sábado, 9 de abril de 2016

DESTAQUES 9 chaves para entender o documento “A alegria do amor”, do Papa Francisco

A exortação Evangelii Gaudium e a encíclica Laudato Sí eram documentos com uma voz específica: a do Papa Francisco. Já este novo documento, Amoris Laetitia, aparece como um concerto pastoral, uma orquestra dirigida pelo Papa. 1. A quem o Papa se dirige com A alegria do amor? A todos os católicos e seus pastores. A Igreja faz um esforço para estar perto dos casais e dos pais de família na educação dos filhos. O primeiro capítulo dá destaque ao Evangelho. A Bíblia está povoada de famílias, de gerações, de histórias de amor e de crises familiares (AL 8). A família não é um ideal, mas um trabalho artesanal (AL 16). 2. O que se diz sobre a comunhão para os divorciados que vivem numa nova união? A mensagem do Papa é de que não há receitas. Por quê? Porque cada caso é único e merece atenção personalizada. Os divorciados que vivem numa nova união e os casais que vivem junto sem se casar são convidados à Igreja, a entrar em diálogo com o pároco e com o bispo. A partir daí se tomam decisões em consciência e caso por caso. 3. Então qual é a novidade? Trata-se de atender à vocação da família em tempos difíceis. Uma abertura a mais à fragilidade. Atenção ao oitavo capítulo, que trata da misericórdia e do discernimento pastoral diante de situações “irregulares” ou “complexas” (AL 298). Ali se apresenta a necessária gradualidade na pastoral, a importância do discernimento, das normas e das circunstância. O Papa fala da “lógica da misericórdia pastoral” e pede que se evitem julgamentos que não levem em consideração a complexidade das diversas situações (AL 296). E fala de que cada pessoa encontre a maneira de participar da comunidade eclesial, para que se sinta objeto duma misericórdia imerecida, incondicional e gratuita (AL 297). 4. O que significa discernir? O Papa quer uma Igreja que escute a pessoa que se sente ferida. Uma Igreja que faça o discernimento em cada situação e evite julgamentos (AL 296). Por isso, não há receitas ou truques. É uma busca humilde e sincera da vontade de Deus. 5. Isso significa que há mudança na doutrina? A tradição da Igreja não muda. Ela se propõe a apresentar a verdade e a caridade do Evangelho. Jesus teve misericórdia dos pecadores e fazia refeições com eles. 6. O que o documento fala sobre os homossexuais? A Igreja pede respeito e dignidade para eles. Não muda o ensinamento. Desse modo, condena todo tipo de discriminação injusta e condena particularmente toda forma de agressão e violência. Pede atenção às famílias que têm em seu seio pessoas com tendências homossexuais. E o documento confirma o casamento indissolúvel entre um homem e uma mulher (AL 251).7. E as pessoas que não estão casadas? O documento também se dirige aos pais e mães sós, viúvos e viúvas, homens e mulheres solteiras. Toda pessoa é um filho ou uma filha; todos têm uma história familiar; todos provaram a alegria da família; todos conhecem alguém que passou situações difíceis e dolorosas. 8. Ter muitos ou poucos filhos? O terceiro capítulo está dedicado a alguns elementos essenciais do ensinamento da Igreja sobre o casamento e a família. A resposta: Humanae Vitae e paternidade responsável (AL 68). São os esposos em diálogo e abertos à vontade de Deus que tomam a decisão (AL 222). 9. Qual é o maior desafio de Amoris laetitia? O maior desafio é ler sem pressa e colocar em prática. Convida-nos a ser compreensivos frente a situações complexas e dolorosas. O Papa Francisco quer compaixão e não julgamentos. Amor pelos frágeis e descobrir a força da ternura (AL 308). Ademais, explica: hoje, mais importante que uma pastoral dos fracassos, é o esforço pastoral para consolidar os casamentos e assim prevenir rupturas (AL 307). “A alegria do amor” não é uma lista de regras ou condenações. Uma rápida leitura de seus conteúdos nos confirma que, quando o Papa Francisco fala de trabalho artesanal, ele o faz em referência à riqueza e à complexidade das relações familiares.

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