deus. Pensemos na caça às bruxas ou em Santa Joana D’Arc, em muitos outros que foram queimados e condenados porque não se ajustaram, segundo os juízes, à Palavra de Deus. É o modelo de Jesus que, por ter sido fiel e obedecido à Palavra do Pai, termina na cruz. Com muita ternura Jesus diz aos discípulos de Emaús: ‘Ó tolos e tardos de coração’! Peçamos hoje ao Senhor para que com a sua ternura olhe as pequenas e grandes tolices de nosso coração, nos acaricie e nos diga ‘Ó tolos e tardos de coração’ e comece a nos explicar as coisas.” (Com informações Rádio Vaticano)

sábado, 9 de abril de 2016

DESTAQUES 9 chaves para entender o documento “A alegria do amor”, do Papa Francisco

A exortação Evangelii Gaudium e a encíclica Laudato Sí eram documentos com uma voz específica: a do Papa Francisco. Já este novo documento, Amoris Laetitia, aparece como um concerto pastoral, uma orquestra dirigida pelo Papa. 1. A quem o Papa se dirige com A alegria do amor? A todos os católicos e seus pastores. A Igreja faz um esforço para estar perto dos casais e dos pais de família na educação dos filhos. O primeiro capítulo dá destaque ao Evangelho. A Bíblia está povoada de famílias, de gerações, de histórias de amor e de crises familiares (AL 8). A família não é um ideal, mas um trabalho artesanal (AL 16). 2. O que se diz sobre a comunhão para os divorciados que vivem numa nova união? A mensagem do Papa é de que não há receitas. Por quê? Porque cada caso é único e merece atenção personalizada. Os divorciados que vivem numa nova união e os casais que vivem junto sem se casar são convidados à Igreja, a entrar em diálogo com o pároco e com o bispo. A partir daí se tomam decisões em consciência e caso por caso. 3. Então qual é a novidade? Trata-se de atender à vocação da família em tempos difíceis. Uma abertura a mais à fragilidade. Atenção ao oitavo capítulo, que trata da misericórdia e do discernimento pastoral diante de situações “irregulares” ou “complexas” (AL 298). Ali se apresenta a necessária gradualidade na pastoral, a importância do discernimento, das normas e das circunstância. O Papa fala da “lógica da misericórdia pastoral” e pede que se evitem julgamentos que não levem em consideração a complexidade das diversas situações (AL 296). E fala de que cada pessoa encontre a maneira de participar da comunidade eclesial, para que se sinta objeto duma misericórdia imerecida, incondicional e gratuita (AL 297). 4. O que significa discernir? O Papa quer uma Igreja que escute a pessoa que se sente ferida. Uma Igreja que faça o discernimento em cada situação e evite julgamentos (AL 296). Por isso, não há receitas ou truques. É uma busca humilde e sincera da vontade de Deus. 5. Isso significa que há mudança na doutrina? A tradição da Igreja não muda. Ela se propõe a apresentar a verdade e a caridade do Evangelho. Jesus teve misericórdia dos pecadores e fazia refeições com eles. 6. O que o documento fala sobre os homossexuais? A Igreja pede respeito e dignidade para eles. Não muda o ensinamento. Desse modo, condena todo tipo de discriminação injusta e condena particularmente toda forma de agressão e violência. Pede atenção às famílias que têm em seu seio pessoas com tendências homossexuais. E o documento confirma o casamento indissolúvel entre um homem e uma mulher (AL 251).7. E as pessoas que não estão casadas? O documento também se dirige aos pais e mães sós, viúvos e viúvas, homens e mulheres solteiras. Toda pessoa é um filho ou uma filha; todos têm uma história familiar; todos provaram a alegria da família; todos conhecem alguém que passou situações difíceis e dolorosas. 8. Ter muitos ou poucos filhos? O terceiro capítulo está dedicado a alguns elementos essenciais do ensinamento da Igreja sobre o casamento e a família. A resposta: Humanae Vitae e paternidade responsável (AL 68). São os esposos em diálogo e abertos à vontade de Deus que tomam a decisão (AL 222). 9. Qual é o maior desafio de Amoris laetitia? O maior desafio é ler sem pressa e colocar em prática. Convida-nos a ser compreensivos frente a situações complexas e dolorosas. O Papa Francisco quer compaixão e não julgamentos. Amor pelos frágeis e descobrir a força da ternura (AL 308). Ademais, explica: hoje, mais importante que uma pastoral dos fracassos, é o esforço pastoral para consolidar os casamentos e assim prevenir rupturas (AL 307). “A alegria do amor” não é uma lista de regras ou condenações. Uma rápida leitura de seus conteúdos nos confirma que, quando o Papa Francisco fala de trabalho artesanal, ele o faz em referência à riqueza e à complexidade das relações familiares.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Mensagem da Misericórdia

Estes dias vendo os Dez Mandamentos vi uma cena que me impactou: Aarao que se deixará levar pela assembléia dos hebreus descontentes com a demora de Moisés no monte, fizeram o bezerro de ouro que estes estavam adorando com o deus que lhes havia tirado do Egito. Agora Aarao é promovido a Sumo Sacerdote por Deus para estar à frente do povo. Aarao pergunta a Moisés como pode ser isso depois dele ter cometido tão grande pecado. Moisés responde que Deus já lhe havia perdoados, agora cabia a ele perdoar a si mesmo. Sim, Deus sempre nos perdoa. O salmos tá diz: Deus não guarda rancor para sempre o que ama é a misericórdia. É exatamente isso : Deus não guarda rancor somos nós quem guardamos rancor quer seja de nós queremos seja dos outros. Deus perdoa. Eu também devo aprender a me perdoar. Você deve aprender a se perdoar. Tanto é que mesmo depois do pecado de Aarao a escolha de Deus se manteve. Deus manteve a sua confiança em Aarao e a mantém em mim e em você. Isso é misericórdia.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

ESPIRITUALIDADE 5 bons motivos para rezar o Terço da Divina Misericórdia

. Jesus nos pede para rezá-lo Jesus apareceu a Santa Maria Faustina Kowalska, religiosa polonesa (1905-1938) e lhe pediu que desse a conhecer a misericórdia divina, através de três meios: – A imagem com a inscrição: “Jesus, eu confio em Vós”. Ele disse: “Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá” (Diário, 48) – A festa da Divina Misericórdia, no 2º Domingo de Páscoa. Jesus disse: “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. (…). Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas” (699). – Uma oração que Ele ditou, chamada “Terço da Divina Misericórdia”. 2. Recebemos graças extraordinárias Jesus disse: “Oh! que grandes graças concederei às almas que recitarem esse Terço” (848). “Todo aquele que o recitar alcançará grande misericórdia na hora da sua morte. Os sacerdotes o recomendarão aos pecadores como a última tábua de salvação. Ainda que o pecador seja o mais endurecido, se recitar este Terço uma só vez, alcançará a graça da Minha infinita misericórdia” (687). Prometeu: “Defendo toda alma que recitar esse terço na hora da morte, como se fosse a Minha própria glória (…) Quando recitam esse terço junto a um agonizante, aplaca-se a ira de Deus, a misericórdia insondável envolve a alma” (811). 3. O Papa Francisco o recomenda No 2º Domingo da Quaresma, o Papa mandou distribuírem aos fiéis da Praça de São Pedro o “Misericordina”, o remédio da misericórdia: uma caixinha com a imagem do Senhor da Divina Misericórdia, a explicação do Terço da Divina Misericórdia e um terço para rezá-lo. Misericordina Em sua carta apostólica “O rosto da Misericórdia”, o Papa chama Santa Faustina de “grande apóstola da misericórdia e pede sua intercessão. Neste jubileu da misericórdia, somos convidados a rezar diariamente o Terço da Misericórdia, preferencialmente às 15h, que é a hora da misericórdia, na qual Jesus deu sua vida por nós. 4. É fácil rezar o Terço da Misericórdia Jesus ensinou assim a Santa Faustina: se reza “com um terço comum, da seguinte maneira: primeiro rezarás uma vez o Pai-Nosso, a Ave-Maria e o Credo. Depois, nas contas de Pai Nosso, dirás as seguintes palavras: ‘Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e dos do mundo inteiro’. Nas contas de Ave Maria rezarás as seguintes palavras: ‘Pela Sua dolorosa Paixão, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro’. No fim, rezarás três vezes estas palavras: ‘Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro’…” (476). 5. Só demora 5 minutos Em um retiro com um grupo de seminaristas, eu os convidei a rezar comigo o Terço da Misericórdia às 15h, e para motivá-los, disse: “Só demora 5 minutos”. Ao terminar, um deles comentou: “Eu olhei no relógio e, de fato, rezamos tudo em 5 minutos!”. Que tempo tão breve para graças tão grandes!

Papa: misericórdia de Deus cancela nossas misérias

O Evangelho da misericórdia exemplificado pela vida terrena de Jesus, a partir do Batismo de Cristo no Rio Jordão. Com esse tema, o Papa Francisco abriu nesta quarta-feira (6/4), uma nova etapa nas suas reflexões durante as Audiências gerais. “Jesus é a misericórdia de Deus feita carne. Uma misericórdia que Ele expressou, realizou e comunicou sempre (…) encontrando as multidões, anunciando o Evangelho, curando os doentes, perdoando os pecadores”, disse o Papa. Com estes gestos, Jesus torna visível um amor ilimitado aberto a todos – que não exclui ninguém –, sublinhou Francisco. Amor que se reflete também na presença de Jesus na fila para receber o Batismo de João Batista: Marca indefectível “Este é um fato que imprime uma marca decisiva para toda a missão de Cristo. Ele não se apresentou ao mundo no esplendor do tempo – poderia ter feito – não se fez anunciar ao som de trombetas – poderia ter feito – e tampouco apresentou-se nas vestes de um juiz – poderia ter feito”, ponderou repetidamente o Papa. Jesus “não teve vergonha, estava ali com todos os pecadores, para ser batizado”. Portanto – prosseguiu Francisco – desde o início do seu ministério, Ele se manifestou como Messias que assume a condição humana, movido pela solidariedade e pela compaixão”. Expressões convergentes do plano inicial da vida de Cristo na Terra, que marca o início do tempo de misericórdia para toda a humanidade: “levar a todos o amor de Deus que salva”. Vida nova “Jesus não trouxe o ódio, a inimizade, nos trouxe o amor, um amor grande, um coração aberto a todos, todos nós, um amor que salva”, reiterou o Papa – ao afirmar que Ele se fez próximo aos últimos, comunicando a eles a misericórdia de Deus que é perdão, alegria, vida nova”. Francisco recordou que é na Cruz que Jesus “apresenta o pecado do mundo à misericórdia do Pai”: Misérias “Mas quantas vezes dizemos: ‘este é um pecador, fez isso e aquilo, julgamos os outros?’ Mas, e tu? Cada um de nós deveria se perguntar: sim, aquele é um pecador, mas, e eu? Todos somos pecadores, mas todos somos perdoados, todos temos a possibilidade de receber este perdão que é a misericórdia de Deus”. Nada e ninguém – advertiu o Pontífice – está excluído desta oração de Jesus na hora da Paixão: “isso significa que não devemos ter medo de nos reconhecermos e de nos confessarmos pecadores (…) não devemos temer as nossas misérias: e cada um tem as suas. Mas a potência inexaurível de amor do Crucificado não conhece obstáculos e esta misericórdia cancela todas as nossas misérias”. (Rádio Vaticano)

terça-feira, 5 de abril de 2016

O significado da imagem de Jesus Misericordioso

A origem da imagem de Jesus Misericordioso está ligada à visão que Santa Faustina Kowalska teve em Plock, Polônia, em 22 de fevereiro de 1931 e pela qual Cristo expressou sua vontade de pintar tal imagem e que fosse colocado abaixo a seguinte inscrição: “Jesus, eu confio em Vós”. A imagem apresenta Cristo ressuscitado com as marcas da crucificação nas mãos e nos pés. Do Coração transpassado (invisível na imagem) saem dois raios: vermelho e pálido. Sobre o significado de tais raios, Jesus explicou: “o raio pálido significa a Água que justifica as almas; o raio vermelho significa o Sangue que é a vida das almas. Ambos os raios jorraram das entranhas da Minha misericórdia, quando na Cruz o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança (...). Feliz aquele que viver à sua sombra, porque não será atingido pelo braço da justiça de Deus” (Diário, 299). O quadro representa, portanto, a imensa misericórdia de Deus, que foi plenamente revelada no mistério pascal de Cristo e se realiza na Igreja com maior plenitude através dos sacramentos. A imagem deve desempenhar o papel de um recipiente para recolher as graças e de um sinal para recordar aos fiéis a necessidade de confiar em Deus e de exercer a misericórdia ao próximo. Esta imagem “deve lembrar as exigências da Minha misericórdia, porque mesmo a fé mais forte de nada serve sem as obras” (Diário, 742) O Senhor explicou ainda: “Ofereço aos homens um vaso, com o qual devem vir buscar graças na fonte da misericórdia. Esse vaso é a imagem com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós” (Diário, 327). “Por meio dessa imagem – disse Jesus à Santa Fautisna – concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela” (Diário, 570). Além disso, fez a seguinte promessa: “Prometo que a alma que venerar esta imagem não perecerá. Prometo também, já aqui na Terra, a vitória sobre os inimigos e, especialmente, na hora da morte. Eu mesmo a defenderei como Minha própria glória” (Diário, 47).

Conheça a santa a quem Jesus revelou a devoção da Divina Misericórdia

Santa Faustina nasceu na Polônia em 1905. No dia em que foi receber a Primeira Comunhão, beijou as mãos de seus pais para demonstrar sua pena por tê-los ofendido. Costumava ajudar em casa com as tarefas da cozinha, ordenhando as vacas e cuidando de seus irmãos. Frequentou a escola, mas só pôde completar três trimestres porque foi dada uma ordem que os alunos mais velhos tinham que sair para dar lugar às crianças mais novas. Aos 15 anos, começou a trabalhar como empregada doméstica e sentiu mais fortemente o chamado à vocação religiosa. Contou esta inquietude a seus pais em várias ocasiões, mas eles se opuseram. Foi assim que se entregou às vaidades da vida, sem fazer caso do chamado que experimentava, até que escutou a voz de Jesus que lhe pediu para deixar tudo e ir a Varsóvia para entrar em um convento.Sem despedir-se pessoalmente de seus pais, foi para Varsóvia apenas com um vestido. Lá, falou com um sacerdote, o qual conseguiu hospedagem na casa de uma paroquiana. Batia à porta de vários conventos, mas era rejeitada. Foi recebida na Casa Mãe da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, mas antes teve que trabalhar como doméstica um ano para pagar seu ingresso. Poucas semanas depois, teve a tentação de deixar o convento e teve uma visão na qual Jesus apareceu com seu rosto destroçado e coberto de chagas. Ela perguntou: “Jesus, quem te feriu tanto?”. O Senhor respondeu: “Esta é a dor que me causaria deixar este convento. É aqui onde te chamei e não a outro; e tenho preparadas para ti muitas graças”. Mais tarde, foi enviada para o noviciado, tomou o hábito religioso e chegou a pronunciar seus primeiros votos e os perpétuos. Entre suas irmãs, serviu como cozinheira, jardineira e até mesmo porteira. A esta simples mulher, piedosa, mas também alegre e de caritativa, Jesus apareceu em diversas ocasiões mostrando-lhe o seu infinito amor misericordioso pela humanidade. Da mesma forma, Deus lhe concedeu estigmas ocultos, dons de profecia, revelações e o Terço da Divina Misericórdia. “Nem as graças, nem as revelações, nem os êxtases, nem nenhum outro dom concedido à alma a fazem perfeita, mas sim a comunhão interior com Deus... Minha santidade e perfeição consistem na íntima união da minha vontade com a vontade de Deus”, escreveu uma vez. Em 5 de outubro de 1938, após longos sofrimentos suportados com grande paciência, partiu para a Casa do Pai. No ano 2000, foi canonizado pelo seu compatriota João Paulo II, que estabeleceu o segundo domingo de Páscoa como “Domingo da Divina Misericórdia”.

Cinco pontos essenciais da devoção à Divina Misericórdia

1. Devemos confiar na misericórdia do Senhor. Jesus, por meio da Irmã Faustina, nos disse: “Desejo conceder graças inimagináveis às almas que confiam em minha misericórdia. Que se aproximem deste mar de misericórdia com grande confiança. Os pecadores obterão a justificação e os justos serão fortalecidos no bem. Quem depositar sua confiança em minha Misericórdia, encherei sua alma com minha paz divina”.. A confiança é a essência, a alma desta devoção e a condição para receber graças. “As graças de minha misericórdia se tomam com um só recipiente, que é a confiança. Quanto mais uma alma confia, tanto mais receberá. As almas que confiam sem limite são meu grande consolo e sobre elas derramo todos os tesouros de minha graça. Alegro-me que me peçam muito porque meu desejo é dar muito, muitíssimo. A alma que confia em minha misericórdia é a mais feliz, porque eu mesmo cuido dela. Nenhuma alma que tenha invocado minha misericórdia ficou decepcionada, nem ficou confusa. Compraz-me particularmente a alma que confia em minha bondade”. 3. Misericórdia define nossa atitude com cada pessoa. “Exijo de ti obras de misericórdia que devem surgir do amor por mim. Deves mostrar misericórdia sempre e em toda parte. Não podes deixar de fazê-lo, nem desculpar-te, nem justificar-te. Dou-te três formas de exercer a misericórdia: a primeira é a ação; a segunda a palavra; e a terceira, a oração. Nestas três formar se encerra a plenitude da misericórdia e é um testemunho indefectível do amor a Mim. Deste modo a alma louva e adora minha misericórdia”. 4. A atitude de amor ativo ao próximo é outra condição para receber graças. “Se a alma não pratica a misericórdia de alguma maneira, não conseguirá minha misericórdia no dia do juízo. Ó, se as almas soubessem acumular os tesouros eternos, não seriam julgadas, porque a misericórdia anteciparia meu juízo”. 5. O Senhor Jesus quer que seus devotos façam pelo menos um ato de misericórdia por dia. “Deves saber, minha filha que meu coração é a própria misericórdia. Deste mar de misericórdia as graças se derramam para todo o mundo. Desejo que teu coração seja a sede de minha misericórdia. Desejo que essa misericórdia se derrame sobre todo o mundo através de teu coração. Quem quer que se aproxime de ti, não pode ir-se sem confiar em minha misericórdia, que tanto desejo para as almas”.

Papa Francisco retomou nesta segunda-feira (04/04), as Missas matutinas na Casa Santa Marta

Após as celebrações pascais, o Papa Francisco retomou nesta segunda-feira (04/04), as Missas matutinas na Casa Santa Marta. O Papa dedicou sua homilia à hodierna solenidade da Anunciação do Senhor, celebrada no Vaticano. Aliás, disse ele, a história da humanidade foi feita de uma “corrente” de “sim” a Deus, à esperança do Senhor, a partir de Abraão e Moisés. Abraão obedece ao Senhor, aceita o seu chamado e parte de sua terra sem saber onde chegaria. Isaías, quando o Senhor lhe pede que fale a seu povo, responde que tem os “lábios impuros”. Então o Senhor purifica os seus lábios e Isaías diz “sim!”. O mesmo vale para Jeremias, que se considerava incapaz de falar, mas depois diz “sim” ao Senhor: O “sim” de Nossa Senhora “E hoje, o Evangelho nos fala do final desta corrente de sim, e do início de outro “sim”, que começa a crescer: o ‘sim’ de Maria. E este ‘sim’ faz com que Deus não somente olhe para o homem, não somente caminhe com o seu povo, mas que se faça um de nós e tome a nossa carne. O ‘sim’ de Maria que abre a porta ao sim de Jesus: ‘Eu venho para fazer a Tua vontade’, este ‘sim’ que acompanha Jesus toda a vida, até à Cruz”. Francisco se detém no sim de Jesus que pede ao Pai para afastar dele o cálice, mas acrescenta: “Seja feita a tua vontade”. Em Jesus Cristo “está o sim de Deus: Ele é o sim”. “Este é um dia bonito para agradecer ao Senhor por nos ter ensinado este caminho do sim, mas também para pensar em nossa vida”, disse o Pontífice. Um pensamento que o Papa dirige em particular a alguns sacerdotes presentes, que celebram 50 anos de ordenação. Festa do “sim” “Todos nós, todos os dias, devemos dizer sim ou não e pensar se sempre dizemos sim ou se muitas vezes nos escondemos, com a cabeça baixa, como Adão e Eva, para não dizer não, mas fazer como aquele que não entende, que não entende o que Deus pede. Hoje, é a festa do sim. No sim de Maria se encontra o sim de toda a História da Salvação e começa ali o último sim do homem e de Deus.” Ali, acrescentou o Papa, “Deus recria, como no início que com um sim fez o mundo e o homem, aquela Criação bonita” e agora com este sim “maravilhoso recria o mundo, recria todos nós. É o sim de Deus que nos santifica, que nos faz ir adiante em Jesus Cristo”: “É um dia para agradecer ao Senhor e nos perguntar: Sou homem ou mulher do sim, ou sou homem ou mulher do não, ou sou homem ou mulher que olha para o outro lado para não responder? Que o Senhor nos dê a graça de entrar neste caminho de homens e mulheres que souberam dizer sim.” (Rádio Vaticano)

Argélia, há 20 anos, o martírio dos monges de Tibhirine Os seus corpos martirizados foram reencontrados depois de 56 dias

Na noite entre os dias 26 e 27 de março de 1996, ocorreu o seu sequestro do mosteiro de Notre-Dame de l’Atlas e, no dia 30 de maio, a descoberta dos corpos. “Se me acontecesse um dia (e poderia ser hoje) de ser vítima do terrorismo que parece querer envolver agora todos os estrangeiros que vivem na Argélia, eu gostaria que a minha comunidade, a minha Igreja, a minha família se lembrassem de que a minha vida foi dada a Deus e a este país. (…) Que eles soubessem associar esta morte a tantas outras igualmente violentas, deixadas na indiferença e no anonimato. A minha vida não tem mais valor do que outra.” Ele havia escrito isso no seu testamento, redigido entre dezembro de 1993 e janeiro de 1994: pouco mais de dois anos depois, na noite entre os dias 26 e 27 de março de 1996, o irmão Christian de Chergé – prior do mosteiro trapista de Notre-Dame de l’Atlas, na Argélia, era tomado como refém junto com seis coirmãos por um comando do GIA (Grupo Islâmico Armado). Os seus corpos martirizados foram reencontrados depois de 56 dias. Uma história, a dos monges de Tibhirine, que a 20 anos de distância não cessa de induzir uma reflexão sobre o sangue dos “mártires de hoje” – como o Papa Bergoglio os definiu no ngelus do dia 6 de março, em referência às quatro Missionárias da Caridade mortas no Iêmen – e é significativo que o seu aniversário caiu neste ano justamente na Vigília Pascal. Eles foram testemunhas (tradução do termo grego, mártir) da sua fé em um Deus que considera como filhos e irmãos todos os seres humanos da terra, testemunhas de uma convicção profundamente evangélica: a possibilidade de uma convivência pacífica entre as diversas religiões, para além de todo fundamentalismo. O seu mosteiro na Argélia, assim como o de Deir Mar Musa, fundado pelo padre Paolo Dall’Oglio – um situado nas montanhas do Atlas, o outro sobre o Monte Líbano, em frente ao deserto sírio –, ambos lugares em que a fé cristã tinha aprendido conviver com o Islã. Porque o Pe. Chergé e os seus coirmãos sabiam muito bem distinguir, evitando toda generalização instrumental e, embora conscientes de serem assimilados a ingênuos e idealistas, eles perseveraram até o fim na fidelidade a uma escolha que os tinha induzido a ficar ao lado dos seus coirmãos argelinos à mercê do conflito que destruía o país (um caso representado no filme de Xavier Beauvois, Homens e deuses, de 2010). “Eu sei do desprezo com que se chegou a cercar os argelinos globalmente”, continua o testamento. “Eu sei também das caricaturas do Islã que encorajam um certo islamismo. É fácil demais ter uma boa consciência, identificando essa forma religiosa com os integrismos dos seus extremistas.” Os sete monges mortos vinham de experiências pessoais muito diferentes (como acontece em toda comunidade religiosa, onde as pessoas se tornam simplesmente um “irmão”): um filho de um general do Exército, um encanador, um militante convicto do 1968, um diretor de escola, um fresador, um médico, um religioso “das ruas”. Mas, no mosteiro, eles havia alcançado um extraordinário “sentimento comum”, e justamente essa vida comum – como escreveu Enzo Bianchi no prefácio de um texto publicado em Bose no 10º aniversário da morte, Più forti dell’odio – afiou a sua contemplação, levou-os à autêntica contemplação cristã: “Ver as pessoas – cada pessoa, até mesmo o inimigo – e as coisas – todas as coisas, até mesmo a morte violenta – com os olhos de Deus”. “Eu poderei, se Deus quiser, imergir o meu olhar no do Pai, para contemplar com Ele os Seus filhos do Islã assim como Ele os vê, totalmente iluminados pela glória de Cristo, frutos da Sua paixão, investidos com o dom do Espírito, cuja alegria secreta será sempre estabelecer a comunhão e restabelecer a semelhança, brincando com as diferenças”, continua o irmão Christian. “Quantos são os caminhos que levam a Deus”, perguntou-se o então cardeal Ratzinger no livro Sal da Terra: “Tantos quantos são os homens sobre a terra”, todos em busca daquele “Deus desconhecido” de que fala São Paulo na ágora de Atenas. “E também a ti, amigo do último minuto, que não terás sabido o que fazias”, conclui o prior, depois de ter dado graças a Deus, aos amigos e aos familiares, aludindo à única Jerusalém celeste. “Sim, por ti também eu quero este obrigado e este ‘a-Deus’ por ti previsto. E que possamos nos reencontrar, bons ladrões, no Paraíso, se Deus quiser, nosso Pai, de ambos. Amém! Insha’Allah“. São nada menos do que 19 os religiosos mortos na Argélia entre 1994 e 1996 (no dia 1º de agosto do mesmo ano, o bispo de Oran, o dominicano Pierre Claverie também foi morto), tanto que em 2013 o monge trapista francês Thomas Georgeon foi nomeado postulador da sua causa de beatificação em andamento. “Um sinal na montanha” é o lema do mosteiro, que, enquanto isso, voltou à vida, ainda no Atlas, mas em Midelt, no Marrocos: uma pequena comunidade dedicada a Maria de Notre-Dame, onde vive o último sobrevivente de Tibhirine(que, na língua local, significa “jardim”), Jean-Pierre Schumacher, com mais de 90 anos de idade. (Vatican Insider) (IHU)

segunda-feira, 4 de abril de 2016

7 motivos para não se casar

A decisão de se casar é a maior decisão que a maioria das pessoas toma na vida. Por isso, é preciso ter prudência. Abaixo indicamos alguns sinais de perigo: se algum deles está presente no seu relacionamento agora, é melhor adiar o casamento até que a questão esteja resolvida. O casamento definitivamente não pode ser visto como instrumento para resolver problemas. Casar para sair de casa Isso é trocar um conjunto de problemas por outro. Existem opções menos comprometedoras para sair de um lar problemático, como fazer uma viagem longa, alugar um quarto ou ir morar com uma amiga(o) por um tempo. “Ninguém melhor vai aparecer” Esse tipo de pensamento sugere que você não vê muito bem a si mesmo, e a falta de autoestima é ingrediente essencial para um casamento infeliz. Se essa é sua maior motivação para se unir de forma permanente a alguém, saiba que a trilha te levará para a tristeza ainda maior, não para o alívio. É simplesmente hora de se casar Se não existe a PESSOA certa, simplesmente não existe hora certa. Casar-se por pressa, com qualquer um, é atropelar a própria felicidade. Ser ameaçado, forçado ou intimidado pelo seu parceiro a fazer coisas que você não quer Você não pode se resignar a ser tratado assim. Não é o modo normal como um casal se relaciona. O casamento é baseado no respeito, não no medo e na força. Não seja enganado pela promessa de seu parceiro de parar. Se ameaças e intimidações ocorrem ainda no namoro, a tendência é que piorem após o casamento. Você ou o seu parceiro é dependente de álcool ou drogas Tome cuidado se um de vocês usa drogas ou álcool para se consolar de frustrações ou não consegue se divertir ou relaxar sem isso. Uma pessoa com esses vícios não é livre. O seu relacionamento amoroso acaba sendo com o álcool ou a droga, não com você. Você e o seu parceiro têm sérias divergências sobre questões importantes e não conversam sobre isso para não se incomodar Fugir de conversas tensas resulta em viver num mundo de ilusões. Em algum momento, questões controversas vão aparecer, tais como ter ou não filhos, a melhor forma de administrar o dinheiro da casa, a divisão de tarefas mais justa, a educação religiosa das crianças, etc. É necessário conversar sobre isso antes do casamento. O casamento simplesmente parece ser o próximo passo Isso acontece às vezes com casais que já vivem juntos. Eles se casam não porque refletiram muito sobre a ideia de um compromisso permanente, sobre a constituição de uma família e de uma escolha livre de um pelo outro. Como já dividem o mesmo teto, simplesmente consideram que oficializar a união é uma etapa burocrática “normal” que vem a seguir. Se você se identifica com isso, vá com calma e pense mais seriamente sobre o que um casamento é, especialmente quando chegam os filhos. Você está mesmo preparado, apto e disposto a encarar as responsabilidades?

O Papa na missa da Divina Misericórdia convidou a continuar escrevendo o Evangelho

*** «Muitos outros sinais miraculosos realizou ainda Jesus, na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro» (Jo20, 30). O Evangelho é o livro da misericórdia de Deus, que havemos de ler e reler, porque tudo o que Jesus disse e fez é expressão da misericórdia do Pai. Nem tudo, porém, foi escrito; o Evangelho da misericórdia permanece um livro aberto, onde se há de continuar a escrever os sinais dos discípulos de Cristo, gestos concretos de amor, que são o melhor testemunho da misericórdia. Todos somos chamados a tornar-nos escritores viventes do Evangelho, portadores da Boa Nova a cada homem e mulher de hoje. Podemos fazê-lo praticando as obras corporais e espirituais de misericórdia, que são o estilo de vida do cristão. Através destes gestos simples e vigorosos, mesmo se por vezes invisíveis, podemos visitar aqueles que passam necessidade, levando a ternura e a consolação de Deus. Deste modo damos continuidade ao que fez Jesus no dia de Páscoa, quando derramou, nos corações assustados dos discípulos, a misericórdia do Pai, efundindo sobre eles o Espírito Santo que perdoa os pecados e dá a alegria. Mas, na narração que ouvimos, aparece um contraste evidente: por um lado, temos o medo dos discípulos, que fecham as portas da casa; por outro, temos a missão, por parte de Jesus, que os envia ao mundo para levarem o anúncio do perdão. O mesmo contraste pode verificar-se também em nós: uma luta interior entre o fechamento do coração e a chamada do amor para abrir as portas fechadas e sair de nós mesmos. Cristo, que por amor entrou nas portas fechadas do pecado, da morte e da mansão dos mortos, deseja entrar também em cada um para abrir de par em par as portas fechadas do coração. Ele que venceu, com a ressurreição, o medo e o temor que nos algemam, quer escancarar as nossas portas fechadas e enviar-nos. A estrada que o Mestre ressuscitado nos aponta é estrada de sentido único, segue-se apenas numa direção: sair de nós mesmos, sair para testemunhar a força sanadora do amor que nos conquistou. Muitas vezes vemos, diante de nós, uma humanidade ferida e assustada, que tem as cicatrizes do sofrimento e da incerteza. Hoje, face ao seu doloroso clamor de misericórdia e paz, ouçamos como que dirigido a cada um de nós o convite feito confiadamente por Jesus: «Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós (Jo 20, 21). Cada doença pode encontrar na misericórdia de Deus um auxílio eficaz. Com efeito, a sua misericórdia não se detém à distância: quer vir ao encontro de todas as pobrezas e libertar de tantas formas de escravidão que afligem o nosso mundo. Quer alcançar as feridas de cada um, para medicá-las. Ser apóstolos de misericórdia significa tocar e acariciar as suas chagas, presentes hoje também no corpo e na alma de muitos dos seus irmãos e irmãs. Ao cuidar destas chagas, professamos Jesus, tornamo-Lo presente e vivo; permitimos a outros que palpem a sua misericórdia, e O reconheçam «Senhor e Deus» (cf. Jo 20, 28), como fez o apóstolo Tomé. Eis a missão que nos é confiada. Inúmeras pessoas pedem para ser escutadas e compreendidas. O Evangelho da misericórdia, que se deve anunciar e escrever na vida, procura pessoas com o coração paciente e aberto, «bons samaritanos» que conhecem a compaixão e o silêncio perante o mistério do irmão e da irmã; pede servos generosos e alegres, que amam gratuitamente sem nada pretender em troca. «A paz esteja convosco!» (Jo 20, 21): é a saudação que Cristo leva aos seus discípulos; é a mesma paz que esperam os homens do nosso tempo. Não é uma paz negociada, nem a suspensão de algo errado: é a sua paz, a paz que brota do coração do Ressuscitado, a paz que venceu o pecado, a morte e o medo. É a paz que não divide, mas une; é a paz que não deixa sozinhos, mas faz-nos sentir acolhidos e amados; é a paz que sobrevive no sofrimento e faz florescer a esperança. Esta paz, como no dia de Páscoa, nasce e renasce sempre do perdão de Deus, que tira a ansiedade do coração. Ser portadora da sua paz: esta é a missão confiada à Igreja no dia de Páscoa. Nascemos em Cristo como instrumentos de reconciliação, para levar a todos o perdão do Pai, para revelar o seu rosto de amor nos sinais da misericórdia. No Salmo Responsorial, foi proclamado: «O seu amor é para sempre» (118/117, 2). É verdade, a misericórdia de Deus é eterna; não acaba, não se esgota, não se dá por vencida diante das portas fechadas e nunca se cansa. Neste «para sempre», encontramos apoio nos momentos de provação e fraqueza, porque temos a certeza de que Deus não nos abandona: permanece connosco para sempre. Demos-Lhe graças por este amor tão grande que nos é impossível compreender. É tão grande! Peçamos a graça de nunca nos cansarmos de tomar a misericórdia de Deus e levá-la pelo mundo: peçamos para ser misericordiosos, a fim de irradiar por todo o lado a força do Evangelho, para escrever aquelas páginas do Evangelho que o apóstolo João não escreveu.