demônio pode nos atormentar no corpo e na mente. Ele nos tenta até cairmos no pecado, e então nos faz pensar que nossa situação é irremediável. Busca, assim, que duvidemos da misericórdia de Deus e caiamos no desespero.
Os planos estratégicos de Satanás
Satanás fez uma convenção universal de demônios. Em seu discurso de abertura, disse:
Não podemos evitar diretamente que os cristãos vão à igreja nem que leiam suas Bíblias e conheçam a verdade. Se tentarmos tirar isso deles diretamente, seremos expostos. Tampouco podemos evitar diretamente que se entreguem a uma relação íntima com seu Salvador. Ao mesmo tempo, sabemos que, se chegarem a isso, nosso poder sobre eles acabará.
Mas há algo que podemos fazer e que sempre nos deu resultado.
Deixemos que eles acreditem que são bons cristãos. Deixemos que façam coisas por Cristo quando sentirem vontade, mas roubemos seu tempo. Isso é o que quero que façam: distraiam-nos durante o dia inteiro, para que não mantenham sua conexão com seu Senhor.
Mas como fazer isso?
Mantenham-nos ocupados em trivialidades da vida e inventem inúmeras estratégias para ocupar suas mentes. Façam que eles gastem, gastem, gastem. Convençam-nos a trabalhar por longas horas todos os dias, 10, 12 horas por dia, para que mantenham esse estilo vazio de vida. Evitem que passem tempo com os filhos.
Sobrecarreguem suas mentes, para que não consigam ouvir aquela calma voz de Deus. Façam que escutem muito rádio e músicas o tempo todo, que mantenham os aparelhos ligados constantemente, seja TV, computadores, celulares… O importante é mantê-los distraídos com as nossas seduções. Eles nem perceberão que estão sendo tentados.
Com isso, eles viverão ocupados e ansiosos; não conseguirão escutar Deus, e muito menos deixar-se guiar por Ele. Encham as mesas com revistas, bombardeiem-nos com notícias da atualidade o tempo todo, invadam as ruas com anúncios publicitários, inundem-nos de propagandas inúteis, que ofereçam produtos gratuitos, serviços e falsas esperanças.
Apresentem lindas e magras modelos nas revistas, filmes e televisão, para que pensem que a beleza exterior é o mais importante, e fiquem insatisfeitos consigo mesmos e com seus cônjuges.
Substituam as festas religiosas por costumes pagãos: ao invés de Natal, Papai Noel; ao invés de Todos os Santos, Halloween; ao invés de quaresma, prolonguem o carnaval e as festas sensuais. Eles cairão facilmente.
Que nem se fale em morte, pecado nem nada disso. Que não se lembrem dessas realidades. Ofereçam coelhinhos e chocolates na Páscoa.
Mesmo em seu tempo livre, é preciso mantê-los muito ocupados, tentando fazer mil coisas; que não consigam contemplar o reflexo de Deus na natureza; que, quando voltem para casa, estejam exaustos. Mantenham-nos ocupados, ocupados, ocupados.
Encham suas vidas com coisas, ainda que sejam boas, para que não tenham tempo para a oração. Assim, em pouco tempo, eles estarão trabalhando com suas próprias forças somente, sacrificarão sua saúde e sua família.
Quando forem para alguma reunião ou atividade espiritual, que estejam atentos às fofocas e ao que acontece o redor deles, e não consigam prestar atenção no essencial.
Sigam estas ordens e eles serão seduzidos por nós. E se esquecerão da presença e do amor de Deus, caindo em nossas armadilhas.
A principal razão da obsessão é a inveja do diabo. Ele não suporta assistir às boas ações dos filhos de Deus, ainda mais quando estas arrancam-lhe a condição de levar mais almas para o inferno, tornando o indivíduo – ao mesmo tempo – uma pessoa santa. Quando o demônio via o empenho missionário de São João Maria Vianney, Santo Antão e São Pio de Pietrelcina, sentia-se profundamente ameaçado, pois sabia do risco que corria caso os fiéis dessem ouvidos aos seus sermões, ensinamentos e etc. Por isso, atacava por inveja dos filhos de Deus.
Mas, normalmente, o diabo não age dessa maneira. Ele, por si só, não tem poder para agredir na carne. Misteriosamente, é Deus quem o permite se manifestar assim. A princípio essa autorização divina pode escandalizar, levando os fiéis a se perturbarem. Por que Deus daria tamanho poder ao demônio, autorizando-o a machucar um filho seu? Por causa de uma eleição. Os santos que sofreram com tais fenômenos diabólicos tinham uma missão para a Igreja. O Senhor conhecia as suas almas e sabia do grande amor delas. Aqui, então, cabe mencionar as palavras de Santo Tomás de Aquino: “Deus permite que os males aconteçam para tirar deles um bem maior”. Isso explica a vontade divina. Dos sofrimentos de alguns de seus filhos, Deus pôde colher frutos espirituais para a salvação dos demais.
Além disso, permitindo a “obsessão”, Deus concede às almas santas a oportunidade de amá-lo ainda mais. Por isso, as pessoas que são atacadas dessa forma possuem duas características básicas. Em primeiro lugar, um alto nível de santidade. Os diretores espirituais não precisam se preocupar demasiadamente a respeito, uma vez que somente os dirigidos espirituais santos sofrerão tal modelo de angústia. E depois, um enorme desejo de atender à vontade de Deus, de corresponder com valentia à vocação, ou missão, dada por Deus. Essas pessoas têm a ocasião de configurar-se a Nosso Senhor Jesus Cristo, sofrendo junto Dele as dores da paixão.
Os padres do deserto contam uma passagem muito oportuna sobre a vida de Santo Antão. Durante um dos ataques do diabo, o santo pedia insistentemente para que Deus afugentasse o maligno. “Kyrie Eleison”, gritava em aflição. Após um longo tempo, e somente depois de tanto clamar pela misericórdia, o diabo se afastou. Neste momento, Jesus lhe apareceu. Santo Antão olhou o Senhor, inclinou a cabeça, entristeceu-se. “Senhor, onde estáveis quando eu mais necessitava de vós?”, perguntou-lhe. E então, olhando fixamente para o fiel servo, Jesus respondeu: “Antão, meu filho, eu estava aqui o tempo todo, mas eu queria te ver lutar”.
Essa é a realidade, Deus gosta de nos ver lutar. E mesmo aqueles que ainda não gozam de virtudes especiais são chamados à luta contra o diabo. Não a física, é verdade, mas a espiritual, contra a tentação ordinária, que é a mais perigosa ação demoníaca. Então encontramos aqui mais uma razão da permissão divina às obsessões. Os santos são sinais para nós, são como um sacramental. Eles nos recordam que é uma luta a vida do homem sobre esta terra. Se os santos travaram o duelo físico, nós, que não temos a mesma eleição e a mesma santidade, devemos também ficar atentos, porque também nós devemos lutar. E é através dessa luta que nós podemos manifestar a Jesus nosso amor. Não há outro caminho para céu, a não ser sendo firmes e fortes na luta contra a maldade, entregando nossas vidas, mesmo que nos custe sofrimento.
“Devemos trabalhar nesta vida, teremos toda a eternidade para descansar”, São João Maria Vianney.