terça-feira, 19 de julho de 2016
Visitar os presos
“…estava na prisão e viestes a mim…” (Mt 25,36)
O encarcerado é uma das únicas pessoas saudáveis e normais que necessitam que os outros venham até eles, porém, quão poucos se encorajam a visitar o preso. Há medo, indiferença, preconceito, estruturas de segurança embaraçosas, e além de tudo parece uma atitude sem importância. Mas que significa visitar o preso?
“… estava na prisão e viestes a mim”. Quem visita um preso, visita Jesus prisioneiro dos homens por causa dos nossos pecados. (Jo 18) Sim, Jesus foi privado da liberdade desde o horto das oliveiras, até sua morte de Cruz, a liberdade de Cristo foi retomada somente depois da Sua morte. Quantos presos se encontram na mesma situação de Jesus, com penas altíssimas, com prisão perpétua, sem nenhuma perspectiva de futuro e liberdade. Lembremo-nos que Jesus assumiu também o delito destes presos e que, nossa parte é levar este conhecimento até eles. Disse o Papa Francisco: “Confesso que muitas vezes penso… nas pessoas que vivem nas prisões.”[i] Dificilmente em uma de suas viagens apostólicas o Papa deixa de visitar uma prisão, certamente é uma tentativa do Papa, para que seja transformada a mentalidade dos cristãos em relação aos encarcerados.
A evangelização do preso sem dúvida alguma pode transforma-lo e libertá-lo, não os livrando das grades externas, mas das grades internas, de seus corações. “Na história da Igreja, muitos chegaram à santidade através de experiências duras e difíceis, abram a porta de seu coração a Cristo e será Ele a reverter a sua situação“[ii]. Para que um preso abra a porta a Cristo, é preciso que Cristo seja levado até ele.
As mensagens de encorajamento do Santo Padre aos presos nos chamam a buscar a transformação de nossa mentalidade em relação aos irmãos e irmãs privados da liberdade. A obra de misericórdia exige a visita, a presença, o calor humano que somente outro humano pode dar a quem está no ‘gelo’ da reclusão, da solidão, do abandono e da indiferença. Todo cristão é convidado, a pelo menos uma vez na vida visitar uma prisão, e assim, compartilhar da dor daqueles que ali se encontram.
Na prisão, o tempo parece estar parado, parece que não passa nunca, mas a dimensão real do tempo não é a do relógio. Diz ainda o Papa: “Estejam certos de que Deus nos ama pessoalmente; para Ele a sua idade e cultura não têm importância, nem mesmo o que vocês foram, as coisas que fizeram, as metas que alcançaram, os erros que cometeram, as pessoas que feriram. Não se fechem no passado; transformem-no em caminho de crescimento, de fé e de caridade. Deem a Deus a possibilidade de fazê-los brilhar através desta experiência”.
Outro aspecto desta obra de misericórdia é a família do preso. Visitar a família é indiretamente visitar o detento, a família também se torna prisioneira do preconceito, da indiferença, do medo… Os pais, as esposas e os filhos além de sofrerem pelo motivo que causou a prisão do familiar, sofrem diretamente com as consequências de sues delitos. Quantas esposas e filhos passam fome, são desalojados, perdem emprego… Façamos como o Papa, pensemos neles, rezemos por eles, façamos uma visita e o tudo que está ao nosso alcance.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário